Os médicos cubanos nem têm idéia do que os espera no Brasil. Podem escrever. Não me refiro somente às tradições, idiomas e legislação. Isso podem se acostumar. Nem ao fato de não poderem mais fazer as dezenas de abortos legais diariamente como de costume para quaisquer má-formações ou interesses maternos. Nem que a falta de recursos e estrutura de apoio justificada pelos brasileiros será problema. Eles não são tão avançados assim quanto a Presidenta pensa. Estou convicto que os principais problemas dos Cubanos para exercerem a medicina no País ainda não foram discutidos. São a Violência Urbana e o Estado "Bába" de Direito.
"Sim, mas os países socialistas são violentos!" dirão. Correto penso todavia a violência é a que o estado promove sobre a liberdade do cidadão e não a violência a qual estamos acostumados vinda diretamente do cidadão como: assaltos, sequestros, estupros, latrocínios e o mais. Estatísticas de várias organizações internacionais asseguram que andar na rua em Cuba é extremamente seguro. Isso mesmo. Andar em Cuba na rua é mais seguro que andar nos Países da Escandinávia que, por sinal, estão entre os mais seguros do mundo. A Taxa de Homicídio Cubana é menor que 5 por 100.000 habitantes enquanto outros países latinos possuem em média 50 por 100.000. Agora imagine esta turma perambulando pelas nossas periferias e interiores.
Na minha cidade Natal no Estado do RN, por exemplo, com cerca de 1.000.000 de habitantes, há varios postos de saúde e hospitais sem médicos na Periferia. Pode parecer, mas não se trata de uma "aversão" médica a pobreza tampouco a falta de condições de trabalho. Os médicos protestam muito, mas, de certa forma, são acostumados as condições brasileiríssimas. Mas o que dizer de um colega que assistiu 3 tiroteios na frente de um posto de saúde da Zona Oeste num período de 6 meses? E de outro que teve seu carro arrombado por 2 vezes em 1 ano? E de outro que foi agredido fisicamente por um "Pai" chateado pela demora com o atendimento? E das dezenas de milhares de drogaditos? É isso a nossa violência urbana não tem comparação. Ora, Cuba sequer sabe sobre dependência química que é problema crescente no Brasil tanto urbano quanto rural, simplesmente a ilha esta fora das rotas do tráfico.
A segunda questão é que em Cuba os cidadãos têm medo da autoridade pública. Isso é típico dos países socialistas. Neles, uma agressão a médicos em exercício não é tratada com a mesma leniência que na nossa "democracia". Somos uma sociedade viciada, cheia de direitos e sem deveres. Imagine quando pressionarem os cubanos pelos atestados médicos para as perícias médicas do INSS? E quando os doentes "exigirem" novos exames e especialistas? E quando o filho do vereador exigir algo? E quando forem processados por motivos banais? Chamarão Fidel para tirar-lhes da cadeia para a casa? E quando lerem que 5% dos homicídios são desvendados aqui na Terrinha?
Os Médicos Cubanos, se vierem sofrerão um choque quando descobrirem que manda no estado do Brasil é o cidadão. Que quem promove o medo é o cidadão. Que quem ameaça é o cidadão. Que os médicos do Brasil não vão para a periferia porque temem por suas vidas antes de tudo e não somente por questões políticas e técnicas. Quem viver verá....
Parabéns pelo conteúdo. Concordo plenamente com você Heltron. POdemos observar nos vídeos do YOUTUBE que na Venezuela a principal reclamação foi a necessidade de morar e trabalhar na periferia, exatamente por causa da violência. Não tenho dúvida que será um fiasco. Mas acho que a diferença na lingua é também muito significativa. Já trabalhei com alguns médicos de origem peruana e boliviana e a população volta na gente para que possamos explicar sobre sua condição de saúde.
ResponderExcluirHoje No Estadao saiu uma matéria que aborda a Banalização do Crime! Cada vez mais bárbaros! E se a saída de expressiva camada da pobreza e ascensão a classe media fosse suficiente, nao foi isso observado o que leva a pensar que há outros fatores! Em resumo: somos 3% da população mundial e 9% dos Homicídios!
ResponderExcluirE sejamos honestos: há muito mais coisa banalizada nesse Paisinho como a INCOMPETENCIA, por exemplo!
GUERRIHEIROS , NÃO MÉDICOS !
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