08/07/2013 - 20h03 - Da Folha de São Paulo
Plano do governo é vazio, eleitoreiro e totalitário, diz Conselho de Medicina
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
O Conselho Federal de Medicina criticou nesta segunda-feira (8) o plano do governo para ter mais médicos no interior do país, lançado pela presidente Dilma Rousseff como uma resposta à onda de protestos.
Segundo o presidente da entidade, Roberto Luiz d'Ávila, as medidas não resolverão o problema da saúde no Brasil, que precisa de mais qualidade e não mais quantidade.
O conselho defende um aumento no orçamento da saúde e mais estrutura. "É um programa vazio e sem consistência, onde faltou a solução definitiva, e não medidas paliativas e eleitoreiras", disse o médico.
D'ávila afirma que o atendimento não vai melhorar nos próximos anos com o aumento de médicos.
"A população não pediu mais médicos. O governo inventou isso, depois de um gerenciamento incompetente, vem colocar a culpa dizendo que faltam médicos. É maldade colocar a responsabilidade que os médicos não querem ir ao interior. Queremos ir, mas falta estrutura. É impossível trabalhar se falta agulha, medicamento. É um sofrimento muito grande", disse.
O presidente do conselho de medicina comparou a obrigatoriedade para que os formandos trabalhem dois anos no SUS como um ato de país totalitário.
"Os países totalitários fazem isso, os países sérios criam condições para que os recém-formados possam ir espontaneamente ao interior. Por que só os médicos? Não faltam engenheiros? Se derem as condições e uma carreira, o médico estará em todo o lugar", afirmou.
D'ávila deu como exemplo Brasília, que proporcionalmente tem mais médicos que na Inglaterra, mas a qualidade é bem abaixo. A Inglaterra tem um dos modelos que inspirou o Ministério da Saúde neste novo plano.
"A diferença é que os países desenvolvidos colocam mais de 70% do total de dinheiro investido na saúde e o Brasil coloca 44% e as famílias colocam 56% em pagamentos diretos ou planos de saúde", afirmou.
ENFRENTAMENTO
O presidente do Conselho Federal de Medicina disse que a entidade vai trabalhar em duas frentes para derrubar o projeto do governo. A primeira é, ainda no Congresso, alterar os termos da Medida Provisória.
Além disso, o conselho disse que analisará o texto para questioná-lo na Justiça.
"Se acharmos que é ilegal, vamos a todos os tribunais. Temos duas frentes: a derrubada da medida provisória no Congresso e questioná-la judicialmente", afirmou.
Na verdade o programa atual nada mais é do que o antigo e fracassado PROVAB. Mas só que mais perverso pois:
ResponderExcluira) retira aquela percentagem que era para ajudar o médico do PROVAB a entrar na residência no final da prestação de serviço.
b) Inclui os médicos estrangeiros sem precisar do Revalida.
O CRM ficará subordinado a uma ficha que será enviada por uma comissão constituída pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da educação: MS + MEC conseguem fazer surgir um médico do dia pra noite... sem Revalida... proficiência em português... sem comprovação de titulo...
Ai quando dá um enorme problema tenta esconder debaixo do tapete.
Mais um dedinho de prosa: aqui na região uma Secretaria de saúde Psicóloga resolveu inventar a equipe multi-profissional. Bom até aqui nada de anormal...
O interessante foi que ela criou a multi-profissional sem médico.
Há uns 6 meses, foi suspenso a contratação de médicos e contratado enfermeiro, psicólogo, nutricionista, educador físico; sem necessidade pois o quadro para estes profissionais ja estava completo.
A solução: criar postos de saúde com estes profissionais apenas.
Se fosse um NASF dava até pra entender... mas nao.
Era, no entender dela, um posto de saude diferente.
Resumindo pois história é longa: Com dois meses destes postos já tinha enfermeiro e psicólogo apanhando da população; sei disso pois participei de pericias cíveis como assistente técnico.
Sem diagnostico médico, sem prescrição... sem a renovação e reavaliação devida dos esquemas anti hipertensivo.
Foi uma catástrofe silenciosa; AVC´s ; paciente com ICC descompensando dentro da unidade; paciente surtando...outro ficou sem medicação cometeu suicídio...
Alguns destes profissionais ficaram traumatizados..
Nada de nota no jornal... nada...
E há 1 mês venceu o contrato; todos foram silenciosamente dispensados.
E ontem soube que neste mês foram contratados 14 médicos. Contemplando TODA as equipes das unidades; fiquei muito curioso.
A cidade é pequena tem 6 UBSF.
Tão rápido?
Lógico, com um salário de PSF (de 40h), mas com carga de 20h e mais um adicional parrudo de deslocamento; até eu fiquei tentado a sair das minhas pericias cíveis e trabalhistas e ir para o PSF.
Um ato de desespero depois da merda feita anteriormente.
Ou seja... choram... reclamam... mas sem o médico o negócio não anda.
E nessa estrada da vida que já percorri vejo muita gente recalcada que estudou e não conseguiu medicina... acaba fazendo outra coisa e depois fica desmerecendo nossa classe.
Aqueles que escolhem outra profissão e seguem nela não tem problema nenhum e convivem conosco numa boa.
No entanto aquele que mais critica é justamente aquele que gostaria de ser medico.
Cito sempre o caso de um fisioterapeuta que adorava falar de medico; que os médicos isso... que tem que processar mesmo...
Que ele não prestaria nunca pra medicina pois queria gastar todo o dinheiro da família pagando universidade particular.
Beleza!
Peguei o nome desse cidadão e joguei no google; o cara tinha prestado medicina até no inferno.
Pouso Alegre, Itajuba, vassouras, valença, FURB -Blumenau, Alfenas ..
Putz... Alfenas?! Cara pra caramba!!!
Na primeira chance dentro do PS botei o cidadao no seu devido lugar. Nunca mais esse mala ficou falando abobrinha la dentro do hospital.
Enfim, acho que temos não só de ser mais unidos como pararmos de nos omitir.
Cada um que cuide da sua profissao. Não tá satisfeito?
Faz vestibular e fica 8 anos num curso de medicina.
abraços