"Profissional do Mais Médicos teria prescrito dose inadequada de antibiótico em Tramandaí
Comissão do Ministério da Saúde acompanha o caso, que teve ampla repercussão nas redes sociais
Alvo de elogios e críticas, o Mais Médicos, programa de saúde do governo federal, tem provocado acalorado debate desde que uma receita, prescrita com dose "possivelmente inadequada" por um profissional argentino, tomou as redes sociais.
Trabalhando na unidade de saúde da zona sul de Tramandaí, no litoral norte gaúcho, o médico prescreveu a um paciente 500 mg de Azitromicina, um medicamento para tratamento de infecções respiratórias. Após o caso repercutir na internet, o Ministério da Saúde designou uma Comissão para avaliar o desempenho de Juan Pablo Cajazus.
Em nota, a pasta salientou que os profissionais registrados no Brasil, inclusive os documento provisório para a participar do programa, estão sujeitos à fiscalização do Conselho Regional de Medicina.
Ainda, segundo a nota, "de acordo com o Código de Ética Médica, os médicos que cometerem faltas graves e cuja continuidade do exercício profissional constitua risco de danos irreparáveis ao paciente ou à sociedade poderão ter o exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo específico". Conforme o secretário municipal de Saúde, Mário Mitsuo Morita, o médico confirmou a veracidade da receita. O argentino argumentou ao secretário que o quadro clínico do paciente, idoso e fumante, exige a dosagem prescrita. – A receita depende do quadro clínico de cada paciente. No entendimento do médico, era necessário, mas não é uma dose que eu receito – afirma Morita, que também é médico.
Por causa da repercussão do caso, o secretário pediu para que o argentino vá nesta terça-feira à casa do paciente. Morita acredita que a medicação não vá piorar a saúde do morador."
Notas
1) O Secretário Municipal de Saúde espertamente consigna em sua fala que "não é uma dose que ele receita".
2) O hermano emendou pior ainda, ao justificar a dose como sendo um quadro de DPOC ("fumante"). Vejamos as rotinas e recomendações para tratamento de infecção associada ao DPOC (link para guia em espanhol). Link para as recomendações americanas (link em inglês).
3) Infelizmente para o hermano o assunto é minha especialidade. Jamais existe ou se justifica a dose prescrita. O problema nem é a dose de 1,5g/dia, isso fazemos em pacientes imunodeprimidos como profilaxia de micobacteriose atípica, em posologia *semanal*, mas é repetir isso por 8 dias seguidos. Dose potencialmente fatal.
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