PRESIDENTE DO INSS COMPARA PERITO MÉDICO A EMPREGADA DOMÉSTICA

Numa prova de que nada virá fácil, para quem acredita na boa vontade do INSS e acredita que apenas na conversa levará alguma coisa dessa gestão, saibam que na reunião quinta passada em Porto Alegre, uma hora o Presidente Hauschild comparou a perícia à empregada doméstica, ao dizer que se a sua empregada doméstica pede aumento ele primeiro avalia se ela está trabalhando do jeito que ele quer e se estiver pode ganhar OU não. E que o raciocínio se aplica aos peritos. A forma como colocou o tema desrespeitou tanto os peritos quanto os empregados domésticos.

Sugestão de como se vestir para fazer o mutirão que o INSS pede após ouvir o Presidente do INSS falar. Não bastar trabalhar, tem que suar e muito...

Ou seja: a gestão estraga o trabalho dos peritos e os mesmos tem que "aumentar o nível da faxina" para merecerem um estudo sobre aumento. 

Na visão do Presidente do INSS, se o perito é o faxineiro o segurado deve ser o lixo, seguindo a mesma analogia.

Pensem nisso quando estiverem fazendo mutirões para o INSS. Sugiro que os colegas que toparem isso levem avental e espanador para a APS.

SUPERINTENDENTE DO SUL FAZ AMEAÇA VELADA AOS PERITOS

Para quem acredita na "Boa vontade" do INSS, na reunião de quinta-feira com o Presidente da autarquia os peritos gaúchos tiveram uma "mostra" da boa vontade. Após ouvir os irrefutáveis números que comprovam que a gestão é a culpada pelas filas no INSS, ela pediu "ajuda" e disse que se "não colaborarmos, iria levar o problema para a população".

Os peritos presentes entenderam como uma ameaça velada mas não sucumbiram. A tática sempre será jogar a mídia contra o perito, mas lendo agora o Zero Hora ONLINE, creio que a superintendente esqueceu de combinar com a imprensa.

Mas a guerra midiática iniciada semana passada continuará, tenham certeza.

ENQUANTO O INSS NÃO VALORIZAR A CARREIRA PERICIAL, NÃO RESOLVERÁ O PROBLEMA DA FILA DE ESPERA. A QUEM INTERESSA A FILA E O CAOS?

sexta-feira, 29 de junho de 2012

"JEITINHO BRASILEIRO" IMPERA ATÉ NA PERÍCIA MÉDICA

Acaba de sair o resultado da prova (análise curricular/ títulos; prova escrita teórico prática) para obtenção do Título de Especialista em Medicina Legal e Perícia  Médica (ver site http://www.abml-medicinalegal.org.br/). Foram 257 aprovados, de um total de cerca de 380 inscritos (média de aprovação de cerca de 67%), sendo mais de 120 reprovados.Parabenizo alguns colegas aqui deste blog (Drs. Eduardo Henrique, Luciana Coiro, dentre outros) pelo êxito obtido.

A nota negativa fica por conta da recém criada ABMLPM (Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícia Médica) que, no mesmo site acima indicado ( http://www.abml-medicinalegal.org.br/), faz um comunicado aos já possuidores do Título de Especialista em Medicina Legal (antiga denominação da Especialidade, alterada pela Resolução CFM 1973/11). Pelo comunicado da ABMLPM os possuidores de Título de Especialista ou do "Certificado" em Medicina Legal, devem enviar seus documentos e requerer a expedição do novo Título de Especialista, com a recente denominação da Especialidade (Medicina Legal e Perícia Médica). Em orientações da secretaria administrativa da ABMLPM é repassado que os detentores do antigo e revogado (Resolução CFM 1930) Certificado de Área de Atuação em Perícia Médica, também terão os seus Certificados “transformados” em Título de Especialista em Medicina Legal e Perícia Médica.

Dois óbices merecem destaque: um de cunho jurídico e outro de cunho moral.

O primeiro seria que Resolução CFM 1973/11 não cria qualquer nova Especialidade Médica, mas apenas altera a denominação de uma Especialidade já existente, há mais de 40 anos (Medicina Legal,) que passou a se chamar Medicina Legal e Perícia Médica. Não existe nenhuma outra Resolução do CFM que prevê a transformação automática de um Certificado de Área de Atuação em um Título de Especialista, pior ainda, sem que os pretendentes passem por qualquer tipo de prova escrita (Teórico/ Prática).

Ressalte-se que, em 2009, houve um certame (conduzido exclusivamente pela Sociedade Brasileira de Perícias Médicas- SBPM) para obtenção do antigo certificado de Área de Atuação em Pericia Médica cujos participantes foram submetidos apenas à análise curricular/ títulos, sendo aprovados cerca de 135 participantes que não passaram pelo crivo de nenhum teste escrito de conhecimentos. Mais grave ainda, o aludido certame, tinha insanáveis vícios jurídicos de origem, tais como, permitir que uma Sociedade Médica que não era considerada de Especialidade (SBPM) conduzisse uma Certificação em Área de Atuação (Pelas regras do CFM, apenas Sociedades de Especialidade Médica podem certificar áreas de atuação).

Como se sentirão agora os 257 colegas que, legal e moralmente corretos, submeteram se a uma prova escrita (que não deve ter sido tão fácil assim) e agora vêem outros 135 colegas serem automaticamente catapultados a condição de “Especialistas” sem sequer terem feito qualquer teste escrito que comprove seus conhecimentos???

Como se sentirão os reprovados, mais de 120 colegas, neste último certame de obtenção do Título de Especialista em Medicina Legal e Perícia Médica???

Como fica a situação de mais de mil colegas que obtiveram seus Títulos de Especialista em Medicina Legal, em anos anteriores, passando por testes escritos que demonstraram o seu real conhecimento na Especialidade???

Mais uma vez o “JEITINHO BRASILEIRO”, desta feita na perícia médica, busca, de forma anti jurídica e imoral, beneficiar alguns em detrimento da maioria. A Especialidade Medicina Legal e Perícia Médica e sua associação representativa (ABMLPM) já iniciam com o “pé esquerdo”!!!! Espero que o CFM e a própria AMB tomem as devidas providências para impedir tal descalabro que só contribui para aumentar o descrédito da Perícia Médica !!!

APROVADOS

257 médicos foram titulados especialistas em Medicina Legal e Perícia Médica em resultado divulgado dia hoje, 29.06.12. São os aprovados entre 380 inscritos que se submeteram a 5 hs de prova teórica e prova prática e passaram pela porta estreita do mérito. 83 são peritos do INSS (em verde) categoria que estuda e se qualifica às próprias custas para melhor desempenhar sua missão legal. Parabéns aos aprovados e aos que, mesmo reprovados, participaram do exame realizado pela Fundação Carlos Chagas.

