sexta-feira, 25 de outubro de 2013

INSS MENTE PARA JORNAL EXTRA (RJ)

O Jornal Extra (Rio) me entrevistou para saber a opinião sobre a lei que prevê perícias domiciliares não apenas a enfermos e sim apenas pela conveniência do idoso. Eu disse, dentre outras coisas, que nada temos contra, desde que a autarquia forneça a logística necessária mas que acho impraticável a aplicação da lei pelo INSS por falta de tudo, inclusive peritos.


A repórter depois contactou o INSS. A pessoa que a atendeu MENTIU para a imprensa ao dizer que "não faltam peritos" e citou o "fantástico" número de 20.000 perícias domiciliares feitas em 2012, esquecendo-se de dizer que isso é apenas 0.3% do total de 7 milhões de perícias feitas pelo INSS no mesmo período.


Além de mentir, se recusou a dizer à repórter o número total de peritos existentes nos quadros do INSS. Eu digo: Segundo o INSS em Números de agosto/13, são 4.800 peritos, quase 1.000 a menos que no auge da carreira em 2006. Desses, 25% estão para aposentar ou já estão com abono de permanência. Do total de peritos, apenas 60%, em média, é disponibilizado para atendimento pericial presencial.

Tivemos 2.000 exonerados desde 2009, o INSS conseguiu repor apenas 50% da perda e 0% dos que ainda faltavam para zerar as filas no Brasil. O ex-presidente Mauro Hauschild disse que precisaria de 12.000 peritos para não termos filas no Brasil, ou seja, temos atualmente pouco além de 1/3 do quadro necessário.

O próprio novo modelo de perícia proposto se baseia na escassez de peritos em outras atividades necessárias como aposentadorias especiais, vistorias técnicas e perícias externas justamente pelo redirecionamento dado a suprir a demanda interna.

Como que então não faltam peritos? Por isso que sempre digo que a palavra do INSS vale menos que uma nota de 3 dólares bolivarianos.

Se já faltam peritos agora, imagina com a demanda de milhões de pedidos de verificação de deficiência para fins de aposentadoria especial mais a demanda de milhões de idosos para fazerem perícia domiciliar por conveniência, não por grave enfermidade.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Algumas perguntinhas básicas:

    1) Como o perito vai até o domicílio da perícia?
    2) Vão com a cara e coragem? Se forem agredidos, sequestrados ou coagidos,assaltados ou humilhados, fica por isso mesmo?
    3) Vão ter que comprar carro para ir periciar? Mas o seguro impede uso para atividades de trabalho (não para ir ao trabalho mas para trabalhar) caso contrário o valor do mesmo é no mínimo o dobro.

    Ah, ja´sei...vão usar a velha e patente tática de coagir o perito. "Se vc não for e não usar seu carro, se não correr o risco, zeramos o seu salário na GDAMP"...

    ResponderExcluir
  3. o inss que me leve ou pague seguro e gasolina, senão vou no meu carro.Agora a domiciliar não tinha que ter auxilio?por favor me tirem essa dúvida.

    ResponderExcluir

Os comentários, assim como os textos, são de responsabilidade de seus autores. Comentários ofensivos serão excluídos.