segunda-feira, 25 de novembro de 2013

AUDIÊNCIA STF MAIS MÉDICOS - MÉDICO CONTRATADO DO MAIS MÉDICOS FAZ DURAS CRÍTICAS AO PROGRAMA E AO MINISTÉRIO


25/11/2013 - 18h50

Profissional do Mais Médicos faz críticas ao programa em audiência no STF
JOHANNA NUBLAT

DE BRASÍLIA

Um médico integrante do Mais Médicos fez duras críticas ao programa federal, nesta segunda-feira (25), em audiência pública sobre o tema no STF (Supremo Tribunal Federal).

William José Bicalho Hastenreiter Paulo, inscrito para falar como participante do programa, classificou o Mais Médicos de eleitoreiro, disse que a tutoria recebida do governo é precária, criticou a ausência de direitos trabalhistas e afirmou que, ao trazer médicos de fora, o governo pretende evitar críticas sobre a precariedade da saúde pública.

O Supremo convocou audiência pública para ouvir governo, entidades e interessados sobre o Mais Médicos, objeto de duas ações diretas de insconstitucionalidade a serem analisadas pelo tribunal.

Paulo foi o último a falar nesta segunda --a audiência será retomada na terça-feira (26). Antes dele falaram os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luís Inácio Adams (AGU), representantes do Ministério público, de entidades médicas e de outras esferas de governo, além de parlamentares.

O Ministério da Saúde confirmou que Paulo é médico brasileiro, com inscrição ativa no programa e atuação na cidade de Itaboraí (RJ), desde a primeira rodada do Mais Médicos.

Poucas horas antes de sua fala, o médico postou na rede social foto em que aparece, já no STF, abraçado ao presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Roberto D'Ávila.

"O objetivo real do Mais Médicos é eleitoreiro. Um marqueteiro, João Santana, já fez o mesmo na Venezuela. Na época, Hugo Chavez estava perdendo as eleições, e ele trouxe 35 mil médicos cubanos e sanitaristas", relatou Paulo. Pouco depois, Paulo lembrou a potencial candidatura do ministro Padilha, pelo PT, ao governo de São Paulo.
O médico fez críticas ao fato de não ter todos os direitos trabalhistas previstos em lei. E questionou o modelo de supervisão oferecido pelo programa. "Tive a visita de um tutor ate agora, para saber quantos pacientes eu atendo por dia. Se isso for um tutor...", criticou.

Paulo afirmou que colegas médicos brasileiros têm tido dificuldade de se inscrever no programa. E que têm sido informados, pelo próprio Ministério da Saúde, que a prioridade será dada aos estrangeiros --diferentemente do que prevê a lei que rege o Mais Médicos.

Apesar das críticas, o médico disse acreditar no programa. "Com determinadas alterações, ele pode se mostrar muito mais atrativo."

Ao encerrar, Paulo afirmou que espera não sofrer perseguições após sua fala no STF. Em seguida, o ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, relator das duas ações contra o Mais Médicos, repetiu o desejo de que não haja retaliações contra o integrante do programa. (...)"

2 comentários:

MAURICIO disse...

Vai haver retaliações.
O PT é ignorante e totalitário.
Só não farão nada se tiverem medo da imprensa e da justiça, caso contrário o colega esta ferrado.

Airton Jr. disse...

Podem escrever, esse já era...
O PT não perdoa, nem se o colega estiver exercendo seu mister com dignidade e atenção...
Parabéns ao colega Paulo que teve peito para mostrar a verdadeira natureza deste programa de saúde politiqueiro perfumaria barata do governo...