terça-feira, 10 de setembro de 2013

INSS estimula Arte Nordestina

O INSS e o cordel


O INSS, amigo

Autarquia Federal

Com a verdade passou mal

Se sentido no perigo

E querendo dá castigo

A um poeta menestrel

Censurou-lhe no papel

Veja só, o da “justiça”

Mas que tanta injustiça

Por causa de um cordel.



O amigo Davi Teixeira

Fez um cordel arretado

Que critica animado

O INSS e a zoeira

Incomodou na porteira

Dum antigo coronel

Que com caneta e papel

O tal verso censurou

A Globo até reportou

O caso desse cordel.



Um juiz deu de carreira

A sentença de censura

Num ato de DITADURA

Proibiu Davi Teixeira

De ganhar o seu, da feira,

De comprar leite e mel

Que regresso mais cruel

Da justiça do Brasil

Mas que sentença imbecil

Censurando um cordel.



Fizeram o pobre poeta

Remendar seus belos versos

Que ficaram eles dispersos

Numa “feiçura” pateta

Mas a justiça completa

Disse agora ao menestrel

Pra botar no seu papel

Os versos originais

Isso já está nos anais

O processo do cordel.



Poetas! Conclamo agora

“Bora” todos criticar

Encher terra, céu e mar

Deste Brasilzão a fora

Com versos feitos na hora

Criticando no papel

Essa justiça infiel

Porque com suas asneiras

Só falta acender fogueiras

Pra queimar nosso cordel.



Não queres ser criticado

INSS do povo?

Faça em si mesmo um renovo

Pois o poeta letrado

Não pode ser censurado

Cordelista é menestrel

Que registra no papel

O que ele achar torto

E mesmo depois de morto

Fica vivo seu cordel.



Davi você tem bravura

Mas amigo tenha cuidado

Tu não és aposentado

Cuidado com a “censura”

Mas nossa literatura

Te agradece menestrel

Pois teu verso é quartel

Pros soldados cordelistas

Nós somos todos artistas

E ninguém cala o cordel.



Izaias Gomes, poeta potiguar

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