Médico agrada por saber ouvir os pacientes
Publicação: 12 de Setembro de 2013 às 00:00
A 14 quilômetros da capital, em Macaíba, o doutor Paulo – que preferiu não se identificar, porque ainda acha que está numa fase experimental do programa – atende a população do distrito de Traíras, distante cerca de 20km do centro daquela cidade. Oito fichas são entregues toda manhã – e oito à tarde – pela equipe do posto de saúde da localidade. Os pacientes devem chegar bem cedo para conseguir as fichas. A média de chegada é 3h da madrugada porque senão não dá para conseguir a vaga em virtude da demanda.
O médico da unidade e um dos que atua no município pelo Mais Médicos – quatro profissionais eram esperados e houve uma desistência – diz chegar às 7h30 e só termina quando não há mais ninguém na fila de espera. No mais, uma parada para o almoço. Para o doutor Paulo, ninguém deve ficar sem atendimento.
Formado há 40 anos, sendo dez de experiência na atenção básica, o médico gosta de conversar. É sua maior característica. “O médico deve conhecer o paciente, saber ouvir. Infelizmente a fama de ganhar pouco e pra compensar ter de atender mais pessoas e mais rápido, é grande. Mas não é o correto. Até os pacientes estão tão acostumados com a prática que estranham quando me veem. Mas sou assim e não vou mudar”, afirmou o médico.
A média de atendimento do médico potiguar, formado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é de 30 minutos. Realmente vem trazendo estranhamento. “Ele demora muito, são mais de 30 minutos por consulta”, reclamou a estudante Jussara Alves, 17 anos. Ela esperava ser atendida; havia perdido a vez porque pela “demora” do médico, saiu do posto de saúde e quando voltou perdera a vaga. Ficou para o último atendimento.
Por outro lado, o tempo de atendimento é visto como positivo por outros. A dona de casa Maria José Pereira, 55, elogiou o doutor Paulo. “Gostei muito, ele foi o melhor que já passou aqui. Antes, o médico nem olhava pra mim. Esse médico conversa, examina. Médico que conversa e demora é bom”, avaliou, com uma receita de remédios e exames na mão. Ao lado, Antônio Trajano da Silva, 53, aposentado, marido de dona Maria, confirma: “O pessoal parece que tá gostando, é o que ouço”.
A 14 quilômetros da capital, em Macaíba, o doutor Paulo – que preferiu não se identificar, porque ainda acha que está numa fase experimental do programa – atende a população do distrito de Traíras, distante cerca de 20km do centro daquela cidade. Oito fichas são entregues toda manhã – e oito à tarde – pela equipe do posto de saúde da localidade. Os pacientes devem chegar bem cedo para conseguir as fichas. A média de chegada é 3h da madrugada porque senão não dá para conseguir a vaga em virtude da demanda.
O médico da unidade e um dos que atua no município pelo Mais Médicos – quatro profissionais eram esperados e houve uma desistência – diz chegar às 7h30 e só termina quando não há mais ninguém na fila de espera. No mais, uma parada para o almoço. Para o doutor Paulo, ninguém deve ficar sem atendimento.
Formado há 40 anos, sendo dez de experiência na atenção básica, o médico gosta de conversar. É sua maior característica. “O médico deve conhecer o paciente, saber ouvir. Infelizmente a fama de ganhar pouco e pra compensar ter de atender mais pessoas e mais rápido, é grande. Mas não é o correto. Até os pacientes estão tão acostumados com a prática que estranham quando me veem. Mas sou assim e não vou mudar”, afirmou o médico.
A média de atendimento do médico potiguar, formado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é de 30 minutos. Realmente vem trazendo estranhamento. “Ele demora muito, são mais de 30 minutos por consulta”, reclamou a estudante Jussara Alves, 17 anos. Ela esperava ser atendida; havia perdido a vez porque pela “demora” do médico, saiu do posto de saúde e quando voltou perdera a vaga. Ficou para o último atendimento.
Por outro lado, o tempo de atendimento é visto como positivo por outros. A dona de casa Maria José Pereira, 55, elogiou o doutor Paulo. “Gostei muito, ele foi o melhor que já passou aqui. Antes, o médico nem olhava pra mim. Esse médico conversa, examina. Médico que conversa e demora é bom”, avaliou, com uma receita de remédios e exames na mão. Ao lado, Antônio Trajano da Silva, 53, aposentado, marido de dona Maria, confirma: “O pessoal parece que tá gostando, é o que ouço”.
