Um dos episódios mais vergonhosos de toda a história da saúde pública brasileira está sendo escrita neste momento, por agentes fascistas ligados ao Ministério da Saúde, que estão promovendo nas redes sociais uma campanha bancada inicialmente pelo próprio governo chamada "SUS sem Racismo" onde os gestores tentam imputar a um suposto tratamento racial diferenciado, supostamente promovido por profissionais de saúde, os números lamentáveis que o SUS apresenta em termos de morbimortalidade.
Quando falta pré-natal em uma gestação, foi o governo que não equipou a unidade de saúde e não foi atrás dos casos perdidos. Quando crianças morrem por desnutrição ou doenças não observadas a tempo, foi o sistema falho, sem profissionais e sem equipamentos que causaram essa tragédia. Quando mulheres dão a luz sema companhia dos maridos/companheiros, pode ser tanto por falha da unidade como pela ausência do mesmo.
Quando se pegam esses dados e jogam uma suposta prevalência maior entre negros, ocultando que os que se dizem negros também são de longe a maior parcela de usuários do SUS, para dizer que o insucesso governamental se dá por racismo, isso é calhordice.
Quando vemos que nenhum caso real de conduta racista foi apurada pelos gestores do SUS, os mesmos que dizem existir racismo no sistema, isso é prevaricação ou então um embuste.
Mas quando vemos marqueteiros do governo pegando uma doença genética, prevalente 20 vezes mais na população negra que na branca, e se usa uma diferença de mortalidade entre negros e brancos dessa mesma doença para justificar a tese do racismo, vai além da calhordice e do embuste e da prevaricação, o nome disso é nazi-fascismo em sua pura essência.
Cartaz de blog do SUS em rede social tenta culpar racismo por diferença de mortalidade em doença genética 20x mais prevalente na população negra.
Manipular estatísticas para fomentar o ódio entre classes sociais e eximir o governo de sua culpa pelo insucesso de determinada política foi instrumento largamente utilizado pelos fascistas europeus e sul-americanos no século passado. Hitler culpava judeus pela crise econômica alemã, Getúlio culpava comunistas pela crise em seu governo, Dilma e Chioro culpam profissionais da saúde pela elevada taxa de mortalidade nos usuários do SUS, que são em sua maioria negros, por conta da exclusão social histórica do último país do mundo a abolir a escravidão.
Seria o mesmo que culpar o "machismo" pela maior taxa de mortalidade de câncer de útero em mulheres, ou que culpar a "homofobia" pela maior prevalência de DST em homossexuais adultos jovens masculinos. Pega-se uma taxa qualquer e culpa-se um inimigo em comum fazendo ilações indevidas e falsas relações, assim funciona o sofisma dos fascistas.
No caso concreto, fazendo um resumo do resumo, a doença falciforme resulta em uma deformação da hemácia, a célula vermelha do sangue, que carreia o oxigênio pelo corpo.
Em condições normais uma pessoa consegue viver normalmente, mas várias situações como por exemplo extremos de temperaturas fazem a pessoa entrar em crise, podendo evoluir com dores ou até mesmo insuificência respiratória ou oclusões arteriais agudas nos casos mais graves. O pronto atendimento na ocorrência da crise determina a taxa de mortalidade, e pronto atendimento é tudo que o SUS não oferece à população.
Negros possuem taxas muito maiores desse traço genético que brancos por uma peculiaridade: na África e no Sul da Ásia, onde sempre viveram e vivem a maior parte de negros no planeta, existe uma doença assassina, infecciosa, chamada malária, que mata 2 a 4 milhões de pessoas por ano, mas que por ser doença de pobre, jamais teve a devida atenção no ocidente.
Esse bichinho já mudou a história de guerras e até mesmo da economia mundial e continua matando muita gente todo o ano. Só que para a malária se desenvolver, precisa de uma hemácia íntegra. Isso quer dizer que pessoas com doença falciforme ou talassêmica não desenvolvem malária. O resto Darwin explicou muito bem há algum tempo atrás.
Existem várias explicações portanto para a taxa de mortalidade por doença falciforme ser maior em negros que em brancos e a mais óbvia é a que negros tem mais doença falciforme que brancos. Logo, a mera comparação por "100.000 habitantes" é indevida, teria que no mínimo parear populações e fazer complexos cálculos proporcionais.
Outra explicação, evidente em quem trabalha no SUS, é a ineficiência do sistema de pronto atendimento dos postos públicos. Como disse, o tempo determina a gravidade. Será que vamos encontrar taxas similares em negros e brancos que usam o sistema privado de saúde?
Mas essa explicação é para o leitor incauto, leigo, pois o Ministério da Saúde SABE muito bem disso. Quem fez a postagem racista na rede social sabe muito bem disso. O marqueteiro não é imbecil. Esse mote do "racismo" caiu como uma luva para desviar a a atenção do problema e esconder os desvios de dinheiro, de verba, de orçamento não cumprido, de obras paradas, de cubanos que nada fazem e de bilhões indo pro exterior a pretexto de melhorar a saúde.
Esse ódio de classe fomentado pelo governo serve para atingir os médicos, inimigos declarados dessa gestão fascista da saúde. Não irá tardar a começar nas filas do SUS berros de racismo por demora de atendimento quiçá outras coisas. Nos EUA começaram a fazer isso com policiais e agora estão matando policiais. Em pouco tempo esta gestão corrupta e fascista irá conseguir o que sempre quis em seu ódio reacionário pseudo-revolucionário: expulsar os médicos do SUS.
A população que não reclame, pois está apoiando essa farsa. Que este texto ajude a abrir as mentes das vítimas dessa propaganda naszi-fascista.