quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rotina do Absurdo - E aí Carneiro? Cadê o Programa de Qualidade de Vida do Servidor? O DIRSAT tem a oportunidade de mostrar na prática o que apresenta na teoria. Até agora Qualidade de Vida no INSS é conseguir chegar vivo em casa! E aí Carneiro como fica isso!?

Bem, no dia 26/03/2013, numa 3ª feira, por volta das 08:15h, chamei o seguradoSr. xxxxxxxx xxxxxxxxx da Silva (NIT xxx.xxx.557-76, RG xxx.xxx.658, Requerimento xxx.621.816, Benefício xxx.xxx.432-5) para dar início à sua perícia. Trata-se de um segurado motorista de ônibus que está afastado de suas atividades desde 2007 (inicialmente para tratar hepatite C mas que, após alta em 2008, passou a queixar-se de doenças psiquiátricas). Desde 2008 está sem benefício e vinha de inúmeros indeferimentos anteriores à minha perícia. A perícia transcorreu-se dentro da normalidade, sem nenhuma intercorrência. Ao final da perícia, por se tratar de segurado vinculado, solicitei que o mesmo aguardasse o resultado no salão de espera.

Em seguida, chamei a próxima segurada Sra. Maria xx xxxxxx xxxxxxx xxxxxxx (NIT xxx.xxx.647-84, RG xxx.xxx.169, Requerimento xxx.xxx.054, Benefício xxx.xxx.072-8) para dar início à sua perícia. Ao transcorrer da perícia da Sra. Maria xx xxxxxx por volta das 09:00h, escuto um homem aproximando-se da minha sala aos berros. Tratava-se do segurado anterior (Sr. xxxxxxxxx) o qual conseguiu se driblar 3 seguranças (todas femininas) e entrou na minha sala dizendo "Não sou vagabundo, não!" e "Vou mostrar para este merda que é vagabundo!". Neste momento, aproximou um 4º segurança (desta vez masculino) que se limitou em ficar na porta do meu consultório dizendo "meu senhor, saia daí! O senhor não pode entrar aí!".

Na sequência e sem resistência por parte dos seguranças, o segurado amassou a CRER com uma mão e com a outra bateu forte na minha mesa dizendo "quero que o senhor assine esta merda!" e insistiu dizendo "quero ver a sua assinatura aqui!". Neste momento, coagido e prevendo uma eminente agressão física, levantei e me posicionei na quina da minha sala com os braços defendendo a minha face.

Em seguida, o segurado Sr. xxxxxxxxxxx  me deu um soco em direção à minha cara, a qual foi protegida pelo meu antebraço esquerdo e, posteriormente, me deu um chute acertando a redião distal da coxa esquerda (próximo ao joelho), o qual causou escoreações. Não satisfeito, o segurado chutou o computador, derrubando o CPU e o monitor no chão.

O segurado só saiu da minha sala quando finalmente a sua esposa adentrou à minha sala e pediu, pelo amor de Deus, que o mesmo saísse de lá.

Após o ocorrido, o segurado permaneceu no salão de espera aguardando a chegada dos policiais (a PM foi chamada). Já na presença dos policiais (pasmem, que não fizeram nada!) que estavam ao seu lado, o segurança agrediu o segurança do INSS, Sr. xxxxxxxxxx xxxxxxxx da Silva (os policiais limitaram a assistir a cena!).

Auxiliado pelo colega Abdou, tomei as providências cabíveis. Fiz Boletim de Ocorrência, exame de corpo de delito no IML e protocolei, junto ao RH, o CAT (comunicado de Acidente de Trabalho) conforme fui instruído pelo próprio RH. A gerente executiva Sra. Sandra montou um Dossiê com as imagens do circuito interno de segurança, com as fotos e os demais documentos e deu entrada na PF para as devidas apurações.

Bem, como disse anteriormente, as lesões físicas (escoreações) foram apenas detalhes do processo e, hoje, já não tenho mais nenhuma lesão física... Entretanto, desde então, a minha vida mudou drasticamente e eu, previamente hígido e com uma vida normal, passei a viver dias de verdadeiro terror!!!!!! Durante os dias, alterno momentos de ansiedade profunda, com depressão e uma mistura de sentimentos (humilhação, indignação, impunidade, desprezo e pavor sem explicação!)... Mas, o pior têm sido as minhas noites! Nunca tive problema de insônia... O ocorrido foi numa terça (26/03), porém desde a madrugada de sábado para domingo (30 para 31/03), tenho tido pesadelos horríveis onde sou agredido e ameaçado de morte pelo segurado agressor e acordo em plena madrugada com taquicardia e sensação de morte iminente... É uma sensação horrível que não desejo nem para o meu maior inimigo!!! Acordo paracendo que tomei o maior susto da minha vida e, depois, não consigo mais dormir... Portanto, tenho tido importante privação do sono, acompanhado de dias horríveis e, geralmente, com enxaqueca...

