quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PERITOPENIA CRONICA

Construção de 38 novos postos do INSS no Paraná se arrasta há quatro anos
 
63% das agências prometidas pelo governo em 2008 ainda não foram entregues. Além disso, faltam peritos na maioria das unidades que ficaram prontas


Sem médicos suficientes, perícias seguem em ritmo lento

Ao passo que as novas agências não são concluídas, sobram processos em análise nas mesas do INSS no Paraná. Além de ser o líder de processos parados por culpa da própria autarquia, o estado também acumula um total de 55.492 procedimentos em análise. Desses, 48 mil referem-se a benefícios por incapacidade, isto é, que necessitam de perícia médica. Apenas São Paulo tem mais procedimentos em análise por incapacidade do que o Paraná, com um total de 85.645.

A falta de médicos peritos culmina com uma espera de quase três meses até o contribuinte realizar o exame. Somente após a perícia é que o benefício pode ser liberado.

No país, de acordo com o INSS, existem 4.579 peritos, sendo 189 no Paraná. Segundo o órgão, foram chamados 24 profissionais em julho e outros 22 devem assumir até o final do ano.

Enquanto os peritos não começam a atuar, somente três das 14 novas agências da Previdência no estado têm profissionais fixos nos estabelecimentos. Em São Miguel do Iguaçu, por exemplo, o médico atende uma vez por semana. Nas demais, os exames periciais só podem ser feitos em agências de outras cidades.

Deslocamento forçado

Os contribuintes de Imbituva (Campos Gerais), por exemplo, precisam se deslocar 33 quilômetros até a agência de Irati para conseguir o atendimento.

É o que acontece com o aposentado por invalidez Valdomiro Galvão. Hoje com 66 anos, ele terá de viajar para realizar uma revisão do benefício. “Não tem como fazer aqui [em Imbituva]. Falaram que eu preciso fazer”, conta.

A diretora da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, Keti Patsis, afirma que essa deficiência atrasa a análise de processos dos contribuintes. “Em muitas situações, as pessoas dependem da concessão do benefício para sobreviver. Afeta diretamente a vida do contribuinte”, ressalta.

Segundo ela, não adianta construir novas agências se não há profissionais. “A gente está sobrecarregado. São pelo menos 15 perícias por dia, o que dá mais de 250 exames por mês”, afirma. O ideal seria uma média de 150 perícias mensais.

Na íntegra:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1291929&tit=Construcao-de-38-novos-postos-do-INSS-no-Parana-se-arrasta-ha-quatro-anos

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