02/07/2013 12h13 - Atualizado em 02/07/2013 12h21
Comissão irá apurar excesso de atestados de médicos em hospital
De acordo com secretaria de Saúde de Americana, faltas representam 30%.
Sindicato rebate e diz que medida visa desviar foco da falta de profissionais.
Do G1 Campinas e Região
Pacientes relatam lotação no Hospital Municipal
Dr. Waldemar Tebaldi (Foto: Reprodução / EPTV)
Uma comissão formada por médicos, a Secretaria de Saúde e o Sindicato dos Servidores Públicos irá avaliar e propor melhorias no atendimento da rede emAmericana, sobretudo do Hospital Municipal. Dr. Waldemar Tebaldi. Mas, uma das medidas apontadas pelo secretário de saúde, Fabrizio Bordon, já causa polêmica. Para ele, um dos objetivos da comissão é apurar o “excessivo número de atestados apresentados pelos servidores”. Para o sindicato, a media tenta desviar o foco da falta de profissionais.
Segundo o diretor superintendente da Fundação de Saúde do Município de Americana (Fusame), Eduardo José Pereira, a falta com apresentação de atestados no plantão fica em torno de 30%. São 10 profissionais escalados por plantão. “As faltas sem aviso prévio nos impossibilitam de conseguir repor o profissional escalado”, alega.
“O que falta é médico. Quando há faltas, é por excesso de trabalho” rebate o diretor do sindicato, Wagner José Salvato. Ele admite, porém, que alguns médicos preferem fazer horas-extras e ‘folgar’ em dias de atendimento. “Muitos fazem plantões continuados, porque recebem mais. Ai se sobrecarregam e depois pegam um atestado”.
Há dez dias, o sindicato fez um boletim de ocorrência por conta da precariedade no atendimento do Pronto-Socorro. No dia 23, um domingo, a escala contava com 15 profissionais, mas oito trabalharam, segundo o sindicato. “Apenas uma pessoa tinha atestado. Tinha três pessoas de folga, um absurdo. É questão de planejamento” completa Salvato.
Apesar das críticas ao secretário, o sindicato diz que a situação no hospital melhorou nas últimas semanas e que o número de macas nos corredores diminuiu drasticamente. A Fusame, que administra o hospital, anunciou a contratação de 26 profissionais da enfermagem. O hospital conta atualmente com 164 médicos e 316 profissionais da equipe de enfermagem (técnicos, auxiliares e enfermeiros). A qualidade do material utilizado, também criticada pelos profissionais, será avaliada pela comissão.
O Ministério Público (MP) já abriu um inquérito civil para apurar a eventual falta de estrutura no atendimento à população e precariedade nas instalações físicas e condições de higiene no pronto-socorro. Antes, um levantamento feito pel Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) apontou que o hospital tinha superlotação e sala de emergência inadequada.
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