"Bom, eu sou um ferrenho combatente do Maus Médicos, do PT e do Padilha, em especial. Os últimos meses têm sido de muito trabalho para esclarecer a população que atendo no posto de saúde.
Mas hoje tudo foi diferente. Hoje eu fui conversar com uma médica cubana que está aqui na cidade, e nós choramos juntos. Ela tem mais de 20 anos de formada, endoscopista, e recebia menos de 50 dólares/mês em Cuba. Deixou sua família - filha adolescente, mãe doente, somente por questões financeiras. Aqui ela conta as moedas para sobreviver, pois com 900 reais ao mês ela mal compra comida aqui...
Eu mostrei o que tinha acontecido com a cubana Ramona Rodriguez, que pediu asilo. Enquanto eu e ela líamos as notícias, ela comentou que tudo era verdade, que disseram a eles que receberiam "menos" porque precisavam ser iguais aos outros médicos sulamericanos que estavam vindo da Argentina, Uruguai, etc... Quando vimos um vídeo da Ramona, comecei a chorar pensando em tudo por que passam para ficar aqui.
Ela encheu os olhos com lágrimas, disse que se sentia humilhada; explorada. Mas que não pode voltar a Cuba porque com o que ganha lá, mal sobrevive; mas que tem vergonha por receber o mesmo que a faxineira do posto, com todo respeito que essa merece (já que também é mal remunerada).
Eu fiz meu papel. Conversei sobre as intenções políticas da pilantra da Dilma e do obsceno do Padilha. Ofereci ajuda para ela no tocante a se libertar... Embaixada, contato com políticos favoráveis a sua causa, instituições de defesa dos refugiados, o que for preciso, carro, telefone...? O que precisar.
Espero que todos façamos isso, agora é hora de dar as mãos para que muitos saibam que é possível se libertar, pois o mais difícil é ser o primeiro, depois, tudo fica mais previsível! Esse é o momento de oferecermos apoio e falarmos sobre o que significa sentir-se livre - mesmo sabendo que nossa liberdade sai muito cara, em muitas vezes.
Enfim... a AMB, o DEM e outras instituições já anunciaram que estão prontos para receber os cubanos que quiserem tentar um novo caminho no país, legalmente. Vamos ajudar, pois ver o que eu vi hoje nos olhos dela hoje foi extremamente triste, e eu pedi desculpa a ela por nosso país fazer isso com eles, torná-los uma mercadoria qualquer.
Estou emocionado ainda, hoje vai ser bem difícil dormir..."
Comunidade Dignidade Médica - Facebook
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