9 comentários:
Este medico está fazendo o correto: atender bem e com calma, solicitar e prescrever que tudo que for necessário, e quem vai prover exames e medicamentos é o governo.
Atendendo bem e com calma tira o problema dele e passa para o gestor
Ai aparece a primeira encrenca para resolvermos.
Uma empresa de prospecção de negocio foi contratada para verificar a viabilidade de um pronto atendimento medico. Ao ouvir os potenciais clientes tabulou as seguintes premissas:
1- o cliente quer chegar ao local de atendimento e ser imediatamente atendido.
2- o cliente ao adentrar a sala do medico quer que a consulta demore bastante
E agora?
Se atendem se assim que chega e demora o atendimento dentro da sala...Alguém passará a esperar na fila!
A solução seria ter um medico para cada pessoa assistida da região abrangida...
Inviabilização do negocio.
Atender bem pelo tempo que for necessário deveria ser seguido rotineiramente por qualquer médico em consulta ambulatorial. Infelizmente, pacientes e muitos colegas se perderam no caminho...de alguma forma... no caminho se perderam...
Começou . . .
Começa assim. Todo namoro inicial é cheio mesuras. Mas, pelo exposto, já surgiu uma farpa: "esse médico demora muito". O colega, claro, correto como reconhecemos, na sua postura de que "todo mundo deve ser atendido, não vou embora enquanto não atender a todos" vai também mudar de postura quando tem 16 agendados, mas 90 querendo ser atendidos. Na vida, paixões abrasadoras já acabaram em divórcios com ameaças recíprocas.
É só acompanhar para ver no que vai dar; principalmente quando começarem as primeiras fissuras de "malprática" por ausência de recursos como remédios, exames, retaguarda otimizada e impossibilidade de acompanhamento adequado por "agenda cheia". Até agora, nesta metodologia, deve estar atendendo primeiro aqueles pacientes deprimidos, que não tem com quem conversar. Depois, repassando os casos realmente sérios, sem obter solução verdadeira, o colega vai ficar insône, e o ânimo de longos papos sofre desgastes. Eu já vi estas histórias e casos parecidos em interiores e capitais diversas após 40 anos de medicina brasileira nas costas. Podem escrever.
Não da para ser bom demais com os pacientes. Não entendam mal, eu não disse seu mal com os pacientes, eu quero dizer que se deve ser "suficientemente bom"
Sendo "suficientemente bom" os pacientes não vão abusar da sua boa vontade e do seu tempo. Se não for assim, o médico bonzinho em pouco tempo cria o seu inferno particular de uma multidão de pacientes ávidos pela sua presença.
Já vi médico bonzinho ter que trocar de cidade por causa disso.
Alexander, verdade isso que você falou. O colega atende "meros" 8 pacientes pela manhã e à tarde (nossa, é o sonho em qualquer programa de saúde da família!!); quero ver ele continuar conversando muito quando começarem a forçar marcação de 10, 15, 20 ou 25 consultas pela manhã e à tarde para desafogar a demanda, que, com certeza, vai crescer. Além do que já começaram a reclamar da "demora" do atendimento...
Isso sem falar quando o povo cansar de chegar as 3h da matina.
Essa postarem é uma piada!
O cara atende 8, OITO pessoas em cada 4 horas de trabalho?? Nem no Sirio Libanês é assim hehe..
Daqui a pouco o Dr vai tomar uma Cipoada do povo!! Pressão é questão de tempo: Alta demanda com baixa produtividade e se tiver baixa resolutividade, ai sim!
16 atendimentos por dia = 352 em 22 dias de trabalho = R$ 28,40 por atendimento fora o gasto do Governo pra manter o local de trabalho...dá quanto por atendimento? R$ 50 pilas? Se o Governo credenciasse medico pra fazer consulta a R$ 50 pilas no consultório do Dr, a Medicina Suplementar iria a falência! Mas obvio que isso nao vai acontecer pois os Políticos recebem aquela ajuda durante as eleições além daquelas "quebradas de galho" pro Sirio Libanês...que os amigos empresários fazem com alguns políticos "chave"... Isso é Brasil! País do Jeitinho hehehe
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