segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Reportagem mostra drama de inválidos que não recebem benefício do INSS



http://globotv.globo.com/rbs-sc/jornal-do-almoco-sc/t/veja-tambem/v/reportagem-mostra-drama-de-invalidos-que-nao-recebem-beneficio-do-inss/2108732/

3 comentários:

Rodrigo Santiago disse...
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Rodrigo Santiago disse...

Excelente, doutora! Foi muito educada, objetiva, relativizou os casos pontuais (e disse bem que qualquer profissional é suscetível a falhas), sem, contudo, deixar de dar-lhes importância, não se precipitou e não se impressionou com o "vitimismo" e "coitadismo" tendencioso e destituído de dados técnicos que a imprensa produz para contrapor a sociedade contra a classe inteira, argumentou com fundamentos técnicos, citou o caso da APS de Palhoça em que uma segurada quebrou a agência inteira por causa do indeferimento do pleito, MAS foi considerada capaz na perícia psiquiátrica da Justiça Federal (sem querer dizer que as decisões da JF são superiores, melhores, infalíveis ou mais fundamentadas do que as do INSS).

Mas, quero chamar atenção de outras coisas aqui: vejam que quando(nas poucas ocasiões) em que a imprensa resolve chamar um perito para discutir perícia (como ocorreu aqui) foram utilizados 03 repórteres (que é um batalhão de repórteres) para entrevistar uma única perita, tentando (ainda que subrepticiamente) intimidá-la, mas não conseguiram o intento.

Antes pelo contrário a colega derrubou todas as tentativas de desqualificar a perícia TÉCNICA e LEGALMENTE (contra o coitadismo sem fundamentos) e o mais engraçado (e triste ao mesmo tempo) é que quando a conversa começava a ficar boa (ou seja, quando as verdadeiras informações estavam sendo exibidas à sociedade, desmentindo muita coisa e retirando o tendenciosimo da matéria) os 03 jornalistas logo se apressaram em dar cabo da entrevista alegando que não tinham mais tempo.

Senhores, aprendam que perito não é vendedor de bananas (sem querer desqualificar nenhum), que perícia é algo EXTREMAMENTE complexo e que mesmo o mais expert de todos os médicos às vezes pode ter dúvidas em casos pontuais (não adianta eu dizer isto para um leigo que acha que pode dar palpite petulantemente sobre as decisões periciais, pois não têm conhecimento nenhum para tanto) porquanto o julgamento de incapacidade (é um julgamento, não é uma homologação de atestado apenas) envolve: o enquadramento em Vários requisitos legais (dentre eles o da doença pré-existente que se aplica ao último caso da matéria e explica o porquê a requerente não recebeu o benefício - para espanto dos repórteres que logo deram um fim na matéria), da avaliação da doença (que é diferente em cada indivíduo), do próprio indivíduo (que é diferente de qualquer outro), do trabalho ESPECÍFICO (e aqui inclui o ambiente de trabalho, as obrigações das empresas, etc) segurado pelo INSS e, por último, o fator mais imponderável (como se ainda já não bastasse para se ter uma alta dose de complexidade no julgamento) que é a VONTADE, a RESILIÊNCIA, a DISPOSIÇÂO individual, o fator emocional de cada periciado.

Acham que é fácil fazer uma perícia ou que o bom perito é aquele que concede tudo?Acham que o bom perito é aquele de quem ninguém reclama?Acham que aqueles que recebem os benefícios reclamam de maus tratos?Acham que os peritos são mal educados e que indeferimento de um benefício é sinônimo de humilhação?Acham que os peritos são a tábua de salvação e de apedrejamento do mundo e que muitos que não trabalham e que não têm VONTADE de trabalhar - mesmo que estejam, em tese, orgânicamente capazes e psíquicamente aparentemente também capazes - assim agem por que querem (strictu sensu), sem que o governo e as políticas sociais não tenham uma IMENSA parcela de culpa por não ofertar bons e ótimos empregos, condições de trabalho e salários bons e ótimos para a maioria da população, desestimulando o cidadão de trabalhar algumas vezes, já que, por outro viés, há uma infinidade de estímulos (como algumas matérias jornalísticas) que incitam o cidadão a não querer trabalhar (não estou fazendo julgamento de nenhuma das pessoas periciadas da reportagem, até porque seria leviano fazê-lo, como disse a colega, sem outros elementos probatórios)?

dmg disse...

http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=22946

Por Saul Venâncio de Quadros Filho,
advogado e presidente da OAB da Bahia.

Como seria bom se todos compreendessem e reconhecessem, como reconheceu o juiz Rafael Magalhães, mineiro, um dos mais eminentes do Brasil, quando, há mais de 40 anos, proclamou que "o advogado precisa da mais ampla liberdade de expressão para bem desempenhar o seu mandato" e que "o juiz deve ter a humildade necessária para ouvir com paciência as queixas, reclamações e réplicas que a parte oponha a seus despachos e sentenças", arrematando que "seria uma tirania exigir que o vencido se referisse com meiguice e doçura ao ato judiciário ( pericial) e à pessoa do julgador ( perito) que lhe desconheceu o direito".
Parafraseando:
"seria uma tirania exigir que o vencido se referisse com meiguice e doçura ao ato previdenciário ( pericial) e à pessoa do julgador ( perito) que lhe desconheceu o direito".