Antes de pensar em intervir no Maranhão, o Governo Federal deveria olhar para o próprio terreno e intervir urgentemente no INSS, autarquia corrompida por interesses partidários, abandonada pelo descaso de décadas e em pleno ciclo de colapso. O INSS parece um urânio enriquecido prestes a sofrer um processo de fissão e quem vai pagar a conta desse desastre nuclear-corporativo será a população em pleno ano eleitoral.
Cansamos aqui de mostrar a incompetência da DIRBEN, cujo diretor, o mesmo há décadas, é responsável pelo caos nos sistemas corporativos e por praticamente sufocar a gestão da perícia médica, evitando que os peritos participem do planejamento e da gestão, apenas forçando os médicos na operação como se escravos fossem. O desastre mais recente da DIRBEN causou um prejuízo de mais de 20 bilhões de reais que o INSS terá que pagar por mais de 20 anos devido a erros de cálculo de auxílio-doença ao longo de vários anos. Isso graças a um sistema podre, condenado, pífio, em longo processo de agonia, chamado SABI, coalhado de erros e ao qual a Dataprev está impedida, por ordem do INSS, de fazer reparos e modificações salvo "emergências".
Cansamos de mostrar aqui a inoperância e incompetência da DIRSAT, cujo diretor mantém até hoje agenda paralela relativo ao seu antigo emprego no MPOG, viaja mais que caixeiro-viajante, usa horário de serviço para compromissos pessoais, falta a praticamente todas as reuniões importantes em Brasília (deixou até mesmo a poderosa Gleisi na mão) e não fez nada, absolutamente nada em prol do serviço. Insiste em um modelo inssano de gestão de perícias sem peritos, mantém discurso holístico com nítido viés sectário anti-medicina, não construiu nada, não apresentou nada, não melhorou nada, e a única oportunidade que teve de mostrar sua competência foi o desastre do aposentadoria especial de deficientes, que o INSS não está fazendo até hoje apesar de quase um ano da aprovação da Lei por pura incompetência teórica e de gestão.
Cansamos de mostrar aqui a inoperância da PFE-INSS, que perde todas as ações que o MPF impõe contra o INSS, deixando os procuradores "ditarem as ordens" dentro da autarquia. Pelo menos a PFE ainda tem uma desculpa, pois ela pouco pode fazer diante do caos gerencial que as outras diretorias promovem, mas mesmo assim é imperdoável a participação ativa dela na terceirização funesta de peritos para tentar livrar o instituto das derrotas judiciais. Quiseram vender nossa cabeça para salvar a féria.
Cansamos de mostrar a inutilidade da DIRAT, com seus sistemas imprecisos SGA, SALA, sem representatividade nas APS, deixando a DIRBEN tomar conta de seu serviço nas unidades de atendimento, e que aparentemente só serve para bancar ida de gerentes de agências ao DF para conhecer um sistema de computador em claro desperdício de verba pública.
O que dizer da DGP e seu SISREF, que depende de dois servidores para todo o Brasil e por isso vive caindo, além de não emitir recibo, ser passível de fraude e não possuir nenhuma chave de segurança eletrônica?
A manutenção dos edifícios é caótica, gerentes que lutam para dar condições de trabalho reclamam de falta de apoio. Verdadeiras bombas anti-sanitárias aguardando a explosão.
Superintendentes: O que fazem, a não ser atravessar a linha de comando de Brasília para as gerências? Nada fazem, vivem de futrica, enquanto sequer conseguem combater os desvios que toda semana a PF estoura em algum lugar desse país. É um dos cargos mais inúteis que já conheci.
Os Gerentes-Executivos estão abandonados, as gerências de APS sobrecarregadas, todos com graves e volumosos problemas aos quais não se dá solução. Ou melhor, se soluciona apagando o problema e deixando a conta pro cidadão, como na denúncia de ontem da "regra 70 - desistência administrativa".
Os servidores da ponta, melhor nem dizer, pois estão todos adoecidos. Somente na perícia foram 2.100 exonerações em 3 anos que mostram como está "agradável" trabalhar no INSS. quase a metade dos peritos pediram o chapéu em 36 meses e o INSS a cada dia consegue repor menos esse quadro.
Sucessivas traições em negociações com a categoria, ninguém mais acredita no que falam os dirigentes inssanos.
Agora vem a público o que muitos, inclusive esse blog, já apontavam: O Presidente do INSS, principal responsável por todo esse caos (não interessa o antes, ao assumir assume o passivo e responde pelo seu desdobramento), ao invés de atuar com pulso firme, se comporta como uma verdadeira Rainha da Inglaterra, aliás nós mesmos já havíamos dito isso antes. Ficava viajando pra sua cidade de residência fixa, Natal, recebendo diárias e pagamentos muitas vezes irregulares.
Fazia o que em Natal? Enquanto Brasília ferve e a periferia explode, o que fazia o Presidente em Natal?
Como se não bastasse, conforme denúncia desse blog, ele recebe também de forma no mínimo suspeita auxílio-moradia mesmo com dezenas de imóveis funcionais disponíveis para os dirigentes do INSS e Brasília. Não só ele, mas Gabas, Carneiro, Nunes e o próprio Corregedor estão nessa seleta lista dos "auxiliados."
De fato, não dá para continuar assim. O INSS já suga 330 bilhões de reais por ano do cofre público, ainda não foi devassada pela mídia pois está protegida pela aura da caridade, que afasta holofotes, mas a situação já saiu do controle há tempos. O INSS é caso de intervenção federal.
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