Abelardo Ulisses Maia De Farias
Adalberto Milani Goncalves
Adao Divino Franco
Adriana Da Silva Athias
Alberto De Freitas Baldez
Alberto Eugenio De Azevedo Trapp
Albino Vicente Rodrigues Cantanhede
Alceu De Azevedo Falcao Neto
Almerinda Paulo De Farias Moraes
Aluisio Rodrigues
Amaury Jose Da Cruz Junior
Ana Lucia De Lima Rolim Manzolli
Ana Maria Scabello De Oliveira
Anderson De Souza Araujo
Anellys Emilia Lourenco Da Costa Moreira
Antonio Augusto Correia R. Lisboa
Antonio Carlos Camponini Zechinatti
Antonio Carlos Lugli
Antonio Carlos Nunes De Moraes
Antonio Javier Salan Marcos
Antonio Luiz Furlanetto
Antonio Ramon Zanaga Aboin Gomes
Antonio Sidonio Rodrigues
Arnoni Ulisses Cadart
Arthur Danton Vieira Baeta Neves
Artime Alves Costa
Artur Aparecido Scaranci
Ayrton Seiji Yamada
Benito Morgado Santos
Braulio Erison Franca Dos Santos
Bruno Gil De Carvalho Lima (ex)
Carla Regina Hato
Carlos Alberto Araujo Chagas
Carlos Augusto Matiotti Leite
Carlos Consolmagno
Carlos Eduardo Do Valle Zawitoski
Carlos Kazunori Takano
Carlos Roberto Anequini
Carlos Roberto Bechara Ventriglia
Carlos Roberto De Oliveira
Carolina Junqueira
Catia Maria Guanaes Silva
Cesar Abrao Cury
Cesar Augusto Ferreira
Christian Ellert
Claudio Azevedo Dos Santos
Claudio Evair Pacheco
Claudio Folena
Claudio Jose Trezub (ex)
Cleide Toshie Myai
Constantino Abel Rodrigues
Cristiane Santiago Rezende
Daniel Carvalho De Figueiredo
Daniel De Franca Damasceno
Daniela Strutenskey De Macedo
Daniele Munoz Gianvecchio
Decio Do Prado
Dermeval Augusto Ferreira Da Silva
Dimer Jorge Roston
Djacir Pereira Da Silva
Domingos Silvestrini
Doris Mary Silveira Zogahib
Edilson Goncalves Pagiola
Edson Da Silva Soares
Edson Massaji Hatanaka
Eduardo Augusto Pereira
Eduardo Borges Boelter
Eduardo De Moraes
Eduardo Henrique Rodrigues De Almeida
Elcion Julio
Eliandro Jose Gutierres Figueira
Eliezer Molchansky
Elizabete Pereira Gomes
Eloi Mesquita Calili
Emerson Yoshinobu Nomura
Enrico Ferreira Martins De Andrade
Erlan Stephan De Marco
Fabiana Iglesias De Carvalho
Fabio Arruda Proto
Fabio Novais Servante
Fabricia Maria Cabral Dias
Fernando Santos Carneiro
Fernando Tadeu Villas Boas
Fernando Wolff
Flavia Amado Bassanezi
Flavio Yoshioka
Francisco Salvador Brod Lino
Frederico Curio De Carvalho Junior
Frederico Guimaraes Brandao
Gerson Luiz Weissheimer
Gilson Jose Allain Teixeira Junior
Giorgio Carlos Ferraris Ferrari
Gisele Katia Camara Oliveira
Gislaine Furian
Gustavo De Almeida
Gustavo Roberto Fink
Hans Manfred Voll
Heliana Maria Cassettari Poletto
Hermes De Freitas Barbosa
Hilmar Watanabe
Honorato Bergami Filho
Humberto Ken Kitadai
Iris Adriani Ribeiro Caserta
Isabel Cristina Muller De Amorim
Isis Cristina Da Silva Souto
Ivone Przepiorka
Jairo Guerra Da Silva
Joao Batista De Oliveira Junior
Joao Clarindo Pereira Neto
Joao De Souza Meirelles Junior
Joao Paulo Conceicao
Joao Sampaio De Almeida Prado
Johnny Carlos Montero Bravo
Jorge Kazuo Yoshida
Jorge Vanderlei Streciwik
Jose Henrique Garcia Padre
Jose Adriano Worschech
Jose Ballester Rodrigues
Jose De Freitas Amarante
Jose Eduardo Nogueira Forni
Jose Erivalder Guimaraes De Oliveira
Jose Henrique Scabello
Jose Luis Ferreira Duque
Jose Luiz Pinheiro Lima
Jose Marques De Oliveira Neto
Jose Rubens Ruberto
Julia Almeida De Souza Ramos
Julius Caesar Ramalho
Jurandyr Ribeiro De Carvalho Filho
Karine Keiko Leitao Higa
Larissa Oliva
Laura Maria De Povina Cavalcanti
Leila Do Socorro Da Silva Morais
Levi De Souza Horn
Lia Mayumi Shinmyo
Lilian Brillinger Novello
Lucas Henrique O. Amaral
Lucas Pedroso Fernandes F. Leal
Luci Alcione Apocalypse Da Cunha
Luciana Claudia Mendes Frances
Luciana Slogo Coiro
Luis Henrique Brandao Falcao
Luiz Alves Ferreira Avezum
Luiz Antonio Broglio
Luiz Antonio Rossi
Luiz Carlos Leal Prestes Junior
Luiz Carlos Pegolo
Luiz Fernando Michels Sant"Anna
Luiz Fernando Saboia Pitta Goncalves
Luiz Guilherme Cardoso Moll
Luiz Mario Bellegard
Luiz Otavio Lage Carvalho
Luiz Philippe Westin Cabral De Vasconcellos
Lydia Helena Fagundes Guimaraes Gobbato
Magnolia Pereira Dos Santos
Maira Tiyomi Sacata Tongu Nazima
Manoel Nascimento Rocha
Manoel Salvador Martins
Mara Rejane Rodrigues C. Segalla
Marcello Fontana Monteiro
Marcelo De Faria E Silva Costa Aranha
Marcelo Furtado Barsam
Marcelo Rodrigues Da Cunha Caserta
Marcia Andrade Prado
Marcia Maria Gazineu Machado
Marcia Regina Montez Halasz
Marco Antonio Borges Das Neves
Marco Antonio Labuto Junior
Marco Aurelio De Almeida
Marcos Antonio Ruy Buarque
Marcos Moraes Biancalana
Maria Alda Nolasco Barreto
Maria Do Patrocinio Santos Maia Lopes
Maria Dolores Gonzalez Valcarce
Maria Genoveva Spagnuolo Sanches Watanabe
Maria Jose Modelli Cualhete
Mariana Da Silva Ferreira
Mariane Ballester Mellem Kairala
Mariangela Espindula Pereira
Marina De Oliveira Fernandes
Marino Laerte Picelli
Mario Cesar Figueiredo Mendes
Mario Luiz Furlanetto
Mario Mosca Filho
Maritana Aparecida Bertollo Sperandio
Mauricio De Andrade Ferreira
Mauricio Licks Da Silveira
Mauricio Raulino Cecon
Miguel Xavier Immediato
Milton Nahon
Mirian Amario De Castro Pinto
Monica Meinicke Nascimento
Nei Campelo Cabral
Nelson Pereira Filho
Nelson Roitberg
Nelson Souza
Nestor Colletes Truite Junior
Nestor Pereira Lima
Nivaldo Henrique Schaffer
Nyane Glace Doyle
Omar Elias Sakalem
Oscar Luiz De Lima E Cirne Neto
Osvaldir Vieira Da Silva
Osvaldo Sergio Ortega
Patricia Lazzarotto
Paulo Cesar Pinto
Paulo Henrique Flores Rieffel
Paulo Roberto Lara Coelho
Pedro Leandro Zilli Bertolini
Pedro Paulo Sposito
Percy Crimanini
Rafael Vellozo Spinola
Regina Ferreira Andrade Messina
Reinaldo Biscaro
Renato A. Costa Magalhaes
Renato Humberto Da Silva
Renato Machado Massote
Ricardo Abdou
Ricardo Lopes Vieites
Ricardo Simonetti Pillar
Robert Assaad El Sarraf
Roberto Genaro Blacutt Antelo
Roberto Jorge
Roberto Massaru Amemiya
Roberto Tussi
Rodrigo Costa Aloe
Rodrigo De Almeida Prado
Rogerio Bastos De Quadros
Rogerio Pinheiro Arraes
Rosane Weissheimer
Ruth Cytrynbaum Cwajgenberg
Samuel De Moraes
Sergio Da Cunha
Sergio Geraldo Veloso
Sergio Jorge De Carvalho
Sergio Luiz Ribeiro Canuto
Sidney Antonio Mazzi
Silvia Clea Coutinho Ramos
Silvia Pieroni Mello
Silvia Regina Graziani
Silvio Pitkowski
Sonia Ribeiro Riguetti
Tacio Andre Da Silva Carvalho
Talita Zerbini
Tarcila De Almeida Santos Machado Mazer
Thaiz Gouvea Xavier
Thales Gouveia Limeira
Tommaso Di Martino
Vinicius Augusto Resener
Virgilio Lopes Fleury
Wagner Pretti
Waldir Favarin Murari
Walter Cordoni Filho
Washington Del Vage
Wilson Alves Heleno Filho
Wilson Carlos Silva Vieira
Yan Zdzislaw Majewski

