quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Alô Maria Maeno!

14/02/2013 - 12h17 - Atualizado em 14/02/2013 - 15h09

Corrida em busca de atestados médicos após o carnaval lota hospitais e unidades de saúde
No Pronto Atendimento da Glória, em Vila Velha, 300 pessoas procuraram atendimento nesta quarta

Samanta Nogueira
Foto: Gabriel Lordêllo - NA
No PA da Glória, em Vila Velha, 300 pessoas procuraram atendimento nesta quarta-feira

Atualizada às 14h09

Prontos-socorros públicos e privados ficaram lotados na tarde desta quarta-feira (13) na Grande Vitória. De acordo com médicos, cerca de 30% dos pacientes atendidos buscavam atestado para justificar a ausência no trabalho. A maioria dos casos, inclusive, foi de pacientes que pediam atestados retroativos de três ou quatro dias, período do feriado de carnaval, alegando que passaram mal. A denúncia foi dos próprios médicos que negaram todos esses tipos de pedidos.

De acordo com o diretor técnico do Pronto Atendimento (PA) da Glória, Eliud Garcia Duarte Júnior, 300 pessoas procuraram atendimento após às 18 horas nesta quarta-feira. O local ficou superlotado por conta dos pacientes que buscavam atestado e também daqueles que realmente estavam passando mal, apresentando principalmente sintomas de dengue. O atendimento só foi normalizado por volta de meia noite. A equipe médica, afirma o diretor, estava completa com: cinco clínicos gerais, quatro pediatras, dois cirurgiões e um dentista plantão

O diretor do PA explicou que o atestado é um direito do paciente quando o médico constata, presencialmente, a doença. "O paciente chega na quinta-feira, alega que está desde a terça-feira passando mal e que só pode vir hoje. Ele exige que o médico dê o atestado referente aos dias anteriores, mas isso é proibido por lei. O médico só pode atestar o que está vendo no momento e não pode retroagir. Isso causa uma certa confusão e dificuldade de relacionamento durante a consulta", disse.

Para os empregadores, os atestados irregulares causam transtornos e gastos desnecessários. O diretor do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado e empresário, Antônio Perovano, destacou que cerca de 20% dos atestados médicos que circulam nas duas empresas onde é diretor-presidente são falsos, adulterados ou suspeitos. "Quando você tem um feriado prolongado, há um aumento de 25% de funcionários que apresentam atestados médicos em relação ao número de empregados que faltam em dias normais", falou.

O síndico de um condomínio em Vila Velha, Carlos Araújo, disse que já passou por diversas situações onde os funcionários apresentaram atestados médicos em períodos de feriados. "Nós, enquanto empregadores, ficamos reféns de um médico. Se ele dá um atestado, quem somos nós para questionar? Na quinta-feira antes do carnaval um funcionário apresentou um atestado em que o médico constatou virose. Enquanto síndico eu aceitei, mas enquanto pessoa desconfio que seja uma fraude",frisou.

De acordo com o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Osvaldo Pavan, a atuação do conselho ocorre quando há denúncia. Geralmente, segundo ele, são verificados carimbos de médicos falsificados ou adulteração dos dias de dispensa. No entanto, um projeto de um sistema de emissão de atestados médicos on-line com cópia para o empregador vai eliminar a possibilidade do documento retroativo. 

Com o atestado eletrônico, todas as informações ficarão armazenadas em um banco de dados e será possível fazer uma análise dos períodos onde há maior emissão do documento. Ainda no primeiro semestre está prevista a regulamentação do projeto pelo CRM.

A delegada Gracimeri Gaviorno, da Delegacia de Defraudações e Falsificações, afirmou que tanto falsificar o atestado como atestar um estado de saúde irreal do paciente é configurado como crime de falsificação de documento. No caso do médico, a pena pode ser de um mês a um ano de prisão. E o paciente que apresenta o falso atestado pode pegar de um a cinco anos de prisão.

Fonte: Rádio CBN Vitória (93,5 FM)

5 comentários:

  1. Ué, os trabalhadores não são puros, ingênuos e sinceros em 100% dos casos?

    Não estou entendendo... Cadê a doutora da Fundacentro pra explicar isso?

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  2. O problema Dr. Francisco é quem é correto, honesto, não é fraudador, acaba pagando a conta por causa do estereótipo já imerso no subconsciente do médico. Os senhores peritos talvez por verem tantas tentativas de fraudes, acabam achando que todos são iguais. Mas não é assim. Tem muito gente desonesta, vide a elite política do país, mas também tem muita gente honesta, correta.

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  3. Sao brasileiros, brasileiros! Querem dar um jeitinho! A Maria Marmo nao entende isso pois fica somente em sua Sala climatizada! Como alguém pode falar algo sem nunca ter feito uma Pericia? Sem experiência no riscado? Sem vivência alguma para conhecer como se comportam os trabalhadores brasileiros e "aquela vontade louca de trabalhar"?!
    So sendo a Maria Maemo mesmo...

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  4. Hulk, de verdade você acha que peritos médicos e médicos ao se deparar com segurados ou pacientes já visualiza fraudadores antes de qualquer contato. Acho que isso é um estereótipo quanto aos médicos.quando nos comentamos aqui são os casos que nos revoltam que são os fraudadores. Mas a maioria das pessoas que eu pericio e atendo como médico assistente são pessoas que precisam e realmente estão em situação de doença. Que é o normal, o que deve ser. Porém o que chama a atenção são osaanormais. Por exemplo fulano pedir atestado retroativo na quarta feira de cinzas, vai pra pqp ! Isso é chamar de burro achar que isso é verdade. Salvo aqueles que ficaram internados durante o período. Então ao ver nossos comentários falamos dos casos fora do normal. Nem todos são doentes e nem todos são fraudadores apesar de ser um número inaceitável de meliantes.

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