Na imagem: retratação do comandante naval do INSS: o Comodoro Gancho.
O Presidente do INSS, Edison Garcia, indicado pelo Dep. André Moura e que está de saída para Presidir a CEB (Cia Energética de Brasília) no Governo Ibaneis (DF), soltou nota pública ontem para negar a denúncia deste blog a respeito das irregularidades envolvendo a contratação do IBICT - pelo INSS - para organizar a metodologia do INSS Digital e (ainda não ter) entregue uma Biblioteca Digital com uma Pesquisa e uma mariola.
Em breve síntese, Edison Garcia diz que o INSS assinou o contrato e fez a transferência orçamentária em dezembro de 2017, que de fato em 12/12/18 o IBICT fez a apresentação do trabalho realizado mas o INSS não atestou nem validou o produto final, que o trabalho foi importante (apesar de ainda não ter sido validado nem atestado) e confirma o documento da CGU solicitando informações sobre o INSS Digital. Por fim, chama o blog de corporativista, com práticas deletérias de divulgação leviana, mentirosa e quiçá, criminosa e defendeu sua gestão como sendo ética e transparente.
De cara, uma pergunta: Por que o INSS contratou o IBICT em final de dezembro/2017 para organizar e disseminar metodologia de um projeto já pronto (INSS Digital) que teve inicio em 2016 e aplicou sua prova de conceito de janeiro a dezembro de 2017 ?
Isso é tão estranho que tem cheiro de cambalacho. Seria como o Presidente Edison Garcia, após assumir a CEB, contratar o IBICT para organizar a metodologia e distribuição de luz elétrica no Distrito Federal, 60 anos depois de sua inauguração. Faz sentido?
Bom, vamos aos fatos.
Preliminarmente cabe dizer que o último Presidente do INSS que disparou essas acusações contra este blog foi demitido em praça pública e virou a manchete do dia com direito a abrir a escalada do Jornal Nacional, né Fran Fran? Olha a PF ai heim?
O blog denunciou que a IBICT foi contratada em dezembro de 2017 para organizar a metodologia do INSS Digital, bem como fazer seu planejamento estratégico e servir de suporte. Vejam portanto o extrato original publicado no BSL de 13 de dezembro de 2017:
De fato o dinheiro foi rapidamente liberado, sem nenhuma contrapartida do IBICT, em 27/12/17, conforme extrato do SIAFI:
Aqui já temos outras questões:
1) Por que a empresa recebeu de cara quase 1,5 milhão de reais sem nem ao menos ter gasto uma folha de papel?
2) Por que a Pressa na liberação de valores?
3) O IBICT recebeu os valores no ato da assinatura mas iniciou os trabalhos quando? E em quantas unidades?
Edison Garcia teve a chance de suspender esse negócio espúrio, e em sua nota tenta jogar a culpa no colo de seu antecessor, mas o documento abaixo prova que não apenas ele deu continuidade, como assinou aditivo ao contrato, com mudança do seu teor e adição de muito dinheiro mesmo enquanto o IBICT ainda não havia terminado de receber as parcelas originais:
Então não é verdade que o Presidente Edison Garcia, o Comodoro Gancho, não teve participação nesse projeto. Teve sim, e um papel bem ativo.
Novamente: Por que aditivou contrato que ainda estava sendo pago? Qual trabalho havia sido entregue até o momento para justificar a prorrogação desse contrato?
Quem que a IBICT contratou para executar esse trabalho? Quais empresas?
Vejamos os responsáveis pelo contrato por parte da IBICT:
Uma analista da EMBRAPA, ocupando cargo de confiança no IBICT, mais um administrador, um contador e dois CPF não-identificados, constam como responsáveis.
Qual a experiência que eles tem em INSS Digital, atendimento ao público ou previdência social para serem contratados as pressas, no final do ano de 2017, para organizarem a metodologia de um programa já validado e em curso há pelo menos 1 ano e meio antes de serem contratados?
O INSS, decerto, deve pensar que os segurados são gado, só isso explica chamar alguém da EMBRAPA para organizar a metodologia de atendimento do INSS Digital....
O próprio INSS Digital está no alvo da CGU, vejamos a íntegra da determinação de auditoria sobre o programa, reparem nas perguntas:
Então respondendo ao Presidente do INSS:
1) Sim, este blog publica mentiras. Mas não são nossas. Nós publicamos as mentiras dos outros.
2) Acusações levianas? Hummm, acho que não...
3) Quiçá Criminosas? Se há crime, não é nosso, conforme exposto.
4) O INSS não testou nem validou o produto: claro, ele ainda não foi entregue!!! Mesmo após vários aditivos e tanto tempo depois, sobre algo que já existe. Por que não foi entregue? Existe algo mesmo sendo feito?
OBS: O INSS já validou e testou software fantasma contratado junto à RSX? Pergunto isso pois soubemos que há intenção do INSS em pagar mais 4 milhões para essa empresa de fachada.
5) O INSS contratou em 2017 um sistema de organização, planejamento estratégico, metodologia e suporte do INSS Digital. No final de 2018 aguarda receber uma biblioteca virtual e uma pesquisa em 12 unidades do INSS (De um total de 104 gerências e 1.600 unidades), a um custo final de perto de R$ 8 milhões. Para quem foi esse dinheiro? Quem a IBICT subcontratou?
6) Porque o Presidente Edison Garcia mudou o escopo e assinou aditivos ainda com as parcelas originais sendo pagas, sem nada ainda ter sido entregue?
7) Ética e transparência? Então por favor publique o Cronograma do Planejamento desse Contrato.
8) Gestão correta? Responda a CGU, por favor.
O INSS virou um cais de navios piratas, onde se assenta um iate clube fantasma, comandado pelo Comodoro Gancho.
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