Essa semana o JN fez uma série de reportagens sobre a formação do médico no Brasil, na esteira da publicação do midiático exame Cremesp 2012.
As reportagens abordaram primeiro a polêmica do número de médicos e sua distribuição: O Governo defendendo a política já aqui denunciada de desvalorização da medicina pela estratégia de entupimento de profissionais, mascarando números para dizer que tem pouco médico no Brasil e os Conselhos de Medicina do outro lado defendendo o óbvio, que quantidade não é qualidade e que essa tática só favorece à indústria de faculdades de medicina (o Brasil já tem mais faculdades que os EUA -400 milhões de habitantes e maior PIB do planeta e a China - 1,5 bi/hab, só perde para a Índia - 1,2 bi/hab).
Depois as reportagens mostraram o que aconteceu em um estado que recebeu 04 faculdades de medicina nos últimos 11 anos (Rondônia) e o resultado era o esperado: A saúde pública continua um lixo, pois as escolas não estão estruturadas, o SUS é subfinanciado e não tem estrutura alguma. Inclusive os médicos formados já começam a deixar o Estado (óbvio ululante).
Em seguida mostrou uma matéria sobre tecnologias na formação médica (óbvio que teve que filmar nas públicas de São Paulo pois infelizmente são as únicas adequadamente financiadas) e uma matéria sobre o NHS, o SUS da Inglaterra, que mostra que o segredo para uma boa medicina pública é (por favor Presidente Dilma e Ministro Padilha, vejam a matéria) o que todo mundo sabe: Formação calcada na pesquisa e na cobrança, sistema de saúde estruturado, salários compatíveis com a importância e a dedicação da profissão, sem recalques, sem doidice de botar psicólogo para mandar em médico. E o professor londrino lembrou o que o Presidente do CFM já havia dito: "Quantidade não é qualidade".
Na sexta matéria sobre a completa falta de formação dos médicos diplomados, a falta de vagas na residência e o impacto disso no atendimento ao público. E hoje matéria sobre os médicos formados no exterior que precisam revalidar o diploma, o enorme número de reprovados, as tentativas fúteis do governo em tentar facilitar essa entrada (Claro, não serão eles os médicos dos filhos dos políticos que defendem isso) e a denúncia dos médicos sem diploma exercendo ilegalmente a medicina em locais pobres, com a anuência dos secretários de saúde como a "mercenária do Acre" (aliás a denúncia foi lá).
É exatamente isso que vai ocorrer se criarem um "exame de ordem" com o médico já diplomado: Dinheiro para cursinho, passou vai pro litoral, não passou fica no interior atendendo pobre escondido.
É a política do PT para a saúde: Medicina de Grife para os filiados ao partido e aos ricos, Medicina de convênio para a classe média que sustenta esse país e medicina de pobre com médicos clandestinos para os miseráveis.
Vejam as matérias:
Um comentário:
Vc pega um estado como Rondônia onde 1, 2% da População tem plano de Saude, o restante e atendido pelo SUS! 70% dos atendimentos do SUS é realizado por medicos residentes, dai o por quê dessas faculdades nesses locais: remuneração pífia pro Residente com aquela Bolsa de fome! O Governo é esperto!! Mas ai quando termina a residência, quem diabo vai querer morar no meio do nada, sem infra-estrutura pra trabalhar e sem remuneração condizente com a complexidade da atividade medica?! Pra receber R$ 1,5 mil por mes?! isso explica porque SÃo Paulo tem 1 medico para cada 234 habitantes, onde mais de 50% da população tem plano de saude!
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