sábado, 20 de abril de 2013

NÃO DISSE? PLANOS USAM "HOSPITAIS DE GRIFE" PARA ECONOMIZAR EM PROCEDIMENTOS.

Primeiro leia este tópico: http://www.perito.med.br/2013/02/medicina-de-classes-as-tres-medicinas.html

Agora leia esta matéria sobre seguradoras usando hospital de renome para "rever" indicações de cirurgias ortopédicas:  http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/04/1265817-hospital-encontra-excesso-na-indicacao-de-cirurgia-de-coluna.shtml

Não vou entrar no mérito se existem cirurgias indicadas em excesso ou não. Provavelmente sim. Inclusive no próprio hospital em questão.

A questão é o uso da suposta "excelência" e da "medicina baseada em evidências" para fazer economia (no caso, 54 milhões de reais) com a saúde dos outros.

Quem determinou que tal hospital possui o condão de definir o que é certo ou errado? Onde está escrito que a opinião desse hospital é "padrão-ouro" para alguma coisa? Como que os médicos de lá aceitam "rever" indicações de colegas de forma compulsória a pedido de seguradoras e mudar condutas à revelia do assistente inicial? 

Como acreditar no diretor do hospital quando ele diz que "não está agindo no interesse da operadora" se as mesmas já economizaram 54 milhões em poucos meses e, pior, os pacientes "reconsiderados" estão sendo submetidos a "tratamento alternativo" sob a guarda do próprio hospital em questão?

Ou seja, além de usar o prestígio midiático para cancelar procedimentos caros indicados por terceiros, ainda fatura os pacientes e os procedimentos clínicos secundários à "contra-proposta".

Código de Ética Médica:

Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.

Art. 53. Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para procedimento especializado de volta ao médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe as devidas informações sobre o ocorrido no período em que por ele se responsabilizou.

Art. 54. Deixar de fornecer a outro médico informações sobre o quadro clínico de paciente, desde que autorizado por este ou por seu representante legal.

Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.

Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório.


Esse hospital, o diretor e os médicos envolvidos, ao confessarem e defenderem o esquema, já estão na prática condenados pelo CFM. A violação é tão clara que só resta pedir desculpas. Queremos acompanhar de perto para ver até onde o poder do prestígio do hospital de renome.

Se o que esse hospital de ponta está fazendo não é anti-ético, é melhor rasgar o código de ética médica,

3 comentários:

  1. A pergunta que fica e deve ser respondida pelos autores dos estudos... Quantos paciente que foram "erroneamente" indicado cirurgia na coluna estavam afastados pelo INSS??? Muitos desses NUNCA melhoram, ludibriam seus médicos assistentes que acabam indicando cirurgia.
    Vide STC e tantas outras patologias...

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  2. Mas vcs hein...
    Esse caso é muito simples!
    Trata-se das Seguradoras arrumando um jeitinho pra nao gastar! Sao impedidos pela lei 9656/98 de terem serviços próprios diferente das Medicina de grupo e Cooperativas! Dai o esquema com o Ainstein!

    O campeão nesse esquema é a Amil, que com a UCP= Unidade de Correção Postural e muito "sambarilove" economiza Horrores!
    Há de se considerar o esquema das próteses de Titanio, de mais de 100 milhas, onde os "neuro" botam uma grana bem legal no bolso!

    Aprendam uma coisa, aqui é Brasil, é jeitinho, é esquema! Esses cabras tão reclamando pois nao estão levando "o extra" pra casa, dai vem com esse papo de anti-ético etc e tal!

    Acorda né
    ;-))

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  3. Falta fazer um controle sobre os ganhos secundários. O cirurgião fica numa situação difícil, não encontra justificativa e o cara só piora, alguns pedem para ser operados.

    Suspeito que ganhos secundários seja um dos grandes fatores das más-indicações.

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