tradução livre de fragmento do livro "Atlas Shrugged" Rand, Ayn; 1957.
O PORQUÊ DA DESISTÊNCIA DO DR. HENDRICKS DA PRÁTICA MÉDICA
“Eu desisti quando a Medicina foi colocada sob o controle Estatal, alguns anos atrás”, disse o Dr. Hendricks, “Vocês tem noção do que significa estar apto a conduzir uma neurocirurgia ? Imaginam as habilidades necessárias e os anos de entrega apaixonada, excruciante e sem concessões que a devoção em adquirir tais habilidades exigiu?
O PORQUÊ DA DESISTÊNCIA DO DR. HENDRICKS DA PRÁTICA MÉDICA
“Eu desisti quando a Medicina foi colocada sob o controle Estatal, alguns anos atrás”, disse o Dr. Hendricks, “Vocês tem noção do que significa estar apto a conduzir uma neurocirurgia ? Imaginam as habilidades necessárias e os anos de entrega apaixonada, excruciante e sem concessões que a devoção em adquirir tais habilidades exigiu?
Justamente este custo é que não colocarei à disposição daqueles que têm, como única habilidade, a de me impor caminhos desonrosos de suas generalizações fraudulentas que permitiram aos mesmos serem eleitos como detentores do privilégio de forçar seus desejos como se tais desejos estivessem na ponta de um revólver.
Não permitirei que eles se apropriem da prerrogativa de impor como verdade o que julgam terem sido as motivações de meus anos de estudo, minhas condições de trabalho, minha escolha de pacientes ou o que estipulei como remuneração justa a pleitear. Observei que em todas as discussões que precederam a “escravização da Medicina” tudo era discutido - menos os desejos dos médicos.
Sempre se considerou o bem estar dos pacientes, sem nenhuma reflexão sobre as necessidades de quem provê os cuidados necessários a este bem estar. O fato de que os médicos poderiam vir a se interessar e ter direitos, desejos ou escolhas em relação aos temas envolvendo seu próprio trabalho, sempre foi negligenciado e considerado como "arroubo de egoísmo"...Médicos não devem escolher, pois sua escolha primordial deveria estar alinhada com o “servir”...diziam. Pensar sobre o perigo de fomentar homens impulsionados a trabalhar sob compulsão, embrutecidos e crédulos sobre a impossibilidade de criticar, nunca pareceu ser um erro para aqueles que decidiram ajudar os enfermos tornando a vida dos saudáveis impossível.
Frequentemente reflito sobre a complacência daqueles que resolveram ter certeza de tomar para si o direito de me escravizar, controlar meu trabalho, forçar minha vontade, violar minha consciência, sufocar minha mente- o que esperam eles de mim quando estiverem numa mesa cirúrgica, contando com minhas “mãos”, submetidos a meu saber? O código moral deles ensinou a acreditar que é possível confiar na virtude de suas vítimas.
Pois então...Esta é a virtude da qual estou abrindo mão. Deixemos que eles descubram o tipo de médicos que tal sistema produzirá. Deixemos que descubram, quando estiverem na mesa cirúrgica, que não é seguro depositar suas vidas nas mãos de homens que foram asfixiados, sufocados por eles. Isto não será seguro se caírem nas mãos de um homem ressentido pelo que lhe foi imposto...E será ainda menos seguro se caírem nas mãos de um homem que nem se importa com isto...”
Por isso que quando eles adoecem, vão pro Sírio Libanês em Sao Paulo! Os corredores do Hospital até parece que vc está num centro político...no final de tudo não será medicina de rico e de pobre, será medicina de político e medicina do resto! Os melhores médicos estão jogando a toalha, cansados...vai ficar apenas, a maior parte sem ética, sem respeito a medicina, sem senso de responsabilidade! Será justamente esse o futuro! O que vc espera de um país que não é serio, que juiz rasga leis, que a corrupção é corriqueira e joga no ralo 30% do que se arrecada?
ResponderExcluirConfiam na nossa virtude, na escolha profissional sublime que fizemos. Quantas vezes evocam o juramento hipocrático contra nós? Vis, como são, apostam que nunca reagiremos e nem precisam nos apontar armas para tudo tirarem de nós. Lindo texto, ótima tradução.
ResponderExcluirPara quem preferir o original:
ResponderExcluirWhy Dr. Hendricks Gave Up His Practice
"I quit when medicine was placed under State control, some years ago," said Dr. Hendricks, "Do you know what it takes to perform a brain operation? Do you know the kind of skill it demands, and the years of passionate, merciless, excruciating devotion that go to acquire that skill? That was what I would not place at the disposal of men whose sole qualification to rule me was their capacity to spout the fraudulent generalities that got them elected to the privilege of enforcing their wishes at the point of a gun. I would not let them dictate the purpose for which my years of study had been spent, or the conditions of my work, or my choice of patients, or the amount of my reward. I observed that in all the discussions that preceded the enslavement of medicine, men discussed everything - except the desires of the doctors. Men considered only the 'welfare' of the patients, with no thought for those who were to provide it. That a doctor should have any right, desire or choice in the matter, was regarded as irrelevant selfishness; his is not to choose, they said, only 'to serve.' That a man who's willing to work under compulsion is too dangerous a brute to entrust with a job in the stockyards - never occurred to those who proposed to help the sick by making life impossible for the healthy. I have often wondered at the smugness with which people assert their right to enslave me, to control my work, to force my will, to violate my conscience, to stifle my mind - yet what is it that they expect to depend on, when they lie on an operating table under my hands? Their moral code has taught them to believe that it is safe to rely on the virtue of their victims. Well, that is the virtue I have withdrawn. Let them discover the kind of doctors that their system will now produce. Let them discover, in their operating rooms and hospital wards, that it is not safe to place their lives in the hands of a man whose life they have throttled. It is not safe, if he is the sort of man who resents it - and still less safe, if he is the sort who doesn't"
Valeu colocar o original, !
ResponderExcluirEstão brincando com a alma e com a vida dos médicos. Abusam ao máximo da nossa boa vontade e amor à profissão. Mas como tudo tem limite, os bons médicos vão acabar, sumir, desistir... Sempre existirão médicos. Mas seriam esses "médicos mesmo" ou somente carimbos para livrar a cara de governantes (faz de conta que...)? E o povo, a sociedade, pagará o preço. Pois nesse mundo, nessa existência, tudo tem preço. Vão procurar médicos de verdade, com a lanterna acesa, mas não encontrarão. Pois esse tipo de profissional, de qualidade, não se forma da noite para o dia, e chorarão lágrimas de sangue até que alguma possível mão de obra de valor, não esses de escolinhas ruins ou estrangeiros pseudo-formados (alguns), apareça.
ResponderExcluirTexto profundo e desconcertante,aborda uma verdade inconteste. Estou aqui a refletir sobre essas sábias palavras.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar esta pérola conosco, Luciana.
Abraços cordiais,
Sionara
Texto profundo e desconcertante, aborda uma verdade inconteste. Estou aqui a refletir sobre essas sábias palavras.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar conosco esta pérola, Luciana.
Abraços cordiais,
Sionara