Com nenhum antecedente pessoal de psicopatia, passei a fazer tratamento com psiquiatra (já fui à 2 consultas e, na semana que vem, já tem outra consulta agendada) e, desde ontem, me foi prescrito rivotril para conseguir dormir (segundo psiquiatra, trata-se de uma medicação emergencial, porém o tratamento será constituído por outras drogas)...

Bem, estes foram os fatos ocorridos...

As indignações são inúmeras pelo descaso do nosso patrão (ausência de rota de fuga, segurança feminino no fronte, os segurados nos vêem saindo e usamos a mesma calçada para acessar ao estacionamento... Dentre outras inúmeras falhas que não descrever agora pela tristeza que me bloqueia ao lembrar dos pormenores do ocorrido)...

O que mais temo é, se um segurado desarmado consegue fazer o que este fez, imagina só um segurado armado?! Com certeza não estaria aqui para contar história...

PS: anexo BO - porém, solicito que este não se torne público, pois haverá uma ação judicial e não sei o quanto posso me prejudicar tornando este documento público, ok?!

PS2: Número do protocolo do CAT (35415.000128/2013-17)

H.L.M. Perito Medico Região I

5 comentários:

  1. Companheiro, vou lhe dizer o final dessa História!
    Não vai acontecer nada com o Segurado! O mesmo está munido de relatórios "esquematizados" dando Cid. F de todo tipo, F32.3, F41, F43, etc etc etc. Vai alegar que teve um surto e vai ficar por isso mesmo! Sabe por que? Por que aqui é Brasil!
    Vou lhe dar a sugestão: se vc nao tem coragem de meter a mão na cara desses vagabundos, se vc nao tem coragem de registrar um 38 e meter bala sob ameaça, então companheiro CONCEDA o beneficio se achar que vai sobrar pra vc!
    País é repleto de malandros e não é vc Jesus Cristo!
    A concessão é muito simples: Transcreva o Relatório esquematizado que ele apresentou, transcreva o exame físico ( as sugestão do segurado, claro, exemplo: to com dor quando levanto a perna=Lasegue +, to com dor nesse movimento do cotovelo= cozen +, etc), conceda e tenha a CeRTEZa da VOLTa pra Casa InTEiro, VIVINHO da Silva! Vai poder beijar sua mulher, sorrir. M seus filhos, vê que maravilha!
    A Autarquia nao está preocupada com vc! A preocupação é com o Mobiliário apenas!

    Exemplo ilustrativo: Colega de Santos tomou facadas na coxa esuqerda, sangrou que nem um cachorro na sala de pericia, fez esse "parangolé" todinho que vc fez e o que aconteceu com A segurada agressora??? NADA!

    Então colega aprenda e deixe de ser besta!
    O segredo= faça a pericia Humanizada...
    E pau no U da aUrtaquia!

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  2. O Pior Aldo é que você tem certa razão. Sob ameaça física, psiquica ou contragimento a turma concede mesmo.

    A cena acima é típica. Tem todos os elementos de 90% das agressões. Desde a entrega da CRER na APS até a palermice das seguranças e da polícia. É exatamente assim.

    Acha que o Dr. Credenciado vai querer quebrar o Computador dele? Vai arriscar levar uns socos sem seguranca nenhuma na clinica privada? Ledo engado.

    A turma vai conceder adoidado.
    Sabe Aldo as vezes acho que voce tem razao. Para que lutamos tanto contra a terceirizacao e fraudes? Ora para que se colocar como escudo humano para os gestores, governo e lei?

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  3. Sob qualquer tipo de ameaça ou agressão o Perito médico/INSS deve:

    1 - Suspender a perícia do segurado que ameaçou ou agrediu por perda da isenção pericial. O setor administrativo pode posteriormente (em dia posterior) remarcar esta perícia de preferência para outra APS, registrando o ocorrido no PAP (Processo Administrativo Previdenciário) para os demais colegas administrativos e peritos terem ciência do fato ocorrido.

    2 - Suspender todas as demais perícias do dia, devido acidente de trabalho caracterizado por ameaça e agressão.

    3 - Registrar BO e CAT.

    4 - Em consulta com psiquiatra, por ansiedade pós-traumática tirar licença médica por cerca de 7 à 15 dias.

    5 - Realizar o quantitativo humanizado e correto de no máximo 02 perícias por hora.

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  4. sim, sei, certo...

    Na teoria tudo é muito lindo...Já no mundo real...

    A agressão é depois que o indivíduo pega a CRER e não vê lá o Cheque assinado, digo Benefício concedido!

    Ah, já sei, é só ter uma Bola do Futuro...Ah, pode apelar pra Mãe Diná ou até mesmo uma Cartomante, uma Astróloga...

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  5. Seria bom pedir afastamento por causa do trauma.... Mas ouvi dizer que afastamento por distúrbio psiquiátrico é difícil... Boa sorte

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