Ponto de Vista - Ao tentar justificar a intervenção nacional no RS, gestão dá provas da sua ineficiência

A Imprensa Gaúcha anunciou e deu visibilidade na última semana a uma guerra de longa data travada internamente no INSS entre Peritos Médicos e Gestores e que teve como último ataque as declarações do Presidente do INSS que foram capa do Jornal Zero Hora quando teria exposto suspeitas sobre fraudes no ponto e baixa produtividade dos médicos. Foi como um míssil lançado no território de um país de relações já desgastadas. Naturalmente todas as entidades representativas locais e nacionais repudiaram as palavras do presidente. Recuado com a cabeça a prêmio, segundo fontes da imprensa e, para evitar um estrago ainda maior, o Presidente do INSS deslizou, patinou, cambaleou e tartamudeou um pedido reservado de desculpas. Esfriou o clima. Mas a guerra fria continua. 

Olha, para mim, falar que uma guerra é uma imbecilidade horrível e também apontar quais foram as suas vítimas é muito fácil. Não existe evidência mais forte que o cheiro da decomposição de um cadáver. O rastro de destruição de uma guerra realmente salta aos olhos. Nesta do INSS, por exemplo, não há cadáveres expostos, mas há vidas desgraçadas. Sim, os trabalhadores contribuintes são os civis doentes desarmados no meio deste tiroteio. Mas o difícil mesmo da guerra é julgar os seus motivos. É dar razão a alguém. É muito mais fácil para um pai repreender os dois filhos e tomar o brinquedo num momento de conflito do que dizer ouvir e dizer quem tem razão. Isso sim diferencia as pessoas porque requer paciência, inteligência e coragem. Separa os que querem apenas se promover, ganhar ou se aventurar na crise daqueles que realmente querem a paz. Sim, o estudo de uma guerra e o julgamento dos seus atos é vital para o estabelecimento da paz duradoura para tanto não adianta a imprensa e a sociedade ficar mostrando as filas e os segurados revoltados. Não adianta é preciso se aprofundar na questão e dar razão a quem tem razão. 

É preciso que alguém isento e com poder queira entender como e por quais motivos o INSS se permitiu chegar ao ponto de agendar perícias para 177 dias (Lajes), seis meses, e ter que dizer aos pais de família da região que o dinheiro do pão só vem no fim do ano. É preciso esmiuçar os razões que farão um trabalhador já recuperado ficar seis meses recebendo dinheiro do governo esperando uma nova avaliação pela Data de Cessação Administrativa (DCA) causando um prejuízo ainda incalculável aos cofres públicos. É preciso se preocupar e querer saber como fica a situação do perito avaliando um segurado já hígido que teve uma patologia meses atrás e como fica o empresário privado do seu funcionário até 2013. Isso era previsível? Desde quanto o sistema está afundando? Antes do atual presidente? Quem não avisou? Quem deixou de agir? Por qual motivo há dois anos há carência de peritos do INSS na região Sul e mesmo tendo havido dois concursos públicos não se consegue frear a vazão do quadro na região? O julgamento dos motivos requer profundidade de raciocínio... e os peritos sabem disso. 

De um lado, o Presidente tentando convencer que não deu uma tapa na cara da perícia médica e teria sido vítima de um mal entendido captado pelo ângulo, tendencioso, da câmera de uma repórter que fez parecer que o que não houve, tivesse havido, apesar dos hematomas violáceos na alma coletiva que saltam e doem; estranhamente ele aparece na mesma reunião para se desculpar e pedir ajuda – combinação obviamente de raro êxito - pedindo para a “agredida” ajudar-lhe a tirar o espinho no pé, o cisco no olho e aliviar uma cefaléia de bate-estacas ainda pelos avisos da Casa Civil; e vem falando sobre sacrifícios, responsabilidade social e outros discursos manjados do manual de “como convencer um médico a trabalhar quase de graça”. E ele foi bem, praticamente só esqueceu apelar para o golpe mais covarde e quase fatal: “Mas vocês fizeram o Juramento de Hipócrates!”, com as pupilas dilatas e olhos lacrimejando. 

Do outro, Peritos Médicos, cansados ainda magoados e ressentidos, não acreditavam que, na cara de pau, alguém que lhes acabara de colocar a moral no subsolo do pré-sal estivesse pedindo colaboração nestes termos. Ah! Depois do xingamento tem que haver um hiato para o beijo, senão é ritual de sado masoquismo. A classe médica assistiu espantada e atônica a cena nacional procurando um único motivo para aceitar as desculpas reservadas na sala e, pior, ajudar a rogativa do(a) casa. Ajuda a inimigo é mais caro com certeza e depois do bombardeio nada é imediato, até para se pedir rendição se tem que ter tempo para manter a dignidade. 

