Cubana do Mais Médicos teria atuado por empresa privada em arrancada de caminhões no Sul do Santa CatarinaMédicos do Sul do Estado criaram uma comissão para denunciar o caso ao Ministério da Saúde e Polícia Federal
Joice Bacelo e Emanuelle Gomes
Uma médica cubana que desde dezembro do ano passado atua em Balneário Arroio do Silva, Sul de SC, pelo programa Mais Médicos teria sido contratada por uma empresa privada para trabalhar durante a Arrancada Internacional de Caminhões - o que o governo brasileiro considera como ilegal, já que a autorização de trabalho aos profissionais estrangeiros é exclusiva ao programa de assistência básica.
Aliuska Guerra Alarcon teria feito parte da equipe de emergência que atendeu Edson Beber, o piloto morto durante a etapa final de uma das provas.
Isto é o que diz uma comissão formada por médicos do sul do Estado. Nesta segunda-feira eles protocolaram denúncia no Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc) - que está analisando o caso - e na tarde de terça-feira se reúnem no Conselho Regional de Medicina de Araranguá para encaminhar o caso ao Ministério da Saúde e à Polícia Federal.
A comissão se baseia em fotografias que mostrariam a médica cubana em dois momentos: em uma refeição com funcionários da Equipe Vida Ambulância, o serviço de emergência contratado pela organização do evento - em que ela estaria vestindo um jaleco da empresa - e minutos após o acidente, durante atendimento ao piloto.
— Ela não poderia ter atuado fora do posto, ainda mais para uma empresa privada — sustenta o médico José Nixon Batista, integrante da comissão que denunciou o caso.
Até a noite desta segunda-feira a assessoria do Ministério da Saúde não confirmava se a médica que aparece nas fotos é Aliuska. A informação era de que os profissionais contratados para o Mais Médicos são monitorados constantemente pela Coordenação Nacional do Programa e que o órgão ainda não havia recebido denúncia oficial sobre o caso.
Se a suspeita for confirmada, a cubana poderá ser penalizada com advertência, suspensão ou ainda ser desligada do programa do governo federal e devolvida ao seu país de origem.
Proprietária do serviço de emergência nega contrato com médica cubana
Proprietária da Equipe Vida Ambulância, Eloana Casagrande não atendeu as ligações da reportagem. Por mensagem, ela disse apenas que "a médica não tem relação com a empresa. Nosso contrato era ambulância básica, sem médico". Questionada sobre as fotografias usadas na denúncia, ela não respondeu.
Aliuska, que estaria atuando na Unidade Básica de Saúde do Bairro Erechim, em Balneário Arroio do Silva, não foi localizada (a reportagem tentou contato via secretaria de Saúde e também por e-mail).
A empresa Equipe Vida Ambulância foi contratada pela organização do evento, a Aspekto Comunicação — que também não quis se manifestar — e pela prefeitura. Evandro Scani, prefeito de Arroio do Silva, não soube dizer se a médica cubana estava trabalhando na Arrancada.
— É a empresa que precisa responder, ela deve ter a relação dos médicos que trabalharam. A prefeitura tinha uma ambulância no posto de saúde, para atender pessoas do entorno do evento. Na pista havia uma UTI móvel com a equipe da empresa, que foi contratada e era a responsável pelo atendimento.
Nota do BLOG: A proprietária negou contrato até saber das fotos, depois calou-se. É óbvio que esses atendentes cubanos, simulacros de médicos em sua maioria, não tardariam a ser aliciados para subempregos desse tipo. Agora vamos ver se o CRM catarinense é pelego ou não.
2 comentários:
Graças à criatividade desse governo (a mesma que maquia um série de indicadores econômicos, sociais etc.) criou-se a figura até então inimaginável do "médico posto-pra-dentro". Aquele que só é médico para dentro do respectivo posto de saúde da família. Fora isso ele não é médico e está sujeito ao cometimento do crime previsto no art. 282 do Código Penal: "Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites".
Puxa, e o Comissario do Povo, encarregado de vigiar a escrava? por onde andava o bananao?
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