Estudo feito por colaborador do blog mostra o impacto da inflação no poder de compra do salário pago aos peritos médicos desde o ano 2000, baseado no IPCA.
Diferente dos cálculos já apresentados correlacionando perda inflacionária nominal, este estudo mostra o impacto da inflação e da defasagem da correção salarial no poder de compra do perito, ou seja, do bruto recebido, o que ele consegue de fato comprar com o que ganha.
O poder de compra é a capacidade de adquirir bens e serviços com determinada unidade monetária. Por exemplo, se você entrou em um supermercado com R$ 100 no ano de 2000 e conseguiu comprar um quantidade maior de itens do que nos dias de hoje, isso significa que essa base monetária tinha maior poder de compra no ano de 2000. Nesse estudo, O poder de compra foi representado com base no ano de 2000, ou seja, com o que ganhamos hoje, o que daria para comprar se fosse em 2000?
O estudo mostra que os aumentos salarias ocorridos após 2008 foram insuficientes para manter o poder de compra que tínhamos em abril de 2007, quando a curva chegou ao seu pico máximo. Desde então, só estamos perdendo valor, ou seja, o que ganhamos mensalmente a cada mês compra menos do que no mês anterior e os aumentos não foram suficientes para repor essa perda, tomando por base 2007, último ano em que tivemos de fato uma mudança de patamar financeira.
Para empatar com o poder de compra de 2007, nosso salário deveria ser, bruto, R$ 10.976,34.
Só que é pior do que se pensa: Em 2000, a carga horária era de 20h. Enquanto auditores e policiais dobraram o salário nesse mesmo período sem alteração na carga horária, os peritos tiveram a carga horária dobrada de 20h para 40h.
Isso quer dizer que em 2000, um perito do INSS tinha o poder de compra equivalente a R$ 2.237,65 para fazer 20h. Em 2014, nosso poder de compra é o equivalente a R$ 3.941,23 para fazer 40h, ou seja, R$ 1.820,00 para 20h.
Isso significa que após uma década de enganação, o INSS paga hoje em dia, em termos de poder de compra, 19% a menos do que pagava em 2000 aos peritos médicos do INSS.
Enquanto as outras carreiras dobraram o salário (mesmo corroído pela inflação), nós estamos andando para trás. É esse tipo de estudo que deveria embasar uma revindicação salarial para a nossa carreira, mas para isso precisamos de pessoas competentes nos representando e não pelegos sorridentes.
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