Infelizmente no meio, uma fila de milhares de pessoas que estão completamente humilhadas, desesperadas, famintas, sedentas por não terem como pagar as suas contas de subsistência, água, luz, telefone e comida no final do mês por um problema que elas não criaram, não entendem e que, de fato, não teria acontecido, no meu entender agora, caso os gestores prestassem atenção no serviço. Aliás, onde os gestores estavam? Será que trabalhando? (sim, um toque de vingança) 

Digo isso não como afronta direta, mas como crítica exatamente pelas tantas evidencias estatísticas e as ações sistemáticas de controle que falam contra aqueles que estão no poder internamente há anos. Justificando a intervenção Nacional em Porto Alegre, esqueceram que se auto-acusariam com os dados apresentados. Ora, quer dizer que há dois anos existe represamento contínuo e crescente de requerimentos por benefícios de incapacidade no Sul e o gestor não foi avisado? Quer dizer que ninguém percebeu antes que apenas metade dos peritos atendiam ao público? Quer dizer que 20% dos peritos do RS foram exonerados nos últimos dois anos e apenas agora se permaneceu? Quer dizer que o Blog Perito.med passou números e informações que os gestores não conheciam? Quase não dá para acreditar, só dá porque explodiu também ontem uma bomba que faz estes lapsos administrativos sejam fichinha. Desavisaram que os últimos concursos do INSS quase não tiveram vagas para Porto Alegre porque a gestora (ir)responsável teria “esquecido” de pedi-las, as vagas, porquanto teria sofrido uma pancada na cabeça dias antes (sério mesmo). Não é problema na Gestão? Ah! Por favor, a única coisa a favor do(a) casa é que isso é fruto de atos pré-2011. O presidente olhou e escutou barulho de peritos dentro. Ele anunciou e abriu a caixa preta dos “problemas do INSS” e quando olhou dentro surpresa... Tinha um espelho.

RÁDIO GUAÍBA

Presidente do INSS vai pedir que repórter se retrate depois de polêmica com médicos gaúchos
Mauro Hauschild negou ter dito que profissionais não cumpram a jornada de trabalho nas agências do INSS de Porto Alegre
http://www.radioguaiba.com.br/Noticias/?Noticia=438261

Médicos peritos da Capital podem abrir processo por calúnia caso presidente do INSS não se retrate
Mauro Hauschild está reunido com profissionais em agência do Instituto em Porto Alegre

Correio do Povo

RS tem 75 mil perícias represadas
Presidente do INSS se reuniu com médicos e tentou apaziguar a crise provocada por críticas suas contra os servidores

"...Para o diretor do Sindicato Nacional dos Médicos Peritos Previdenciários, Francisco Eduardo Cardoso Alves, além da retratação sobre as acusações, o presidente do INSS terá o desafio de reformular a carreira de médico perito da Previdência. Segundo ele, o modelo atual não é atraente para os profissionais. "Se o INSS contratar mil peritos hoje, os mil vão se exonerar amanhã porque não têm perspectivas como há em outras carreiras médicas no serviço público", argumentou."

Na íntegra:
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=273&Caderno=0&Noticia=438303

JORNAL ZERO HORA

Caos nas perícias
INSS quer amenizar drama em 120 dias no Estado

Reunião do presidente do órgão com peritos da Capital e da Região Metropolitana se encerrou com promessas e um pedido velado de desculpas

Após quatro horas de cobranças e explicações, a reunião do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, com peritos da Capital e da Região Metropolitana se encerrou com promessas e um pedido velado de desculpas.

A previsão é de que o quadro caótico para o agendamento de perícias em Porto Alegre, Canoas e Novo Hamburgo seja amenizado, em até 120 dias, com o remanejamento de profissionais de outras regiões.

Embora o encontro tenha distensionado a relação entre Hauschild e os médicos, peritos prometem colocar a possibilidade de paralisação na pauta da assembleia da categoria, na próxima segunda-feira, em Porto Alegre.

Agendado para as 13h, o encontro se iniciou com uma hora de atraso. Ao chegar à Agência de Previdência Social de Benefício por Incapacidade, Hauschild, semblante tensionado, proibiu o ingresso da imprensa no auditório. Em entrevista a Zero Hora, ele havia dito que peritos lotados em Porto Alegre "não têm o mesmo volume de trabalho que outros médicos da perícia do INSS" e sugeriu que profissionais possam não cumprir seus horários de trabalho. A decisão de vetar a presença de jornalistas contrariou o presidente da Associação Gaúcha dos Médicos Peritos Previdenciários, Francisco Carlos Luciani:

— Nós queríamos que a imprensa estivesse aqui dentro. Não temos nada a esconder. Os dados do próprio INSS atestam a produtividade dos peritos gaúchos.

Com as portas de vidro cerradas, protegidos pela cortina, Hauschild e médicos lavaram roupa suja.

— Foi uma discussão dura, mas o resultado foi bom. Mostramos para ele que, entre 2008 e 2012, a média de aposentadorias e demissões de peritos no Estado foi de 41% enquanto que, no mesmo período, a média no Brasil foi de 15%. Ele pareceu surpreso — diz Clarissa Coelho Bassin, diretora do Sindicato Médico e vice-presidente da Associação Gaúcha dos Médicos Peritos, destacando que é estudada a possibilidade de processar o gestor.

Uma fonte ouvida por Zero Hora informou que Hauschild não chegou a pedir desculpas, mas falou:

— Se alguém se sentiu ofendido (com as declarações), não era esta a minha intenção.

Ao final do encontro, em breve entrevista à imprensa, Hauschild anunciou que, com objetivo de amenizar a situação, haverá remanejamento de médicos para Canoas, Porto Alegre e Novo Hamburgo, e que pelo menos 125 novos peritos deverão ser contratados ainda este ano no país.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Quem fala o que não deve, ouve o que não quer.

28.06.2012
Fonte: http://www.simers.org.br/medicos-peritos-noticias-3491.html

Médicos Peritos do INSS estão reunidos com o presidente do Instituto

Médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão reunidos desde o começo da tarde desta quinta (28) na agência do órgão na avenida Bento Gonçalves, em Porto Alegre. Representantes do SIMERS acompanham a reunião, a portas fechadas, com o presidente do INSS, Mauro Hauschild. Jornalistas que fazem a cobertura não têm acesso à reunião, na qual a categoria cobra esclarecimentos sobre declarações noticiadas e atribuída a Hauschild a respeito do quadro de médicos em atuação.

Os médicos exigem retratação do presidente, que teria declarado ao jornal Zero Hora que número muito pequeno de peritos estaria atendendo o público na gerência de Porto Alegre, que compreende agências da Capital, Viamão e Alvorada. SIMERS e Associação Gaúcha dos Médicos Peritos publicaram nota oficial que contrapõe os dados, denuncia a grave falta de profissionais e aponta a crônica falta de condições de trabalho. Este cenário explica que hoje a Região Metropolitana - com três gerências (Capital, Novo Hamburgo e Canoas) ostente uma das maiores taxas de demora nos atendimentos, alcançando quatro meses de espera. Em 48 meses, o INSS perdeu no País um quarto do número de peritos.

"A recomposição do trabalho, agilização das marcações e das perícias só ocorrerão com mais contratações e valorização dos médicos, que enfrentam violência, interferência administrativa recorrente sobre o ato médico pericial, além de trabalhar em ambientes com condições precárias (sistema informatizado irregular e pouco atualizado, levando a processo demorados de atendimento), salários defasados e gratificação congelada desde 2008. Isto faz com que a categoria de médicos peritos seja a que mais exoneração entre as carreiras federais.", destaca a diretora do SIMERS e vice-presidente do SIMERS, Clarissa Bassin.

