sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ponto de Vista - O INSS brigou com as mãos e tem que trabalhar

E que situação! A Crise de Gestão no INSS é sem precedentes, e está instalada, e é profunda. Os dados oficiais do próprio INSS recentemente apresentados internamente apontam que há dois anos, pelo menos, tem havido represamento sistemático crescente das análises de requerimentos principalmente na Região SUL - mesmo com os números estáveis mensais destes flutuando entre os 110.000 a 140.000. Ou seja, não havia outro caminho. Mantendo-se os pedidos e diminuindo a capacidade de vazão. Era um colapso anunciado. 

Informações do Blog Perito.med apontam que desde Abril de 2010, época pré-Hauschild e pré-greve, a região de Santa Catarina, por exemplo, já sofria com falta de Peritos do INSS. Os motivos, os mais variados, são expostos aqui diariamente. Com a chegada da greve histórica de 2010, esta passou a ser o bode expiatório perfeito para perpetuar a ideia de que “os peritos são os culpados pelas filas” até 6 meses o seu término, ora, tudo se mostrou uma grande falácia administrativa. Naquela época já estávamos todos desmotivados. Sabíamos onde isso iria terminar em breve, mas, como a esperança é o tesouro dos sofredores, nos iludimos com a comemorada chegada – neste blog - do novo Presidente Mauro Hauschild que reacendeu ânimos de esperança. Ah! Que Pena! Tudo se mostrou fogo de palha.

Passado um ano de gestão não houve avanços na situação das Perícias Médicas. Dizem que o novo presidente não teve forças para vencer a cancerosa estrutura política enraizada anti-perito da República de Araçatuba. Será? Bem, não sei se foi por isso, mas o que quer que tenha sido, o está fazendo pagar um preço amargo com sua própria imagem já arranhada recentemente pela Revista Veja. Não dá mais para esconder. 

Especula-se que a gestão de Araçatuba tenha conseguido impor o mesmo modus operandi sobre o novo presidente, que ficou encantado com a ideia obsessiva do "novo modelo", e continuara a apertar os servidores que restaram, a terceirizar a perícia e a manter uma atmosfera messiânica de "novo concurso salvador" resolverá. Virá!!!... Doce ilusão. Limitados não conseguiram ver e nem entender o X problema. Exatamente, por isso, atualmente todas as medidas falharam. Quanto mais apertaram os servidores médicos, mais saíam. Quanto mais terceirizavam, mais aumentavam as filas. Quanto mais faziam concurso, mais concursos precisavam. Sem saída. Tentaram de tudo, inclusive tapar o vazamento anunciado da exoneração maciça dos aposentados adotando todas as medidas possíveis para que ficassem: Abono de Permanência, Curso pé-na-cova amarrado por dois anos, Níveis de ascensão e, agora, o principal requinte de crueldade, retirada a GDAMP (50% do salário) dos aposentados.Cuspiram na cara daqueles que deram seu sangue para a instituição. 

Ora, quanta inocência! Imaginar que se pode gerir o gigante INSS sem boa-vontade, motivação e, agora, sem a participação das engrenagens que correspondem a 70% da força produtiva. Ah! Vendedores de ilusões quem comprou vai querer de volta o preço político. 

Estranho nisso tudo é que agora a turma de Araçatuba vem falar em “Plano de Emergência” para Perícia Médica como se a situação instalada existe por uma catástrofe nuclear, um tsunami ou uma epidemia de largas proporções... Como se APS significasse: "Avaliação de Pronta Solicitação". Ora, por favor, o que acontece hoje nada mais é que reflexo de todas as pequenas e grandes decisões e ações do passado. Sim, o nosso presente caótico tem passado e nosso passado tem vários nomes alguns inclusive "premiados” – quem quiser vasculhe por aqueles que estiveram à frente das decisões nos últimos cinco anos na Previdência e saberá facilmente. Óbvio vão negar até a morte. 

Esta semana, mais uma vez, a turma que não larga o osso no INSS anunciou que vai aumentar novamente o quantidade de perícias médicas diárias, quando sabemos que não é esse o principal problema. Ela apenas irá inflar ainda mais os médicos contra o governo que precisa destes como nunca antes e pode enfrentar uma greve pior e mais motivada ainda que a de 2010. Ah! Insistir no erro já é burrice. 

O INSS brigou com as próprias mãos e precisa digitar. Amputá-las certamente não a melhor opção... A única forma razoável é motivando a perícia - aquele jogo de fazer as pessoas fazerem o que você quer que elas façam porque elas o querem fazer. Sem isso a instituição jamais sairá de onde se colocou, do buraco. Como fazer? Não sei, mas arrisco dizer que seja preciso rever isso: 

1) Subordinação absurda a Chefia não-médica 
2) Salários baixos e Gratificação Congelada há quatro anos 
3) Pressão por metas e resultados inatingíveis no atendimento 
4) Ponto Eletrônico mesmo agendamento informatizado e Big Brother 
5) Agressões repetidas sem resposta da casa 
6) Retirada de GDAMP dos aposentados e insalubridade reduzida 
7) Má distribuição interna e desetímulo para viagens e trabalho em pequenas cidades 

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