Leiam aqui e vejam o dia em que Jarbas Simas, então "representando o SIMESP", se aliou ao então presidente petista da FENAM, Cid Carvalhaes, com apoio do Ministro Gabas, ambos do PT, para matarem a autoridade da ANMP e negociarem sem nossa autorização o fim da greve de 2010 obrigando os peritos a terem que voltar com o rabo entre as pernas, repor 400 mil perícias em regime de mutirão além das já agendadas mais o fim do MEP e sem nada em troca exceto uma promessa de acordo futuro a ser discutido.... E vejam como eu e Argolo impedimos essa catástrofe que seria essa sim uma derrota fragorosa da categoria, e conseguimos manter a ANMP viva e representativa e o MEP vivo, defendendo o direito dos peritos.
A greve de 2010 não foi uma vitória completa mas passou longe de ser uma derrota. Ela foi o último momento de plena união mobilização da categoria até o presente, conseguimos manter o MEP com agenda de 15-18 perícias, sem PAD ou punições, não tivemos que repor um dia sequer dos 84 parados e nenhum perito foi descontado em UM CENTAVO sequer.
Quem foi derrotado em 2010 foi o plano de quebra da ANMP, foram Jarbas Simas, Gabas, Cid Carvalhaes e os planos petistas de destruir a representatividade ANMP. Lamentavelmente em 2011 os pelegos conseguiram destruir a ANMP de outra forma, tomando posse da entidade...
É longo mas vale a pena ler...
Uma das histórias ocultas do associativismo pericial que precisam ser lembradas nos tempos atuais, em especial aos peritos que assumiram após 2010, que irá esclarecer muita coisa sobre o atual estágio das coisas... Antes de iniciar esse breve relato, um preâmbulo para esclarecer aos leitores alguns personagens:
FENAM - Federação Nacional dos Médicos - Órgão sindical federal que reúne todos os sindicatos médicos do Brasil. Durante anos esteve a serviço do petismo, mas desde a posse do atual presidente Geraldo Ferreira em 2012 vem se posicionando contrário a esse partido.
Dr. Cid Carvalhaes - Médico neurocirurgião, do trabalho e advogado; Sindicalista de longa data, ex-presidente (afastado) da falida Unimed São Paulo, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP) por várias gestões, Presidente da FENAM entre 2010-2012. Filiado ao PT, sempre defendeu Lula, Dilma e as bandeiras do petismo. Hoje em dia radicado em Brasília, onde montou uma chapa de petistas para o CRM-DF e perdeu a eleição.
Dr. Jarbas Simas - Médico cardiologista, do trabalho e advogado, perito médico previdenciário, sempre participante de várias gestões de entidades médicas dominadas pelo PT em São Paulo como a APM, SIMESP, CREMESP; líder local dos peritos paulistas antes da fundação da ANMP, boicotou a fundação da ANMP em 2003 por não concordar com o modelo de diretoria colegiada; braço direito de Cid Carvalhaes durante anos, retorna a atuar na ANMP em 2011 ao se lançar em chapa e em 2013, prometendo as 20h e demais benesses, foi eleito presidente da ANMP. Também é ligado à sociedades médicas de perícia médica e medicina legal e medicina do trabalho. Ficou de 2000 até sua posse na ANMP fora da linha de frente, atuando na Auditoria Regional de SP com o apoio dos superintendentes e gerentes governistas, auditando peritos médicos.
Esclarecido alguns personagens, vamos aos fatos: Em resposta aos sucessivos boicotes promovidos à nossa carreira por parte do INSS, que se intensificaram em 2009 durante a gestão de Gabas junto ao MPS (Secretário e depois Ministro), a ANMP liderada por Argolo procurou o então grupo chamado "perícia forte" (do qual eu fazia parte junto com lideranças históricas como Luciana Coiro dentre outros) para conjuntamente atuarmos em defesa da ANMP.
O movimento pela autonomia pericial iniciado pela "perícia forte" em São Paulo e em Porto Alegre, de forma individualizada, foi encampado nacionalmente pela ANMP e virou o MEP, movimento pela excelência do ato médico pericial.
Em outubro de 2009 o INSS acabou com as 6h de todos os servidores e passou a exigir: 9h dentro da APS e 24 perícias obrigatórias diárias. Graças ao MEP, que já existia e estava montado, a ANMP conseguiu a sua maior vitória desde a criação da carreira, com a decisão judicial que impôs o MEP ao INSS.
Em 2010, Gabas virou Ministro e os ataques à carreira aumentam. Por interferência direta dele, o Presidente Lula vetou a redução de carga horária dos peritos aprovada pelo Congresso. A ANMP convoca AGE em junho e por AMPLA MAIORIA de delegados, opta-se pela greve, seguindo os ritos estatutários. Desrespeitando a lei, o INSS manda dar falta aos peritos mas a justiça declara a greve LEGAL em caráter liminar. Não houve nada de autoritário, foi a categoria que pediu a greve.
