O CAOS NA GESTÃO DO INSS E A SABOTAGEM DA CARREIRA MÉDICO PERICIAL - O COLAPSO JÁ COMEÇOU NO SUL

E está se espalhando pelo resto do País. Com perda de quase 20% dos quadros em 4 anos com tendência à aceleração dessa curva conforme visto em tópico recente a tendência é ver o "meltdown" do INSS em no máximo 2 anos se nada for feito. Abaixo o gráfico mostra a evolução no tempo médio de espera por uma perícia nas 5 superintendências do INSS.

Conforme já mostrado por esse BLOG, a falta de peritos, seja pelas exonerações a pedido, aposentadorias ou pela má distribuição dos ativos associado à manutenção da demanda mensal vista nos informes estatísticos do INSS estão causando um represamento de atendimentos que acumula-se causando as enormes filas de espera. 

Mesmo com a produtividade média por perito aumentando em quase 15% no período analisado (menos peritos atendendo mais) não está sendo suficiente para limpar a demanda interna, que representa a demanda mensal nova (estável há 2 anos) + acúmulo da demanda represada anterior + acúmulo das novas demandas geradas pelas concessões anteriores. O resultado está sendo catastrófico e atinge primeiramente o Sul, onde uma política persecutória de peritos por parte de membros do MPF já denunciada aqui foi responsável pelo esvaziamento acelerado dos quadros periciais comparado a outras regiões. Mas em breve o país inteiro estará nessa situação.

Ao invés de resolver a gestão da demanda e da oferta, o INSS se apega a soluções "fáceis" de mandar como arrancar o couro dos poucos peritos restantes, conceder benefícios sem análise de processos, atestados eletrônicos que não existem na prática....

Enquanto o INSS não assumir que o ÚNICO caminho para resolução do problema é a valorização do perito e da carreira pericial, o buraco não vai ter fim.

Porém percebemos que aparenta não ser do interesse por parte de alguns o fim do buraco e das filas, pois com as filas vem as famosas diárias para deslocamentos de servidores e esse mercado gerou 1.7 bilhão de reais em pagamentos a servidores do INSS somente em 2011, juntando todos os carimbos pelo qual se pagam esses deslocamentos.

O dinheiro gasto com diárias daria para pagar todas as reinvidicações dos peritos mais contratação dos quadros restantes e sobraria muita grana. A quem interessa o caos? Aos peritos certamente não.

 Em 2009 a perícia médica do INSS zerou as filas no país todo. Desde então vem sendo paulatinamente sabotada por diversos atores. Agora nos parecem sábias as palavras já repetidas pelo então presidente da ANMP no início da década passada, quando denunciou situação semelhante. Uma década se passou e tudo continua igual.