domingo, 6 de outubro de 2013

SINAL VERMELHO NO PLANALTO: "MAIS MÉDICOS" NÃO CONSEGUE DECOLAR.

Dois meses após a violenta medida governamental que promoveu uma intervenção na medicina brasileira para viabilizar um projeto marqueteiro com vistas a promover o seu candidato ao governo paulista, o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, o sinal vermelho está aceso no terceiro andar do Palácio do Planalto: Com mais de 600 milhões de reais já gastos, apenas 134 médicos* estão autorizados a clinicar nos municípios cadastrados. Isso representa, até agora, um gasto de R$ 4.500.000,00 por médico atuando após 2 meses de início do projeto.

Dos mais de 15.000 médicos pedidos por 4.000 prefeituras país afora, menos de 1.000 médicos de fato estão oficialmente inscritos e aprovados pelo governo, desses apenas 634 tiveram seus pedidos de registro feitos junto aos CRM e, mesmo com a forte pressão governista sobre o judiciário que está barrando as liminares desfavoráveis ao projeto, apenas 134 registros foram concedidos. Consta que em setembro menos de 100 consultas foram feitas pelos médicos do programa, a um custo extraordinário de R$ 6 milhões por atendimento.

Nem mesmo a AGU bancando a AGG com ameaças explicitas aos conselhos tem surtido efeito, muito ao contrário, pelo menos dois presidentes de CRM (PR e MG) renunciaram para não se submeterem ao ato ditatorial petista e o de SP está amparado por liminar para não ser obrigado a registrar quem estiver com documentação atípica.

Além disso, falhas estruturais gritantes afetam o programa e afastam os médicos: A questão da moradia já está sendo alvo de queixas e o governo foi obrigado a editar no DOU de 02/10/13 novas regras para amenizar os problemas. Outro problema é com relação à parte educacional do projeto, uma vez que o governo disfarça o caráter trabalhista do mesmo classificando-o de uma "bolsa de intercâmbio" para fugir das taxas e leis que o próprio governo impõe aos trabalhadores do país. Até agora não teve início as chamadas 8h de ensino à distância com supervisão de tutores. Não existe plataforma de ensino, nem internet montada em todos os locais, não existe programa de ensino feito e muito menos os tutores. Fora meia dúzia de médicos ideologicamente alinhados ao PT, nenhum médico se dispôs a esse papel.

Outra falha grave está na "descoberta" pelos médicos que os tais "postos novos sem médicos" que o Ministro-candidato anunciou eram uma ficção científica: O que eles encontraram foram postos sucateados, mofados, enferrujados, sem nenhuma infra-estrutura de atendimento, sem falar na falta de medicamentos, enfermeiros, dentre outros.

Não à toa, dos pouco mais de 1.000 médicos supostamente habilitados a começar a tarefa, isso após duas chamadas públicas e a importação de centenas de médicos cubanos sob condições precárias, menos de 10% estão na prática atendendo e cumprindo carga horária.

O governo sonha em destravar o problema aprovando a medida provisória 621 com emendas extremamente ditatoriais como a que prevê que caberia ao Ministro da Saúde expedir as licenças-médicas, oficializando duas categorias de médico no Brasil: Os com CRM, que atenderão Padilha, Dilma e seus familiares no Sírio Libanês de SP e os sem CRM, com licença do MS, sem revalidação de diploma, sem nenhum cuidado na escolha, que atenderão os pobres e miseráveis país afora. 

Quer dizer, nem todos os pobres, pois com menos de 10% da demanda preenchida e considerando que muitos municípios estão demitindo os médicos para trocá-los por cubanos, o Mais Médicos tem tudo pra ser o "Mais do Mesmo".

O fracasso de Padilha para construir um programa de assistência médica mesmo com todo o peso do Governo Federal levanta uma dúvida: Se não consegue fazer nada decente como Ministro de Estado, como conseguirá sendo Governador de Estado?

2 comentários:

  1. Importar médicos foi uma tremenda e absurda burrice.
    Não há falta de médicos no Brasil. O que realmente falta, é a infraestrutura necessária para a prática da medicina.

    ResponderExcluir
  2. O governo deve incentivar nossos jovens ao curso de medicina pois muitos posso dizer que a maioria nao tem condições financeiras de faze-lo.

    ResponderExcluir

Os comentários, assim como os textos, são de responsabilidade de seus autores. Comentários ofensivos serão excluídos.