O deputado Berzoini, ex-Ministro da Previdência Social (expulso após obrigar velhinhos a se derreterem embaixo do Sol em filas para o recadastramento em 2003), propôs em 2010 a extinção da perícia médica e o fim do trabalho no Brasil.
Ela viria na suave forma da
alteração do artigo 42 da Lei 8.213/91, retirando o termo "médica" da perícia e colocando "multiprofissional" em seu lugar. A justificativa é a mentira da chamada saúde multidisciplinar e sua lógica mentirosa de "analisar sobre vários ângulos" uma coisa que é privativa de médico, ou seja, diagnóstico de doença e de incapacidade por doença.
Se trata do PL 7200/2010 (
clique aqui para ler seu teor e
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aqui para ver o que este blog já disse sobre esse PL).
Na prática, o projeto atende a interesses corporativistas e estatais de tirar o poder do médico em decidir sobre assunto de grande relevância social e rebaixar sua importância, rebaixando com isso também os salários pagos a esses profissionais.
Na lógica destrutiva e absurda do homem que quase matou os velhinhos de insolação, uma pessoa poderia até não ter uma doença clínica comprovada, mas se ela estiver "socialmente" despreparada, ou "psicologicamente abalada" ou "cinesio-funcionalmente prejudicada", isso bastaria para declará-la incapaz. Ou seja, transforma em regra a exceção (afastamento por "incapacidades").
Na prática isso matará o trabalho neste país, tirará nossa força produtiva e irá criar uma geração de vagabundos e encostados. Na ausência de quem sustente isso a médio prazo, pode-se dizer até que esse projeto é anti-brasileiro, anti-nacionalista e anti-patriótico, pois nos deixará sem capacidade de competir internacionalmente porque alguns bancários desumanos investidos de deputados querem derrubar o poder dos médicos.
Mas o que as entidades médicas citadas no título, a saber, ANMP (antiga associação dos peritos do INSS), ANAMT, APMT (respectivamente associação nacional e paulista de medicina do trabalho) e SBPM, (sociedade brasileira de perícia médica) tem a ver com isso?
Com o PL do Berzoini, nada (espero).
Mas ao defender em fórum a criação da "Perícia Geral da União", retirando o termo "Perícia Médica" apenas por não quererem pedir desculpas pelo plágio cometido a este blog, estão na prática dando elementos para que o Governo crie uma Perícia "Geral" e em sendo "Geral" caberia todo tipo de profissional não-médico.
Nessas horas, o nome é fundamental, tanto que o deputado Berzoini luta há 2 anos para retirar o termo "médica" da Lei 8.213/91.
Ora senhores, não era mais fácil pedir desculpas
pelo plágio ou citar a autoria do texto que eles usaram em sua reunião?
A inspiração na "AGU" foi péssima pois o "geral" da AGU se refere à advocacia (advocacia geral). Apenas isso. "Perícia" não é uma profissão, é um ato exercido por múltiplas profissões.
Ao quererem emplacar o termo "PGU" para se diferenciarem de nós, estão na verdade entregando o ouro aos anti-médicos, que irão dizer que "os próprios médicos" defendem uma "perícia geral", uma "perícia multiprofissional".
É decepcionante saber o que o ego faz com a inteligência de algumas pessoas, que em tese se julgam cientistas ou especialistas. Num passado cheguei a pensar que alguns destes poderiam ser especialistas em astúcia, mas depois do "perícia geral" eu peço desculpas à astúcia pelo erro de julgamento.