Nos últimos dois meses, 38 dos 56 drogaditos internados na Comunidade Terapêutica Renascer, que eram contribuintes INSS deixaram de receber
Por: Mônica Jorge
Um impasse entre especialistas em psiquiatria e médicos peritos previdenciários tem colocado a segurança pública em risco. Nos últimos dois meses, 38 dos 56 drogaditos internados na Comunidade Terapêutica Renascer, de Pelotas, que eram contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deixaram de receber auxílio doença e terão que, ainda em fase de tratamento e sem liberação dos médicos psiquiatras da instituição, voltar ao convívio social. Caso contrário perderão o emprego, já que médicos peritos da instituição federal os consideraram aptos a voltar ao trabalho. O subdelegado da Região Sul da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract), Leonardo Corrêa, afirma que a situação não é um caso isolado, mas um problema em todo o Estado. O assunto será levado a audiência pública marcada para sexta-feira na Câmara dos Vereadores.
Preocupados com a situação, já que até o final de tratamento os dependentes estão muito vulneráveis a uma recaída, o diretor-técnico da Renascer, Ricardo Valente, e o fundador e diretor administrativo da instituição, Cristiano Vargas, procuraram o Ministério Público Federal (MPF) em Pelotas para pedir ajuda. Valente afirma que todos os internos já cometeram atos de violência sob efeitos das drogas e 70% dos pacientes apresentam outras comorbidades psiquiátricas, como bipolaridade, depressão, transtorno de personalidade boderline e estresse pós-traumático. "O tratamento é longo e não pode ser interrompido no meio, tem todo um processo regulamentado pelo Ministério da Saúde e Anvisa que precisa ser cumprido. Hoje o INSS está trancando um salário mínimo, mas daqui a sete meses o governo federal terá de pagar mais de R$ 3 mil para sustentá-los no presídio, pois é este o destino de quem não faz um tratamento adequado", ressalta.
Fonte: Diário Popular
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