ESQUEMA "CARACU" EM AÇÃO NA GEX SOBRAL - SUPERINTENDENTE QUE PASSA A MÃO NA CABEÇA DE SEQUESTRADOR INICIA CAÇA A PERITOS PARA PAGAR DÍVIDA ASSUMIDA COM COMPANHEIROS BANDIDOS.

Este blog recebeu o seguinte relato, que foi editado para proteger a fonte:

"Olá Francisco,

Acredito que voces tomaram conhecimento da invasão da Gex Sobral e manutenção de refens ( Gerente Executivo e seu substituto ) durante negociação na qual não foi chamada a policia mas foi negociado o lombo, digo , o trabalho pericial, onde foi solicitado 04 peritos para darem conta de 02 mil processos represados. Horas depois novo e-mail, desta vez informado que se não houver voluntarios serão convocados ex-officio.

Engraçado, não chamam a policia par resolver caso de manutenção em carcere privado mas invocam a Justiça para obrigar os peritos a irem para lá (dizem no oficio que já consultaram o procurador do INSS e este disse que é legal ).

Os peritos estão temerosos: se conseguiram mediante carcere privado de gerentes, qual será o proximo passo carcere privado de peritos para serem obrigados a "melhorarem as concessões", digo , as pericias?

 

Correção:
Francisco, o email intimando o peritos a se apresentarem para realizar pericias de emergência em Crateús e Tauá , sob pena de determinação ex-officio partiu da Superintendencia Regional do Nordeste alegando ser determinação do presidente do INSS frente ao caso. O Gerente Executivo da Gex Sobral , que sofreu a ação de carcere privado, enviou anteriormente um email apenas solicitando voluntarios para " pagarem " a conta do sequestro!Reitero que até este momento não ouvi falar de qualquer represalia legal ao sindicato envolvido em cárcere privado , mas a represália legal aos peritos,  partindo da Sup Regional do Nordeste, caso não se apresentem, surgiu rapidinho rapidinho..."

Era óbvio que isso ia acontecer. O que ocorreu em Crateús tem nome e se chama crime e a resposta do INSS também tem nomes, que são incompetência, covardia, paternalismo e oportunismo com possível uso indevido e não autorizado do nome do Presidente do INSS.

Para quem não teve a oportunidade de ler, este BLOG acompanhou em tempo real semana passada o sequestro de servidores da APS Crateús promovido por sindicato rural local que utilizou desse expediente terrorrista para reclamar da falta de peritos. O próprio gerente executivo de Sobral e seu substituto estavam entre os sequestrados (Clique aqui, aqui e aqui).

O Superintendente da Regional IV não acionou a polícia, abafou o caso na mídia local e negociou com os terrorristas sindicalizados ainda com os seus servidores mantidos em cárcere privado e prometeu o lombo dos peritos para poder se salvar e salvar ao Gerente. No dia disse que "AGORA IRIA procurar uma solução" (Por que não procurou antes se os problemas já eram conhecidos, veja aqui.) e assinou dizendo que "iria conseguir".

Chegou a hora de pagar a dívida assumida junto aos terrorristas sequestradores e ao invés de denunciar o sindicato na polícia e na Justiça, ou de resolver os graves problemas de gestão na GEx Sobral, começou a caçar peritos como se fossem animais para poder satisfazer a sanha bandida dos sindicalistas, que provavelmente repetirão esses atos terrorristas pelo Ceará afora caso a experiência dê certo.

Vejam o modus operandi do INSS: Primeiro o gerente convidou educadamente peritos para pagarem a sua conta. Nem deu tempo de responder e o superintendente já chegou ameaçando, com a coragem que lhe faltou quando foi instado a resolver o problema em Crateús. Reparem que o nome da APS Tauá não está nesse relato à toa, os próprios bandidos disseram que iriam lá fazer o mesmo se os "peritos não aparecessem" para fazer as perícias que eles querem.

Se algum perito chegou a pensar em ir, depois dessa "ameaça" deve ter repensado dez vezes. Mais uma vez a incompetência gerencial é colocada na conta dos peritos, que não tem poder nenhum sobre a gestão. Imaginem com qual isenção e segurança um perito iria fazer essas perícias.