O QUADRO DO SETOR DE PERÍCIAS NO RS:

Fonte: Associação Gaúcha dos Médicos Peritos
- São 313 peritos no RS. Para dar conta da demanda, o número deveria ser de 600 médicos.
- Em 48 meses, 41% dos médicos da Região Sul se exoneraram ou se aposentaram. São 352 a menos, sendo 120 deles do RS.
- Em 2007: havia 80 peritos na gerência de Porto Alegre, hoje são 51; em Canoas, são 37, e em Novo Hamburgo, 38. As três respondem por 75% da demanda de perícias e outros atendimento no Estado. Essa média de exoneração e aposentadoria é acima da média nacional.
- 75 mil perícias estão represadas no RS, sendo 40 mil somente em Porto Alegre. Das 40 mil, dez são iniciais.
    1. Médicos peritos do INSS reunidos na tarde desta quinta-feira
    1. Reunião a portas fechadas
    1. Médicos exigem retratação do presidente

RELATO DA HISTÓRICA REUNIÃO DOS PERITOS GAÚCHOS COM O PRESIDENTE DO INSS

Tive a honra de representar, junto com Luciana Coiro, o Sindicato Nacional dos Peritos Médicos, na que já se pode chamar de histórica reunião entre peritos e o presidente do INSS, sem intermediários, motivada por uma crise institucional e agravada por declarações caluniosas e difamatórias supostamente proferidas pelo presidente Hauschild contra a categoria médica na mídia gaúcha ao longo dessa semana. Digo supostamente pois ele negou todo o conteúdo e disse que iria tomar as providências para buscar reparação junto aos jornais locais.

Junto com o Sindicato dos Peritos estavam o SIMERS representados pela Dra. Clarissa (perita e diretora sindical), a Associação Gaúcha de Peritos (Dr.Luciani), o SINSPREV, Imprensa gaúcha e sindical, 3 gerentes executivos e a superintendente da regional Sul além de quase 100 peritos de 3 GEx do RS (PoA, NH e Canoas) e seus respectivos SST.

No início a reunião foi muito tensa com os peritos espontaneamente descarregando toda sua frustração e revolta com os comentários e matérias nos jornais e a superintendente tentando fazer o meio campo de dizer que ia ter explicação pra isso mas que devia haver comprometimento com a causa, com o problema e ainda se deu ao luxo de fazer ameaças veladas dizendo "se os peritos não resolverem vamos jogar o problema para a população".

A revolta só aumentou com duras e firmes palavras sendo dirigidas aos gestores e com a atuação do Sindicato dos Peritos provamos por A + B que a culpa da fila é da gestão incompetente e caótica que não se comunica e possui sistemas de controle falhos e redundantes. Mostramos que os peritos do Sul são os que mais fazem perícias per capta em TODO O BRASIL há pelo menos 4 anos, usando os próprios números dos boletins estatísticos do INSS. Provamos que o problema não é demanda crescente, que a mesma é estável e oscila na mesma faixa há 4 anos.

Mostramos que o problema é que houve uma sangria de 41% dos quadros periciais no Sul em 48 meses e que a demanda sempre está mais alta que a capacidade. Mostramos que após zerar a fila em 2009 recebemos como brinde o SISREF, 8H e PAD. Mostramos que existe interesse em que se tenham filas (esquema das diárias) e mostramos o absurdo da DCA, que corrompe até o cidadão de bem que fica tentado a marcar um PP só pra receber por mais meses sem trabalhar. Mostramos que desde a revigação do MEMO 41 em agosto de 2009 e o retorno do Ax1 infinito que a fila só cresce e que o retrabalho é uma das principais causas do aumento do estoque de perícias.

Mostramos que os peritos nunca foram convidados para participar da gestão e que seria ofensivo atribuir aos peritos gaúchos a culpa pelos erros do INSS.
A Superintendente contou uma história inacreditável que não houve vagas destinadas ao Sul nos dois últimos concursos pois a antiga superintendente (a babá do Lula) teria sofrido um trauma cervical ou craniano na época e "não se lembrou" de pedir vagas, provocando risos incrédulos e espanto dos peritos. A superintendente foi instada a explicar sobre a acusação de fraude nos pontos sob pena de responder PAD por improbidade pois ela é a responsável final pelas homologações e ela negou conhecer qualquer caso assim e que o presidente iria se explicar.

Os peritos gaúchos tinham deliberado ontem que não iriam sequer ouvir qualquer proposta de plano de emergência sem que antes o Presidente Hauschild se explicasse sob pena de questionamento judicial por denunciação caluniosa.

Hora do almoço feita e após um atraso o Dr. Hauschild entra na sala acompanhado da Dra. Verusa (DIRSAT) e pede para ouvir primeiro e depois falar e que depois faria uma reunião de trabalho para discutir o plano de emergência. Dr. Hauschild ouviu as mesmas duras, firmes e precisas falas, incluindo a do Sindicato dos Peritos, mas sempre mantendo o tom respeitoso e urbano. Dr. Hauschild ouviu tudo: as agressões, as frustrações, o desespero, as depredações, as patifarias de chefetes, o descaso institucional, o esforço para limpar a fila em 2009 e a sequela que isso deixou, a "retribuição do INSS", o caos administrativo, a idiotice de se desprestigiar a categoria que carrega o INSS nas costas e que não adiantava apenas contratar mais médicos pois sob as atuais circunstâncias eles pediriam exoneração rapidamente e o presidente ficaria com tendinite no punho de tanto assinar exonerações. E foi duramente cobrado a se explicar sobre as declarações aos jornais.

Dr. Hauschild começou a fala negando o teor dos jornais, disse que não houve tais falas e disse que estava tomando providências para retratação junto aos jornais. Disse que estava reformulando a perícia com uma DIRSAT nova pois a DIRSAT antiga era inoperante e que agora estava começando a ter idéia de como estava deficiente a gestão. Citou dados inclusive que teve que descobrir por nossa conta que não podia considerar que a contagem do SABI não poderia representar o tempo total de perícias e pediu sugestões para aprimoramento de gestão. Foi dito inclusive que só através do perito.med descobriram que o SABI tinha um contador interno para gravar o tempo de digitação e que o Sul era onde esse tempo era maior.

Dra.Verusa confirmou e pediu ao Presidente e aos peritos que juntos construíssem um novo modelo de gestão. Hauschild ponderou que a autonomia médica era interessante mas que não servia para o serviço público. Foi novamente duramente criticado. Solicitamos a ele que criasse mecanismos de diálogo permanente com a categoria. Nós pedimos ao Presidente que fortalecesse a DIRSAT e acabasse com interferência administrativa em área médica.

Como prometido, os peritos gaúchos se negaram a discutir plano de emergência e disseram que se ele não se retratar das declarações (seja negando formalmente e processando o jornal seja pedindo desculpas em rede nacional) que os peritos locais fariam GREVE.

De deliberação tivemos que o Presidente do INSS passou a conhecer mais sobre a categoria e os trabalhos desenvolvidos, COM CERTEZA se arrependeu da campanha midiática promovida essa semana e viu que não será fácil o plano de transformar peritos em escravos de gestor. Vimos também que as previsões nossas sobre o caos gerencial estavam corretas com a afirmação do Presidente sobre a inoperância da DIRSAT antes de sua completa reformulação e que dados básicos chegavam distorcidos a ele. Ficou a promessa dele resolver o imbroglio com a imprensa e de manter o contato com os peritos para tentar resolver os problemas que cercam a profissão.

