Contradição em laudos médicos impede segurado de receber benefício do INSS
APESAR DAS PERÍCIAS FEITAS PELOS MÉDICOS DA EMPRESA À QUAL CLETOMILDO DOS SANTOS É VINCULADO INDICAREM QUE ELE NÃO PODE TRABALHAR, PERITOS DO INSS AFIRMAM QUE ELE ESTÁ APTO, BLOQUEANDO SEU BENEFÍCIO
FOTO: Antônio Cota
Cletomildo diz que começou a passar necessidade dentro de casa, precisando pedir dinheiro emprestado a outras pessoas
Governado Valadares -
Há quase 10 anos, Cletomildo Agostinho Almeida dos Santos, de 51 anos, teve sua coluna fraturada em acidente de trabalho. Ele é empregado de uma empreiteira e, após o acidente, começou a receber o benefício de auxílio-doença pelo Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Contudo, há aproximadamente um ano, perícias do INSS indicam que ele está apto a trabalhar, e por esse motivo o benefício foi suspenso. De acordo com Cletomildo, ele realizou outros exames, com ortopedistas e outros médicos do trabalho da cidade, e todos esses laudos feitos indicam sua inaptidão ao trabalho.
Em um dos laudos, feito por um médico particular da cidade no segundo semestre deste ano, consta que o segurado possui uma patologia degenerativa osteoarticular, de caráter permanente e definitivo, além de uma hérnia de disco lombar, e que por isso ele não possui condições de assumir suas atividades laborativas. De acordo com Cletomildo, apesar de vários médicos confirmarem sua condição, o INSS não aceita esses laudos e seus peritos informam que ele está apto ao trabalho.
Até o momento já foram 15 negativas ao benefício, e a situação dele e da família só vem piorando. "Eu fico sem saída, porque eles falam que eu posso trabalhar, mas os médicos da empresa e outros que paguei, particulares, informam que não. Enquanto isso fico sem trabalhar e sem receber o benefício. Eu sofro demais com essa coluna. Tem hora que ela sai do lugar e eu tenho que ficar amarrado por quatro dias, com uma cinta, sem poder fazer nada. Já começamos a passar necessidade dentro de casa, precisando pedir dinheiro emprestado para outras pessoas, para colocar as coisas dentro de casa. Isso não é vida de homem", conta.
Mais problemas
Um outro problema de Cletomildo também envolve o INSS, há mais tempo. De acordo com ele, enquanto ainda recebia o benefício, o instituto começou a descontar um valor de seu pagamento. "Eles descontavam todo mês um dinheiro do meu benefício, como se eu tivesse feito um empréstimo, coisa que nunca fiz. Entrei na Justiça há quatro anos, e na época somava aproximadamente R$ 2 mil o que o INSS tinha que me devolver. Quanto não deve estar valendo agora?"
INSS
O INSS informou, por sua assessoria de imprensa, que Cletomildo esteve em gozo de benefício de auxílio-doença acidentário no período de 06/04/2003 (data de início do benefício) a 31/03/2011 (data de cessação de benefício). O benefício foi concedido pela Agência da Previdência Social de Governador Valadares. Ainda de acordo com a nota, até a data do encerramento do benefício, em março de 2011, Cletomildo passou por várias perícias médicas devido aos vários requerimentos feitos ao INSS. Após a data de encerramento do benefício, em 31/03/2011, o segurado também entrou com vários requerimentos e passou por mais perícias médicas, que mantiveram o último parecer da perícia, isto é, a recuperação laboral do segurado.
Ainda segundo o INSS, a última perícia realizada pelo segurado em questão foi feita no dia 21/09/2012. O Instituto informou que não foi reconhecido o direito ao benefício, tendo em vista que não foi constatada, em exame realizado pela perícia médica do INSS, a incapacidade para o trabalho. Portanto, não há constatação de incapacidade laborativa. O INSS esclareceu que a perícia médica realizada pelo Instituto verifica a incapacidade do segurado para o trabalho. O médico perito avalia o relatório do médico assistente objetivando estabelecer o nexo entre doença e a incapacidade para o exercício da atividade. O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho.
Quanto aos descontos debitados na época em que ele recebia o benefício, não foi possível verificar a existência de nenhum processo em andamento na Justiça Estadual movido por Cletomildo Agostinho Almeida dos Santos contra o INSS, conforme consulta realizada no portal eletrônico do TJMG.
Perícia feita pelo médico do trabalho??
ResponderExcluirVem cá, reporterzinha de quinta, se a palavra do médico do trabalho é tão definitiva assim, porque diabos você acha que existe perícia no INSS?
Vá estudar!!
Ai é tipo umAposentado por Invalidez que teve beneficio suspenso... Brasil tem 80% mais "Inválidos" que qualquer País serio!
ResponderExcluirGoverno com a treta de cortar Aposentadoria por Invalidez! Governo que vá lá e corte! Perito otário que cortar vai arriscar a vida, correndo risco de tomar tiro, facada ou uns tapa no pé do ouvido e ficar por isso mesmo! Gerente geralmente ainda dá um Cafuné na sala dele! Juiz alega quase sempre inimitável, devido atestados com Cid. F claro!
Acorda Mané! Vê a cara do Segurado, lembra Charles Bronson em Desejo de Matar!
Deveria ter o Curso "Abre os Olhos" do Perito...
ACORDAAAA!
;-))
Esse caso é simples, trocando em miúdos:
ResponderExcluirÉ Empreiteira, medico do trabalho depois de 8, 10 anos vai dar inapto no ASO claro pois a empresa já botou outro no lugar e nao vai querer dor de cabeça com Encrenqueiro!
Com as altas do INSS a empresa é conivente! Pode ser responsabilizada, MAS pode alegar limitação funcional e dizer que o INSS não reabilitou! Como é provavelmente alguém com baixo nível de escolaridade, indo pra ação Juiz manda reabilitar, INSS nao consegue e Aposenta!
O único inconveniente é do segurado ter também atestados com Cid. F e peritos correrem risco de tomar um tapa no pé do ouvido, tiro ou facada!
E o perito nao pode esquecer do quase sempre cafuné que o Gestor dá após a agressão inclusive pede uma água com açúcar pro segurado se acalmar!
Aqui é Brasil pessoal, a banana ta comendo o macaco!