O INSS não aprende com os próprios erros. A eterna tentativa em querer corrigir os problemas tratando médico como se fosse burro de carga sem entender o fenômeno da fila e sem saber fazer o diagnóstico da "doença da fila" (claro, quem comanda não é médico e não faz a menor idéia do que é fazer um diagnóstico) causaram o colapso do atendimento médico pericial no País.
O primeiro local onde isso ocorreu de forma consumada foi na SR Sul, que chegou a ter 841 peritos em dezembro de 2010 e fechou dezembro de 2012 com apenas 255 peritos. Isso mesmo leitores, em 2 anos a SR Sul perdeu 586 peritos, 70% do quadro pericial entrou no esvaziômetro (exonerômetro + aposentômetro).
E mesmo assim o INSS sequer era capaz de manter esses sobreviventes (melhor termo para definir um perito no Sul) no atendimento prioritário. Dados de outubro mostram que mesmo com apenas 267 peritos, 50 deles estavam "à disposição" de outros órgãos ou setores, 20% do quadro pericial.
Enrolaram por um ano a Justiça Gaúcha e a DPU; Inventaram mentiras como o atestado médico eletrônico, ficção não-científica do ex-Presidente Hauschild baseada em falsas premissas. Nada deu certo, a justiça cansou e condenou o INSS a pagar todo requerimento de auxílio-doença com mais de 45 dias de espera.
Agora que foram notificados, bateu o desespero. Qual solução adotar? Reformular as regras? Regularizar o fluxo administrativo e acabar com essa palhaçada de deixar qualquer um marcar perícia sem prévia filtragem administrativa? Instituir a circunscrição obrigatória para impedir que um segurado de Rondônia agende pelo 135 uma perícia em Canoas e ganhe o benefício sem perícia?
Não: A tática dos ineptos que insistem quem querer comandar a área de benefícios por incapacidade é a única que sabem fazer: Pressionar mais, esmagar mais e chicotear mais os peritos gaúchos e espremê-los até parar de sair sangue.
Já tentaram assédio moral ano passado, chamando os peritos de vagabundos com direito a entrevista caluniosa na mídia local. Após a reação dos peritos, com demonstração matemática de que os peritos gaúchos são os que mais trabalham e mais produzem mesmo na adversidade e com a comprovação documental da culpa da gestão, foi apenas questão de dias para o ex-Presidente cair. O ex-presidente, que chamou os peritos de vagabundos na ocasião, ironia do destino, caiu e responde PAD por corrupção e improbidade após ser pego em operação da PF.
Agora consta que irão in loco a Porto Alegre comandar pessoalmente o chicote, aumentando agendas e pressionando feitura de perícias mesmo em situação de irregularidade documental. Oferecem ao Presidente do INSS o famoso esquema CARACU, onde os superintendentes entram com a cara e os peritos com o resto. Querem pressionar mais ainda os poucos médicos que ainda se dispõe a trabalhar para o INSS no Sul.
Acham que assim se livrarão do problema. Ledo engano. O aumento da pressão só irá diminuir a produtividade e aumentar o exonerômetro, agravando ainda mais o quadro.
Pode começar a assinar os cheques, INSS. Serão muitos. Se querem uma dica de como resolver o problema, leiam aqui, aqui, aqui e aqui.
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