Porém como gato escaldado tem medo de água fria, só acreditaremos que de fato houve uma mudança de postura do INSS quando as promessas do presidente virarem realidade. Até lá ficaremos atentos.

O Sindicato Nacional dos Peritos Médicos fará extensa matéria sobre o assunto no seu site em breve.

PLANETA FRAUDE - OPERAÇÃO "PSICOSE"


Polícia Federal prende quadrilha que fraudava INSS


A Delegacia de Polícia Federal de Criciúma deflagra, nesta quinta-feira, a Operação Psicose. Os trabalhos ocorrem, em conjunto com o INSS, e desarticulou uma quadrilha especializada em fraudes para concessão de benefícios previdenciários incapacitantes, pagos pelo INSS.

Segundo o delegado Rafael Broietti, foram cumpridos em Criciúma, Içara, Jaguaruna e Palhoça, dois mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão. Dentre os locais está um escritório de advocacia e um consultório médico.

"O nome da operação está relacionado à doença supostamente diagnosticada no atestado médico falsamente emitido, que invariavelmente era esquizofrenia. No decorrer da investigação foram identificados dezenas de beneficiários que obtiveram indevidamente o benefício mediante o emprego de atestado médico falso e simulação do transtorno mental durante as perícias. Estima-se que o prejuízo causado aos cofres públicos ultrapassem os R$ 3 milhões", conta a autoridade policial.

PLANO EMERGENCIAL PARA QUEM?

O Governo, com sua pretensão de fazer perícias sem peritos e desprezo por uma categoria altamente especializada que compõe o Estado, chegou à beira do Colapso. Os peritos são apenas 8% dos servidores do INSS, entretanto por eles passa a decisão dos destinos de 2% do PIB e até 70% dos cidadãos atendidos nas agências do INSS. Que política pública de recursos humanos é essa que pretende ter experts no curso superior mais difícil, caro e disputado em todo o mundo remunerando-os com menos do que faz com técnicos e com auditores? Mas é muito menos mesmo. É tão pouco que quase metade dos inscritos no último concurso sequer apareceram para a prova. Tão pouco que mais de 150 pediram para sair nos últimos 12 meses. Desvalorizar abusivamente esses servidores, como fizeram em 2001-2004, fez repetir o colapso daqueles anos, quando o INSS foi salvo exatamente por ação dos próprios peritos, que pegaram o touro a unha, fizeram mutirões aos fins-de-semana e até greve para o INSS tomar juízo.

Desde a greve de 2010, um momento lamentável de pura revolta que não touxe nenhuma conquista, a categoria está apática, aguardando do INSS a solução para os problemas dela e da própria autarquia. Os peritos só têm se dedicado a trabalhar muito, cumprir suas jornadas regiamente vigiadas, aceitado perdas de espaço e de poder (se é que já teve algum). Estamos expectadores de um colapso anunciado.

Nossas teses estão mais uma vez provadas. E não precisamos fazer nenhuma greve para isso, o Governo fez a greve. Se o modelo de perícias eletrônicas por particulares tivesse vingado, o buraco teria sido mais fundo. E olha que não estamos nem falando dos custos da DCA.

Pedir sacrifícios? Ora, o que é isso? É o momento de negociarmos os subsídios e nosso desatrelamento de carreiras administrativas que nada têm a ver conosco. Passemos a subsidiados com aumento em 2013 ou até 2014, negocia-se; façam eles as propostas para poderem pedir alguma coisa. 
Já estamos com água pelo nariz e não podemos aceitar migalhas para quebrar o galho de nossos algozes! É hora de eles admitirem nosso valor. 
Uma oportunidade perdida pode demorar anos a se reapresentar.

JORNAL ZERO HORA

Caos nas perícias
Presidente do INSS deve encontrar clima hostil em encontro com médicos peritos em Porto Alegre

Reunião com profissionais da Capital e da Região Metropolitana está marcada para o início da tarde desta quinta-feira

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Hauschild, encontrará um ambiente hostil na reunião com médicos peritos da Capital e Região Metropolitana, marcada para o início da tarde desta quinta-feira. 

Em entrevista a Zero Hora, Hauschild disse que profissionais lotados em Porto Alegre “não têm o mesmo volume de trabalho que outros médicos da perícia do INSS” e “talvez não cumpram suas jornadas”.

As manifestações de Hauschild reuniram, numa mesma cruzada contra o INSS, associações Gaúcha e Nacional dos Médicos Peritos Previdenciários, Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).

O encontro está previsto para as 13h, em meio a reunião técnica da perícia médica, que ocorre uma vez por mês na Agência de Previdência Social de Benefício por Incapacidade.

Presidente da Associação Gaúcha dos Médicos Peritos Previdenciários, Francisco Carlos Luciani acredita que as manifestações de Hauschild reforçam uma tendência supostamente hegemônica no órgão:

— Estão buscando uma maneira de fazer perícia sem peritos, mas isso não é possível. Queremos que quem não trabalha seja punido. Ferramentas para punição e para demissão eles têm, o que falta é gerenciamento e meritocracia.

Manifestações também repercutiram fora do RS

Para Luciani, que trata o INSS como “um cabide de emprego para partidos aliados do governo”, as críticas vindas de Brasília têm como alvo gestores regionais.

— Há uma briga política pelo poder e pela substituição de gerentes na Região Sul — afirma ele.

Em tom mais comedido, o Cremers, em nota publicada nos jornais, assinada pelo presidente Rogério Wolf de Aguiar e pelo primeiro-secretário, Ismael Maguilnik, repudiou “veementemente as afirmações feitas pelo presidente do instituto no sentido de responsabilizar, de forma generalizada, os médicos peritos pelas mazelas no atendimento dos segurados do INSS”. O documento diz ainda:

— É inaceitável atacar publicamente os médicos peritos ao mesmo tempo em que admite a insuficiência de médicos nos quadros do INSS.

Fora do Estado, as manifestações de Hauschild também mexeram com os brios da categoria. O médico Geilson Gomes de Oliveira, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos do INSS, diz que o problema é a suposta “falta de gestão” e defendeu os gaúchos:

— Os peritos do sul são os que mais realizam perícias no Brasil.

OPINIÃO ZH

Artigo|Perícias e tratamento desumano
28 de junho de 2012

Queremos uma perícia justa, humanizada, acolhedora e preocupada com a saúde do trabalhador

MAURO SALLES*

Notícias publicadas nos jornais de terça-feira informaram que o INSS resolveu colocar as perícias realizadas em Porto Alegre, Novo Hamburgo e Canoas na UTI. A baixa produtividade dos peritos médicos e a demora no atendimento dos segurados determinaram uma intervenção por parte da direção do órgão previdenciário.

Mas o que gostaria de debater não são as responsabilidades desses problemas, e sim as recorrentes denúncias de bancários submetidos a um tratamento desumano e humilhante durante a perícia. O atendimento é tão descortês, que muitos profissionais ameaçam chamar a segurança ao menor questionamento do ato pericial. Outros não examinam os laudos dos médicos assistentes dos trabalhadores e desconsideram exames apresentados pelo segurado.