Esses gestores boicotam os peritos pois não nos querem em cargo de poder, morrem de medo disso. Mas ao mesmo tempo não querem largar o osso de nos comandar pois somos usados pelo INSS como moeda de troca nos interesses políticos pessoais de cada gerência. Essa é a verdade: O INSS quer prostituir a medicina e fará de tudo para impedir que a perícia médica funcione, pois assim perderão poder.

Em caso de crise não convidam, ameaçam. Não oferecem uma recompensa, um prêmio, intimidam. Usam essas crises para chantagear peritos a trabalharem mais do que já trabalham, "senão serão convocados", como nos tempos da União Soviética. Quem não trabalhar para o regime "será enviado ao gulag na Sibéria".

Por isso que as APS vizinhas estão sem médicos. Por isso que em breve essa GEx poderá vir a sofrer com a falta de médicos. Um já se aposentou hoje (vide aposentômetro) e fez bem. Poderia estar encoleirado em Crateús para pagar uma dívida que não lhe pertence.

A fila é culpa dos gestores, é culpa do INSS. Não é culpa dos peritos. Ao querer usar o perito como prostituta o Superintendente apenas piora o problema, pois será difícil conseguir preencher algum cargo vago por ai depois dessa.

Esse é o famoso esquema "CARACU" que impera no INSS, onde os gestores do INSS entram com a "CARA" e os peritos são convidados ou forçados a entrar com o resto.

O sindicato ligado à CUT sequestra e mantém em cárcere privado servidores públicos e quem é ameaçado de punição são os peritos. Depois o Presidente do INSS fica se perguntando porque ninguém quer assumir as vagas do concurso e porque a exoneração está explodindo país afora.

Quanto à dúvida do colega, a resposta é simples, basta ler com atenção:

A remoção ex-offício está prevista na Lei 8.112/90 e está condicionada ao interesse da administração. Mas não basta meramente o interesse do gestor. Apesar de, nesse módulo de remoção, o interesse do servidor não ser o prioritário, para remover por ofício a SR e a GEx precisam seguir a Lei, que implica em montar um processo administrativo, com direito à defesa e manifestação do servidor, tem que ter estudo técnico para embasar a remoção e só pode ser removido após publicação em Boletim de Serviço. Essa publicação não pode ser feita sem que o processo seja antes analisado e os recursos julgados. Os prazos de remoção tem que ser cumpridos, podem ser até de 30 dias e se houver remoção da sede o INSS tem que arcar com os custos de moradia e remoção e translado.  Tudo isso consta nas normas do RH. A mera publicação de uma "portaria" contendo nomes e locais de destino é ilegal e poderá ensejar Processo Administrativo Disciplinar por improbidade administrativa contra quem assinar tal documento, além da declaração de plena nulidade do documento,  como ocorreu em São Paulo em 2010.

Além disso, diversos motivos alheios à vontade do administrador podem impedir a remoção por ofício, como por exemplo se o servidor objeto da remoção for acometido por doença incapacitante, se a sua remoção colocar em risco a segurança de seu lar e de sua família, se o local a ser removido for área de notória insegurança ou até mesmo se no edital do concurso prestado a escolha foi por cidade e não por gerência. Sindicalizados em cargos de diretoria não podem ser removidos por ofício também, por exemplo.

São apenas exemplos de alegações que o servidor poderá usar para recusar a remoção por ofício sem poder ser punido. Caso alguém especificamente queira maiores orientações, por favor nos contate no email do sindicato (vide topo do blog).

E 4 peritos para limpar 2000 perícias represadas? Isso dá 500 perícias por perito mais as 15-18 diárias que devem estar sendo agendadas. Pra limpar isso nos prazos que os terrorristas exigiram, cada perito teria que cumprir agenda de 18 perícias/dia mais 22 perícias a mais por dia, num total de 40 perícias diárias, tendo que trabalhar no Natal e Ano Novo.

Vai ser perfeitamente compreensível que os peritos de Tauá e Crateús e os "convocados" sofram de súbito mal de estresse, CID-X F43.9 e necessitem de algumas semanas de repouso.