Caos nas perícias
INSS quer amenizar drama em 120 dias no Estado
Reunião do presidente do órgão com peritos da Capital e da Região Metropolitana se encerrou com promessas e um pedido velado de desculpas
Após quatro horas de cobranças e explicações, a reunião do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, com peritos da Capital e da Região Metropolitana se encerrou com promessas e um pedido velado de desculpas.
A previsão é de que o quadro caótico para o agendamento de perícias em Porto Alegre, Canoas e Novo Hamburgo seja amenizado, em até 120 dias, com o remanejamento de profissionais de outras regiões.
Embora o encontro tenha distensionado a relação entre Hauschild e os médicos, peritos prometem colocar a possibilidade de paralisação na pauta da assembleia da categoria, na próxima segunda-feira, em Porto Alegre.
Agendado para as 13h, o encontro se iniciou com uma hora de atraso. Ao chegar à Agência de Previdência Social de Benefício por Incapacidade, Hauschild, semblante tensionado, proibiu o ingresso da imprensa no auditório. Em entrevista a Zero Hora, ele havia dito que peritos lotados em Porto Alegre "não têm o mesmo volume de trabalho que outros médicos da perícia do INSS" e sugeriu que profissionais possam não cumprir seus horários de trabalho. A decisão de vetar a presença de jornalistas contrariou o presidente da Associação Gaúcha dos Médicos Peritos Previdenciários, Francisco Carlos Luciani:
— Nós queríamos que a imprensa estivesse aqui dentro. Não temos nada a esconder. Os dados do próprio INSS atestam a produtividade dos peritos gaúchos.
Com as portas de vidro cerradas, protegidos pela cortina, Hauschild e médicos lavaram roupa suja.
— Foi uma discussão dura, mas o resultado foi bom. Mostramos para ele que, entre 2008 e 2012, a média de aposentadorias e demissões de peritos no Estado foi de 41% enquanto que, no mesmo período, a média no Brasil foi de 15%. Ele pareceu surpreso — diz Clarissa Coelho Bassin, diretora do Sindicato Médico e vice-presidente da Associação Gaúcha dos Médicos Peritos, destacando que é estudada a possibilidade de processar o gestor.
Uma fonte ouvida por Zero Hora informou que Hauschild não chegou a pedir desculpas, mas falou:
— Se alguém se sentiu ofendido (com as declarações), não era esta a minha intenção.
Ao final do encontro, em breve entrevista à imprensa, Hauschild anunciou que, com objetivo de amenizar a situação, haverá remanejamento de médicos para Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo, e que pelo menos 125 novos peritos deverão ser contratados ainda este ano no país.
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