quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

GAFE DE GABAS COLOCA EM RISCO SEU CARGO. MAL COMEÇOU E CRISE JÁ É GRANDE.

Carlos Gabas, o Comissário, chegou onde chegou graças ao grupo petista ligado ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, de quem foi fiel soldado liderado por Ricardo Berzoini, mesmo após deixar de ser bancário e ingressar as fileiras do INSS. Foi inclusive avalizador e contador da famigerada Bancoop, junto com seu amigo Vaccari, envolvido na Lava Jato.

Quando o PT assume o poder, Gabas é chamado por Berzoini para assumir a Superintendência de São Paulo e de lá ele se criou por mérito próprio, reconheçamos, tanto que chegou a romper com Berzoini e virou um self-made-player. Como pontos fracos, jamais foi submetido a um escrutínio público, não foi testado nas urnas e sua gestão no INSS foi marcada por um grave déficit financeiro, institucional e gerencial. Mesmo assim, caiu nas graças de Lula, a quem o tinha como uma espécie de aprendiz querido. 

Gabas se fortalece a partir de 2010 desenvolvendo uma forte e próxima amizade com a Presidente Dilma, não o suficiente para o manter no cargo de ministro (foi interino no fim do governo Lula) mas continuou dando as cartas no MPS, mesmo após a saraivada de denúncias que foram surgindo contra ele nos últimos anos. (http://www.perito.med.br/2014/03/de-novo-gabas-saga-continua-depois-das.html)

Porém o atual contexto eleitoral rachou o PT em dilmistas e lulistas. Ao ser chamado e aceito o cargo de Ministro da Previdência Social (mesmo tendo sido última opção da última hora), Gabas rompe com o grupo de Lula e passa a ser visto como um dilmista. Isso o enfraqueceu perante sua base paulistana que já não o defende.

Para piorar, uma gafe cometida em sua posse o deixou malvisto pelos dilmistas de fato, como o "Primeiro Ministro" Aloísio Mercadante. Ao falar de maneira tão íntima sobre as caronas de moto que deu à presidente Dilma e que ele seria seu caronista oficial, desagradou bastante o Palácio do Planalto pois não preservou a figura da Presidente.

Para piorar mais ainda, segundo uma fonte de Brasília me passou, os comentários de Garibaldi, que Gabas almoçava em casa todo dia com sua esposa, etc, e que também dava carona à Dilma em sua moto, caíram como uma bomba pois passou a péssima impressão que Dilma, a Presidente da República, seria uma espécie de "segunda dama" de Gabas. Péssimo, péssimo...

Apesar de ainda contar com o apoio de Dilma, nenhum dos dilmistas de primeiro escalão o vê com bom gosto, acharam que foi desrespeitoso e passou uma impressão indevida de proximidade, além de ter sido lulista até ontem.

Já para os lulistas, virou um traidor e passou a ser atacado e perder sustentação. Ou seja, está sendo queimado por ambos os lados. E não tem base eleitoral para segurá-lo.

Para deixar o horizonte mais sombrio, Dilma já prometeu uma nova reforma ministerial para fevereiro, quando devem sair as listas de indiciados da Lava Jato. Se o nome de Henrique Eduardo Alves não estiver nessas listas, é certeza que ele será chamado ao ministério. E não será o do Turismo, como a mídia disse. Será o da Previdência. Entre um nomeado por Renan Calheiros e um técnico sem votos, quem dará lugar a Henrique Alves?

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