Em poucas palavras pretendo explicar o que ocorre com a questão da politização do parto no Brasil e a intervenção governamental no direito de livre escolha das mães. Basicamente o governo diz defender o parto normal pois seria mais seguro e natural e que existiria uma epidemia de cesareanas (como se isso fosse doença) a ser combatida.
O problema não é a cesareana, e sim que a cesareana só pode ser feita por médicos. Grupos de paramédicos que tem como objetivos diminuir o poder do médico na saúde (objetivo político) e ganhar mercado de trabalho (objetivo econômico) estão há décadas inventando duas mentiras: A de que a cesareana aumenta mortalidade infantil e materna e a de que são os médicos que convencem as mães a fazerem cesareana.
A verdade é bem diferente: A cesareana DIMINUIU mortalidade materna e infantil e praticamente anulou a hipóxia fetal (comum no parto normal) e são as mães que pedem aos médicos pela cesareana, pois não querem sentir dor, não querem deformações no baixo ventre, querem escolher a data, etc. Onde elas podem escolher (medicina privada), 88% fazem cesárea. Onde não podem (SUS), a taxa é de 55%.
Primeiro o governo, via SUS, criou uma série de mecanismos no SUS para impedir médicos e mães de fazerem cesareana, e mesmo assim a taxa é de 55% (o governo quer 15%, taxa só existenhe na Holanda). Agora o governo, via ANS, intervém na medicina de grupo e cria regras para dificultar o agendamento de partos cesareanos, na ilusão de que todas as mães vão esperar contração para decidir. Como em muitos casos a mãe quer escolher o médico, esse procedimento eletivo acaba sendo feito via particular, anulando os efeitos da portaria da ANS.
O governo está ao lado dos paramédicos pois também tem o mesmo interesse político e um outro interesse econômico, pois mais partos normais significa menor custo ao SUS e maior facilidade em colocar paramédicos (profissionais mais baratos) para fazer tais procedimentos.
Para viabilizar esses interesses, há 30 anos iniciou-se uma campanha, usando o selo da OMS, que ainda desfruta de credibilidade diante da mídia, para desacreditar o obstetra e o parto cesárea. Iniciou-se com uma reunião de especialistas (onde só tinha ativista, menos médicos) que decidiram aleatoriamente uma taxa de 15% de cesárea como aceitável pois assim o era no primeiro mundo. Portanto, os 15% da OMS nada tem de ciência. É puro chute especulativo.
Ao longo dos anos, discursos calcados na "preocupação com a saúde humana" (igual aos nazistas que usaram esse pretexto para exterminar milhões de pessoas "ruins") feitos por professores ligados a essas ideologias e afinados com o governo criaram a cultura de que a cesárea é ruim, intervencionista, fria e calculista.
Nos últimos anos, amaciada a carne, começaram as facadas: criaram o mito do parto humanizado, onde a mãe pode escolher o que quer fazer como se fosse um shopping ou fast food; criaram o mito da "beleza da dor"; criaram o mito de "estudos que mostram que médicos forçam mães a fazerem cesareanas" e por fim resolveram atacar a obstetrícia diretamente taxando todos os procedimentos médicos, até mesmo, pasmem, anestesia, como "violência obstétrica". Apenas como exemplo, o tal estudo da Fiocruz que mostraria as mães sendo forçadas a escolher a cesariana sequer um estudo foi, não passou de uma entrevista populacional, mas foi vendido como ciência.
Esse movimento é cuidadosamente arquitetado pela OMS nos países do terceiro mundo, não vou entrar nesse momento dos motivos da OMS mas eles são bem claros, e em conluio com governos alinhados como o do Brasil.
Artistas são destacados para promoverem "partos normais" (claro, eles possuem uma UTI móvel montada atrás das câmeras, algo que as mães comuns não vão ter), até filmes e documentários sobre a beleza da dor, do sangue, do cocô, da água suja e do bebê nascendo no meio daquilo tudo são feitos e distribuidos e disseminados na mídia. Com tudo montado, agora é a hora do ataque.
Agora estamos na fase de cerco aos médicos, que são achacados a não fazerem cesarianas no SUS e agora nos Planos de Saúde, não duvido que em breve leis do Congresso Nacional interfiram até mesmo na medicina privada tradicional.
Depois de dominada a medicina preventiva, a psiquiatria e a obstetrícia, os próximos serão a pediatria e a clínica médica. E o plano de estatização da medicina e proibição da medicina científica e tradicional liberal estarão quase concluídos, numa sociedade onde procedimentos médicos serão estabelcidos por políticos em leis e não por médicos em artigos científicos.
Se a medicina e a sociedade deixar, assim seremos em 25 anos. Parto natural é mais arriscado, causa mais dor, sequelas e maior morbimortalidade materno-infantil que cesareana. Nenhum estudo científico de verdade mostra o oposto. O resto é discurso politizado anti-médico.
PS: As taxas de cesareana estão aumentando em todo o planeta, inclusive na Holanda. A média dos países da OCDE já bate 30%, o dobro do "desejo" da OMS.
PS: As taxas de cesareana estão aumentando em todo o planeta, inclusive na Holanda. A média dos países da OCDE já bate 30%, o dobro do "desejo" da OMS.
Esse também é um projeto de um ex-BBB (deve entender muito do tema...): http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/471158-PROJETO-INSTITUI-REGRAS-PARA-REALIZACAO-DE-PARTOS-NO-BRASIL.html
ResponderExcluir