sexta-feira, 5 de abril de 2013

DENUNCIA - O CAOS NO ATENDIMENTO DE MACAÉ

Jornal O DEBATE buscou saber quando o atendimento na parte da tarde voltará, mas agência não informou


A saúde é um dos calos da Capital Nacional do Petróleo. A situação no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de Macaé continua um completo caos. Idosos e doentes crônicos em uma enorme fila, aguardando para serem atendidos, sem sucesso. O cenário, que já era comum no local, se agravou ainda mais desde o último dia 15 de março, quando a agência do INSS resolveu suspender o atendimento às pessoas não agendadas na parte da tarde. Na porta da agência, o anúncio é de que a mudança no horário de atendimento é transitória, mas as evidências mostram que o temporário parece não ter fim.

“Estou aqui desde as 6h. São 11h e ainda não fui atendida. Tive alta da perícia no início de março, mas não tenho condições de trabalhar. Tenho um sério problema de coluna e no coração, mas eles dizem que posso trabalhar, sem ao menos me examinar direito. Agora alegaram que eu tenho que falar com a assistente social, mas ela ainda não chegou. São 11h e ela ainda não está aqui. Às 13h a agência fecha e vou ficar sem atendimento mais uma vez. Estou desde março sem receber o benefício e sem poder trabalhar. Além disso, somos mal atendidas, os funcionários são mal educados e acham que estão lhe fazendo um grande favor”, reclama Cristina, que trabalhava como babá.

As reclamações também são referentes à enorme fila que as pessoas são obrigadas a enfrentar todos os dias para serem atendidas. “Não tem fila para idoso. Ficamos todos aqui nessa fila enorme para chegar lá e receber uma senha e esperar mais um tempão. Não estamos aqui por prazer. Infelizmente precisamos estar aqui. Todas essas pessoas estão doentes e eles não se sensibilizam com nada”, afirma a faxineira Raquel.

Carla Silva contou à equipe do jornal O DEBATE que no último dia 14 de março realizou a perícia e teve seu benefício prolongado até julho, devido ao problema em seus calcanhares. No entanto, neste mês o pagamento dela não foi feito e quando ligou, no INSS disseram que o benefício havia realmente sido prolongado, mas o pagamento estava bloqueado por alguma razão. “Não tenho como ficar nessa fila, porque não consigo ficar em pé. Estou há horas esperando. Tive que pedir para um senhor ficar na fila para mim guardando meu lugar.”

No último dia 18 de março, o jornal O DEBATE também esteve no local e encontrou o mesmo caos. Na ocasião, os seguranças da agência informaram que as pessoas teriam que agendar uma consulta por telefone ou pela internet, ou enfrentar a fila que se forma antes mesmo das sete da manhã na porta do órgão. A distribuição de senhas acontece a partir das 7 horas e dependendo do volume de pessoas dura até as 13h30. Quem quiser entrar na agência sem agendamento e senha deverá chegar ao órgão entre 7h e 13h30. Depois desse horário somente quem chegou cedo para pegar senha ou agendou através de outros canais estão liberados a passar pela porta que possui dois seguranças e fica fechada. Quem não pode chegar cedo e não consegue agendar, fica do lado de fora.

Além disso, muitas são as pessoas que chegam ao local com consultas agendadas, mas recebem um papel informando que sua perícia foi reagendada para um mês depois. “Tinha uma perícia agendada, mas acabei de descobrir que ela foi remarcada para o dia 26 de abril. É um absurdo”, diz a cozinheira Regina dos Santos.

Sem resposta

Para muitos contribuintes, a razão do fechamento das portas na parte da tarde é pela falta de peritos na agência do INSS de Macaé. “Eles sempre reagendam as perícias sem explicação nenhuma, só que se olharmos lá para dentro vemos que não há ninguém sendo atendido. Ou seja, o problema é que não há ninguém para atender”, reclama a doméstica Roberta do Nascimento.

Um cenário de caos e sem previsão de acabar. Todos os dias as pessoas enfrentam o mesmo problema e os funcionários da agência parecem não se importar com a situação. A equipe do jornal O DEBATE tentou conversar com o gerente da instituição, mas ele alegou que não poderia dar entrevistas e que teríamos que ligar para a agência de Campos. Tentamos contato pelo telefone, mas não conseguimos falar com ninguém.'

Fonte: O DEBATE - Diário de Macaé

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