Há poucas semanas, como uma das soluções para o problema de atraso, o INSS implantou em algumas agências uma tabela de recuperação de doenças. Um trabalhador com o diagnóstico de lesão de esforço repetitivo (Ler/Dort) teria um prazo máximo de recuperação de 30 dias, independentemente de suas características físicas pessoais, das atividades desempenhadas e de sua condição orgânica de recuperação. O afastamento seria feito com prazo determinado e sem um exame apurado das exatas condições do segurado.

Para se ter ideia da gravidade da situação, um caso ilustra o problema: uma trabalhadora se submete a perícia, com laudos que atestam profunda depressão e tentativa de suicídio, por ter sofrido assalto no local de trabalho. O atestado médico determina afastamento por longo período por riscos de nova tentativa de suicídio, mas a segurada recebe alta previdenciária, pois, pela tabela de recuperação, ela precisa voltar a trabalhar após 90 dias de afastamento. A situação resultaria em processo judicial, que determinaria o afastamento da trabalhadora e a implantação de benefício previdenciário.

As perícias médicas devem ser criteriosas e não podem deixar de observar as particularidades de cada caso e a relação entre a doença e o trabalho. As considerações feitas pelo médico assistente, exames e laudos devem ser analisadas.

Queremos uma perícia justa, humanizada, acolhedora e preocupada com a saúde do trabalhador. O segurado não pode ser tratado como um inimigo pelo servidor público do INSS ou um fraudador. O segurado merece respeito!

*Presidente SindBancários

O NACIONAL

Cidade | Publicado em 28/06/2012 09:29:06
Demora nas perícias do INSS prejudica trabalhadores
Falta de médicos e aumento da demanda são as causas do congestionamento da agenda da agência de Passo Fundo. Espera chega a quase 80 dias

INDIGNAÇÃO E DESCONFORTO RESUMEM ESTADO DE ESPÍRITO DOS PERITOS GAÚCHOS

Reunidos na noite de quarta-feira (27/06/2012), no Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Peritos Previdenciários da Região Sul, juntamente com lideranças da Categoria, debateram as denunciações caluniosas sofridas nos últimos dias.
(Na foto: Luciana Coiro - Vice-Presidente do Sindicato Nacional dos Peritos Previdenciários/Perícia Sindical; Francisco Luciani - Presidente da Associação Gaúcha de Peritos e Clarissa Bassin, Diretora do SIMERS)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

NA GUERRA HAUSCHILD X GABAS, CADA UM TEM UM "BIG BROTHER" PRA CHAMAR DE SEU...

Os servidores peritos médicos previdenciários são de longe a categoria mais vigiada do Brasil. Sem falar da implacável perseguição de sindicatos, MPF e correlatos, temos dentro do INSS talvez a maior quantidade de sistemas e mecanismos de controle e vigília que jamais foram pensados em toda a história desse país.

Perito Médico do INSS é mais vigiado que rato de laboratório!

Isto porém não foi o suficiente para que o Presidente do INSS, Mauro Hauschild, ou o Secretário-Executivo do MPS, Carlos Gabas, ou demais gestores alinhados a um ou outro, pudessem ter percebido e evitado o colapso do atendimento pericial no País, que começou pelo Sul.

A enorme quantidade de sistemas de controle de peritos não foi suficiente para evitar o CAOS e o COLAPSO da Perícia Médica do INSS. Talvez porque o interesse não seja controlar e sim desmontar a carreira. De tantos "vigias", faltou alguém para coordenar.

O secretário fez sucesso com um programinha de computador que controla em tempo real onde está tal senha emitida na APS. Apenas isso. As mil manipulações que fazem com essas senhas nas APS estão fora de controle. Mas dá pra ter uma idéia de como anda a fila. Mesmo assim, foi incapaz de perceber e intervir no colapso do atendimento médico.

Travando sua guerra particular com o secretário executivo, o presidente Hauschild se vê em situação de perigo com a cabeça a prêmio pelo caos no INSS. Aparentemente sem confiar no Big Brother do Gabas, Hauschild criou um big brother pra chamar de seu. Publicou anteontem no DOU um novo sistema de controle de atividades periciais, que deverá ser alimentado diariamente pelo gerente da APS (mais uma tarefa...). Com isso passamos a ter os seguintes sistemas de controle de perito:

1) SISREF - Ponto eletrônico, senha individual, vigiado diariamente pelo chefe que homologa, SST e BSB.

2) SGA - O sistema Big Brother do Gabas, controla as senhas, a movimentação e tempo em cada setor.

3) CLOCK - Programinha do DATAPREV instalado nos computadores do INSS que passam relatórios diários de toda movimentação na máquina.

4) SABI - Possui relógio interno que controla o tempo de cada ação feita pelo perito

5) SICAMP - Sistema interno criado em Santos que deveria ser alimentado pelos peritos para produzir relatório de atividade. Não colou e só algumas gerências usam.

6) SCP - Novo sistema de controle pericial criado essa semana. Gestores vão alimentar o sistema com as atividades feitas pelos peritos. É o "big brother" do Hauschild.

7) Controle Operacional - Médicos destacados pelo SST para supervisionar atividades periciais nas APS, mas em "off" também são obrigados a passar relatórios diários dos atendimentos dos peritos.

8) Supervisão de Benefícios - Faz relatórios diários via administrativo para a DIRBEN.

9) Chefe de APS - Além de ter que preencher vários dos sistemas acima ainda tem que fazer relatórios diários e mandar para a gerência.

10) Vigias de APS - Contratados para supostamente dar segurança ao trabalho, mas alguns tem desvio de função para vigiar entrada e saída de peritos e anotar placas de carros.

No INSS o gestor desconfia da própria sombra, anda olhando pra trás e com mão na frente. É muito cacique pra pouco índio, todos batem a cabeça e a população e o servidor são os prejudicados.

Com 10 sistemas controlando os peritos, o Presidente do INSS não tem a menor condição de acusar os vigiados de serem responsáveis pelo fracasso oepracional e de gestão do INSS.

RESPOSTA DO SINDICATO NACIONAL DE PERITOS PREVIDENCIÁRIOS NA ZERO HORA !

O Sindicato Nacional de Peritos Previdenciários (Perícia Sindical) obteve espaço para exercer direito de resposta no jornal Zero Hora em relação às acusações sofridas nos últimos dias.
A publicação, na página 2 da edição de hoje (contra-página), é a que segue:


NOTÍCIAS MPF 27.06.2012

MPF ajuíza ação contra INSS para agilizar perícias médicas (Criciúma)

Objetivo é que seja respeitado prazo de 15 dias contados desde o agendamento. Ultrapassado este limite, MPF requer na Justiça que INSS pague benefício provisoriamente.
O Ministério Público Federal propôs Ação Civil Pública, com pedido de liminar, para garantir a todos os beneficiários da previdência e da assistência social que residam nos municípios que compõem a subseção judiciária de Criciúma e que dependam da perícia médica para fins de concessão de benefícios o direito coletivo à realização do respectivo procedimento no prazo de 15 dias, a contar do agendamento.

