Essa semana morreram dois personagens ilustres do Brasil.
O primeiro comandou, até morrer, uma empresa 100% brasileira, com mais de 50 mil funcionários, que revolucionou o crédito direto nesse país e permitiu que as classes mais baixas adquirissem bens de consumo antes inalcançáveis nas grandes magazines, na base do carnê, sem precisar se utilizar de capangas para cobranças, mesmo nos piores períodos inflacionários. Sobrevivente dos campos de concentração nazistas, chegou ao Brasil com uma mão na frente e outra atrás e construiu sozinho um império do comércio e jamais ele ou sua empresa foram acusados de algum delito grave. Revolucionou o marketing brasileiro e foi responsável direto pelo início de carreira de centenas de milhares de trabalhadores. Os bens de consumo eram pretexto, o que ele vendia mesmo era crédito. Crédito que os bancos tradicionais se negavam a dar à patuléia do andar de baixo. Era um banqueiro disfarçado, mas que trouxe prosperidade e crescimento por onde passou.
O segundo nasceu no interior de São Paulo e se formou na melhor faculdade de direito do Brasil, se especializando na área criminalista. Apoiou o golpe militar de 64 mas depois se arrependeu e lutou, como tantos outros arrependidos, pela redemocratização. Com participação ativa nos movimentos sociais, ganhou fama como bom defensor, técnico e competente. Ganhou a primeira fortuna ao defender esposa e filho da autoria do assassinato do marido e pai fazendeiro. De lá para cá defendeu notórios foras-da-lei como Mário Garneiro e o escândalo da Brasilinvest. Defendeu os acusados de assassinato do calouro da USP, defendeu o estuprador médico Abdelmassih, defendeu o assassino confesso Pimenta Neves, o terrorista Battisti, defendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Era o primeiro na lista de toda sorte de pilantra milionário que se envolvia em encrenca. Como Ministro da Defesa criou o Estatuto do Desarmamento que deixou os cidadãos de bem sem armas e os bandidos com elas, tentou inibir as operações da PF, depois pulou fora e foi defender os que delinquiram enquanto era ministro, elaborou a tese de que o mensalão era apenas um caixa 2 ("apenas") e por fim estava defendendo as construtoras que fizeram a festa no Petrolão. Jamais defendeu um preso político.
Ambos morreram muito ricos.
Adivinha qual dessas personalidades receberam a reverência póstuma da Presidente da República e seus ministros?
O primeiro comandou, até morrer, uma empresa 100% brasileira, com mais de 50 mil funcionários, que revolucionou o crédito direto nesse país e permitiu que as classes mais baixas adquirissem bens de consumo antes inalcançáveis nas grandes magazines, na base do carnê, sem precisar se utilizar de capangas para cobranças, mesmo nos piores períodos inflacionários. Sobrevivente dos campos de concentração nazistas, chegou ao Brasil com uma mão na frente e outra atrás e construiu sozinho um império do comércio e jamais ele ou sua empresa foram acusados de algum delito grave. Revolucionou o marketing brasileiro e foi responsável direto pelo início de carreira de centenas de milhares de trabalhadores. Os bens de consumo eram pretexto, o que ele vendia mesmo era crédito. Crédito que os bancos tradicionais se negavam a dar à patuléia do andar de baixo. Era um banqueiro disfarçado, mas que trouxe prosperidade e crescimento por onde passou.
O segundo nasceu no interior de São Paulo e se formou na melhor faculdade de direito do Brasil, se especializando na área criminalista. Apoiou o golpe militar de 64 mas depois se arrependeu e lutou, como tantos outros arrependidos, pela redemocratização. Com participação ativa nos movimentos sociais, ganhou fama como bom defensor, técnico e competente. Ganhou a primeira fortuna ao defender esposa e filho da autoria do assassinato do marido e pai fazendeiro. De lá para cá defendeu notórios foras-da-lei como Mário Garneiro e o escândalo da Brasilinvest. Defendeu os acusados de assassinato do calouro da USP, defendeu o estuprador médico Abdelmassih, defendeu o assassino confesso Pimenta Neves, o terrorista Battisti, defendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Era o primeiro na lista de toda sorte de pilantra milionário que se envolvia em encrenca. Como Ministro da Defesa criou o Estatuto do Desarmamento que deixou os cidadãos de bem sem armas e os bandidos com elas, tentou inibir as operações da PF, depois pulou fora e foi defender os que delinquiram enquanto era ministro, elaborou a tese de que o mensalão era apenas um caixa 2 ("apenas") e por fim estava defendendo as construtoras que fizeram a festa no Petrolão. Jamais defendeu um preso político.
Ambos morreram muito ricos.
Adivinha qual dessas personalidades receberam a reverência póstuma da Presidente da República e seus ministros?
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