Hoje está sendo um dia muito
atípico na vida dos verdadeiros médicos (não aqueles que ocupam cargos políticos e que rasgaram o diploma de
médico, vexaram a ética médica, e
venderam seus serviços em troca de sabe-se lá o que). A Presidente do Brasil vetou grande parte do Ato Médico, e criou uma lei
semelhante a uma incompreensível colcha de retalhos. Lendo o D.O.U de hoje, de
cara vemos que o primeiro item vetado é o que determina que diagnóstico e
prescrição são exclusividades do médico. A desculpa é que ela, e os vários
ministros se reuniram para estudar a lei, chegando à brilhante conclusão que a
mesma prejudicava os interesses da nação. Da forma que está, qualquer
profissional da área da saúde poderá diagnosticar
e prescrever. Um enfermeiro com seu longo curso de quatro anos em média, por
exemplo. Mas como? Com quatro anos apenas pode fazer isso? Pode diagnosticar e
prescrever? Então qual o motivo do ministro Mercadante, e em consequência da Presidente, totalitariamente
aumentarem a duração do curso de Medicina, para oito anos, sob a égide de
necessidade de melhora da formação? Lembrando-se que hoje são seis anos mais os
vários anos da especialização (que na média dura três anos). Além de versar
sobre assunto que não conhecem bem, ainda ferem a constituição privando
profissionais da liberdade de escolha do local onde trabalhar. Por outro lado,
o ministro Mercadante, em resposta a uma crítica feita pelo Dr. Kalil (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1309442-mercadante-rebate-criticas-de-cardiologista-de-dilma-sobre-medicos-estrangeiros.shtml
), cardiologista da Presidente, disse (trocando-se em miúdos) que nunca será
possível um Hospital como o Sírio-Libanês no meio da Amazônia. Não? Qual o
motivo? O amazonense não o merece? O ministro, que ao que parece não é médico,
se esquece que sem meios o médico pouco pode fazer. Um pajé, dos bons, talvez
possa fazer mais, pelos lados de lá. Isso porque ele pode usar as ervas e
outras coisas mais, pois não é fiscalizado pela ANVISA, órgão do governo, e nem
pelo CFM, tendo a licença cultural para fazer o que quiser pois assim lhe foi
ensinado durante séculos. Mas o médico não pode, senhor ministro. Se o fizer, e
se der com “os burros na água”, vai pagar e caro, pois para processar médicos
não faltam interessados (advogado sedentos por indenizações, pacientes idem, órgãos
públicos, ONGs e etc). Médico é um profissional da ciência e não da magia,
senhor ministro. Se o senhor não quer gastar para montar e manter bons
hospitais, como acha que o médico vai resolver tudo, com os seus futuros oito
anos de curso? Só se nesses dois anos a mais, fizer estágio com pagés e com
praticantes de magia, pois tendo apenas as mãos, quem sabe ele possa curar um
câncer de laringe ou um linfoma, que são muito bem tratados no Hospital
Sírio-Libanês, usando uma boa “pagelança”. Temos muito o que escrever ainda.
Que os colegas completem esse desabafo...se
tiverem estômago. Parece que a questão é de ódio contra a classe médica.
E que esse ódio está produzindo um veneno tão potente, que obnubila o bom senso e a razão. Médicos, podem ter sido
pessoas ricas, no passado remoto, graças às famílias de posses. Por isso esse
ódio e ranço por parte de uma esquerda perdida e reacionária. Isso não acontece
mais. Na grande maioria, médicos são pessoas de classe média sofrida, cujos
pais suaram sangue na sua preparação. Médicos de hoje são pessoas abnegadas,
que estudam horas a fio. Não os comparem a certos médicos especialistas em
cabular aulas para ir a reuniões partidárias, que protegidos e indicados conseguem cargos
de destaque. E por fim, se querem
qualidade na medicina, fechem as muitas escolas que o MEC autorizou que
funcionassem, muitas sem o mínimo de condições para ensinar, sem um hospital
universitário ou mesmo um pronto-socorro. São vários pesos e várias medidas,
depende da plateia e da quantidade de veneno ideológico e preconceituoso ingerida.
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