O governo endureceu o jogo e se fechou em Copas. Tentou sem sucesso derrubar a liminar e então passou a procurar alguma forma de deslegitimar a ANMP para poder encerrar a greve, que contava com apoio da sociedade e da imprensa.
Eis que então é acionado o braço petista dentro do movimento médico: o presidente da FENAM, Cid Carvalhaes. O Ministro Gabas passa a dizer publicamente que a ANMP não é a legítima representante da categoria e que irá negociar a greve dos peritos apenas com o presidente da FENAM. Gabas então espalha a história de que "não receberia mais a ANMP", história repetida pelos pelegos até o presente. A categoria reage com fúria. Um abaixo assinado de 2.500 peritos é entregue em Brasília e na FENAM reconhecendo a legitimidade da ANMP e rejeitando a interferência da FENAM. Os peritos não reconhecem a "liderança" do petista Cid Carvalhaes nem o golpe armado que iria destruir a ANMP. O fórum da ANMP teve naquele mês seu pico de acessos e todos unânimes a favor da ANMP.
Em 30 de agosto de 2010 sou informado que haveria uma reunião da cúpula do INSS/MPS na Superintendência de São Paulo com a FENAM, sem a presença da ANMP, para selar o fim da greve e derrubar com isso a liminar judicial a favor da mesma. Rapidamente me dirigi ao prédio da SR e liguei para Argolo, informando do golpe em andamento. Com respaldo do então presidente da ANMP, exigi minha presença na reunião sob pena de trazer 100 peritos em 20 minutos para protestar na porta do gabinete da então superintendente, a atual presidente do INSS Elisete Berchiol.
Registro fotográfico da reunião no gabinete da SR São Paulo na qual INSS e FENAM iam matar a ANMP mas foram impedidas por mim, com Argolo no viva voz. Da esquerda para direita, Dr. Ferrari (SINDMED-PR), Elisete Berchiol (então SR São Paulo), Valdir Simão (então presidente do INSS), Carlos Gabas (então Ministro), Cid Carvalhaes (então presidente da FENAM), Jarbas Simas (SIMESP), eu e Francisco Lopes (colega perito e da FENAM que me apoiou na reunião).
Após muita negociação, e contra a vontade de Jarbas e Cid e Gabas e Elisete, mas com apoio do então presidente do INSS Valdir Simão e de um colega diretor da FENAM presente, fui autorizado a entrar na sala "representando a ANMP". O presidente Argolo acompanhou a reunião em viva-voz que deixei ligado na sala com a ciência de todos.
O acordo que o INSS queria fazer com a FENAM, com apoio de Jarbas e Cid, era espúrio: Em troca da assinatura do fim da greve, a FENAM "aceitaria" que os peritos teriam que:
- Voltar imediatamente ao trabalho sem nenhum ganho de salário ou carga horária;
- Repor 400.000 perícias supostamente não feitas até àquela data em regime de mutirão em finais de semana;
- Abrir mão do MEP;
- Aceitar punições pelo não-cumprimento do agendamento diário.
- Criação de um "memorial" a ser discutido no futuro com abertura de um "GT" para discutir nossos pedidos.
É óbvio que esse seria o fim da ANMP, dos peritos e da carreira. Protestei veementemente, desmontei tecnicamente todos os argumentos do INSS e da FENAM, desautorizei a FENAM a negociar em nosso nome e no fim da reunião Gabas aceitou voltar a se reunir com a ANMP, isolando a FENAM e matando a tentativa de atravessar a associação.
Após isso o governo foi e voltou várias vezes com acordos e promessas e em final de setembro de 2010 o próprio Presidente Lula precisou intervir pessoalmente junto ao STJ para derrubar a liminar, encerrando a greve. Não levamos tudo, mas preservamos a ANMP, nossa dignidade, nossa união, o MEP, a agenda reduzida de perícias e o respeito do governo.
É de praxe após o fim de cada greve ações judiciais questionando o não-cumprimento de ambos os lados, que nunca dão em nada até porque o SISREF já existia na época e o SISREF prova que da parte dos peritos as decisões judiciais foram plenamente cumpridas.
Posteriormente a própria diretoria da FENAM reprovou a atitude de Cid Carvalhaes, o que ajudou a encerrar seu ciclo de poder em 2011. Pena que no mesmo 2011 uma série de traições levaram esses pelegos ao poder na ANMP e o resto vocês sabem.
E então peritos, quem de fato está mais preparado para negociar com o governo e proteger os peritos e a ANMP? Nós ou Jarbas?