O excelente texto do Dr. Heltron sobre o fenômeno moderno que engloba a relação cada vez mais conflituosa entre o saber popular e o saber científico é preciso e verdadeiro em sua análise. O tema é tão relevante que já foi alvo de estudo pela prestigiada Revista Científica "Nature" em 2011.
No artigo (clique aqui) Roger Chafe e colegas analisam o poder de impacto das chamadas redes sociais e a internet em geral na definição de políticas e prioridades de pesquisa científica e conclama os cientistas a se engajarem numa melhor comunicação e linguagem científica a um mundo moderno mergulhado em mídia que não é mais deferente ao saber científico e cita um caso clássico que ocorreu no Canadá mostrando que, sem controle, o poder da opinião pública podem nos levar a escolhas equivocadas.
""(...)In this new social-media environment, researchers and clinicians need to engage more actively with the public to articulate the science validating, or debunking, novel treatments — and to ensure that patients' concerns and priorities are heard."
(...)
"A clear lesson is that the traditional approaches for communicating scientific findings to the public and to policy advisers (reports, briefing notes, press releases and news conferences) are insufficient. When patient groups are using social media to advocate and mobilize, scientists must use similarly effective tools to communicate.Scientists and research funders also need to avoid adopting an 'us versus them' mentality. Many researchers have been frustrated by the lack of impact that science often has on public debates, but new models for engagement are emerging."
(...)
"In the long term, to prevent an increasing proportion of public resources being diverted to testing what will probably turn out to be ineffective or harmful therapies, more effort needs to be devoted to improving the scientific literacy of the public, politicians and the media — and to engaging with a public that is no longer deferential to experts."
Chafe R, Born KB, Slutsky AS, Laupacis A.The rise of people power. Nature. 2011 Apr 28;472(7344):410-1.""
O que isso tem a ver com a perícia médica? Tudo. Os mesmos questionamentos feitos aos cientistas em geral são feitos aos médicos e a "certeza da verdade" por parte do segurado é a gênese de muitos problemas no nosso trabalho hoje em dia. E não achem que esse tipo de atitude vem apenas da população em geral. A falta de respeito por parte de dirigentes e políticos com relação ao nosso saber com certeza tem impacto direto na nossa atual condição de trabalho. É necessário melhorar o diálogo mas para isso o perito tem que parar de se omitir e começar a se engajar nessa causa.
Um comentário:
O problema é simples em diagnostico mas complexo em solução: EDUCAÇÃO
O uso de redes sociais e internet e do computador de uma forma geral trouxe o emburrecimento da população! Ninguem mais pensa, apenas repetem conceitos, palavras e idéias que escutou ou viu! Não há o novo, não há o Saber! Ate simples equações de matemática é feita com uso de computadores, veja em suas compras No supermercado, nas lojas! A massa não estuda, tem suas ações balizadas na anarquia; filhos nao respeitam pais, pais nao respeitam filhos, estudantes nao respeitam professores, trabalhadores nao se respeitam entre si! A mediocridade está em todo lugar e de forma impregnada!
Quando foi que vc viu durante a gestão do atual presidente do INSS, algo sensato? Acertado?
Quando foi que vc viu do Governo, a instrucao da população quanto a previdencia social?
Quando foi que vc viu algo sensato por parte dos segurados?
A sociedade com base na anarquia está fadada ao fracasso...os indivíduos com base na ignorância estão condenados a mediocridade!
Não há descobertas sem o saber, ninguem cresce sem o saber, o país nao evolui sem o saber!
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