Caso ultrapassado o prazo, a ação requer, ainda, que seja concedido provisoriamente o benefício, amparado em atestado do médico assistente que instruiu o pedido administrativo, até a realização da perícia. Do mesmo modo, constatado o excesso de prazo já no agendamento, seja imediatamente concedido o benefício provisório, nos mesmos termos.

A ação foi ajuizada pelo procurador da República em Criciúma Darlan Airton Dias, contra o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Segundo o procurador da República, o atual período de espera é incompatível com a natureza alimentar do benefício pleiteado. Busca-se, portanto, "evitar os riscos e transtornos gerados aos beneficiários que dependam da prestação para sua subsistência e de seus familiares", esclarece Darlan.

ACP nº 5005923-69.2012.404.7204

CREMERS NA ZERO HORA

Mais uma vez o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul prontamente sai em defesa dos peritos Previdenciários acusados e responsabilizados por falhas de gestão do INSS. 
Obrigada, Conselheiros! 


NOTA DE DESAGRAVO AOS PERITOS DE PORTO ALEGRE: QUEM O PRESIDENTE DO INSS PENSA QUE É PARA DIZER QUANTAS PERÍCIAS UM MÉDICO DEVE FAZER?

INDIGNAÇÃO!!

Somos solidários aos bravos peritos de Porto Alegre e demais gerências do Sul, que foram profundamente ofendidos pelas declarações irresponsáveis dos gestores do INSS nos últimos dias.

Chega a ser inacreditável o que estamos assistindo no Brasil esses dias. Em plena campanha de difamação da perícia médica, escolhida como bode expiatório pela péssima gestão do INSS, o presidente da casa, Mauro Hauschild, perde a compostura e a razão em entrevista ao jornal Zero Hora, usado como ponte para iniciar uma guerra midiática contra a perícia com vistas a preservar seu cargo, que está a perigo.

O senhor Presidente, o Procurador Hauschild, antes de atacar a perícia médica (que responde por apenas 8% dos quadros mas faz sozinha 70% do trabalho num TME 50% menor que os outros servidores, incluíndo os procuradores, numa produtividade 2.337% maior que as outras classes) deveria estudar mais sobre o que fala e deveria saber mais sobre o instituto que preside.

Primeiro procura, segundo relato, uma colunista do ZH para dizer que somente DOIS peritos faziam perícias médicas em Porto Alegre e joga a população contra o próprio INSS, órgão ao qual deveria ser leal e defender. Joga a população contra os peritos, a quem deveria cuidar, organizar e preservar, seus próprios servidores!

Diante da péssima repercussão do absurdo organiza conferência em viva-voz às pressas em Porto Alegre para se explicar e negar a nota. Mais tarde, porém procura a colunista e "retifica" a informação, que não eram 2 mais 17 peritos em atendimento (um leve erro de 800% nos números) e esquece de dizer que cabe ao INSS, a ELE MESMO, determinar quantos peritos irão atender em APS. Ou seja, se existiam 2 ou 17,a culpa é dele e dos gestores que ele indicou.

Desmentido novamente (São 51 peritos, 46 em atividade e 80% em atendimento ao público) resolve dar outra entrevista onde assume que existe falta de médicos (mas não explica os motivos) e engana o jornal ao dizer que 250 novos peritos foram chamados, pois o jornal perguntou no Estado e ele respondeu com números nacionais.

O absurdo continua ao dizer que quer que pelo menos 70% de peritos atuem na linha de frente sem dizer ao ZH que desde 2009 a DIRSAT normatizou isso e jamais foi cumprido e NENHUM GERENTE JAMAIS foi punido por isso.
O show de horrores continua na pergunta seguinte, onde questiona a produtividade dos peritos gaúchos, que pelos números citados é mais alta que em vários Estados, e chega às raias do absurdo ao querer fazer um COMPARATIVO COM CONSULTÓRIO dizendo que parece desproporcional que um perito não faça 15 perícias em 6h ou 18 em 8h. E quer que sejam "entregues de 15 a 18 perícias por dia", como se perícia fosse pão, segurado fosse farinha e perito padeiro.

Comparativo com consultório, senhor Presidente??? O senhor quer comparar atendimento médico assistencial, que se constitui numa relação inter volentes e que terá seqüência em várias consultas posteriores versus uma perícia médica, que se constitui numa relação inter nolentes, que tem que ser resolvida naquele exame, no máximo com um retorno eventual, onde deve-se depreender a verdade dos fatos, análise documental, feitura de laudo médico pericial??

O Presidente do INSS acha que consulta em consultório é igual a perícia médica???? O presidente do INSS sabe que o questionário usado para avaliar a qualidade da perícia tem mais de 30 perguntas?

Mas que diabos de presidente é esse, que mostra profundo desconhecimento sobre o serviço mais demandado do INSS?

Como no INSS sempre existe um porão no fundo do poço, ele continua com análises de que "quer de 15 a 20 perícias por dia", como se estivesse numa hamburgueria fazendo um pedido ou se estivesse numa fábrica de cimento ou tratores, desconhecendo inclusive decisão judicial que proíbe o INSS de punir peritos por não cumprirem carga de trabalho absurda. Desconhece manifestações de juízes país afora condenando a perícia de 20/20 minutos. E pelo visto, mesmo sendo procurador, desconhece o que é uma perícia médica.

Por fim dá um tiro de morte na sua própria gestão ao querer jogar um factóide para desviar o assunto questionando possível burla de ponto dos peritos. Ora, o ponto é eletrônico desde 2009, e o mesmo é homologado mensalmente pelos gerentes que o Presidente do INSS indicou. Nenhum perito conseguiria burlar esse ponto sem o INSS saber. Então das duas uma: Ou existe conivência da gestão ou existe incompetência em não se detectar a burla. Em ambos os casos o gestor deveria ser demitido, não?

A maior prova da incompetência gerencial do INSS ocorre quando nessas matérias o INSS diz que vai fazer isso e aquilo, que o sistema detectou tais e tais aberrações e que agora vão agir. Agora?? Este BLOG HÁ 2 ANOS vem denunciando e anunciando tudo o que está ocorrendo hoje. HÁ 2 ANOS nós, sem acesso ao big brother pericial, estamos avisando que o INSS rumava para o caos. NÃO FOI POR FALTA DE AVISO. O próprio monitor do INSS, o "Big brother" vem há 2 anos apontando as tendências de caos. ONDE ESTAVAM OS GESTORES???

Se nós já sabíamos em 2010, como que o INSS só descobriu HOJE??? O que esses gestores estavam fazendo nos últimos dois anos??

A perícia existe para o trabalhador (que procura o INSS ou não ) e sua família e não deve ser usada para fins político-eleitorais. Não aceitamos que os trabalhadores sejam tratados como gado e os peritos como máquinas: somos contra perícias em que mal podemos ouvir as pessoas, em que não conseguimos ler os exames que nos trazem e explicar o que lhes é de direito.

Mas o Presidente do INSS, que não é médico, e muito menos perito, ao invés de focar sua atenção nos assuntos de sua seara, invade área técnica que desconhece ao estimar quantidade ideal de perícias. O Procurador Hauschild deveria saber que a OMS e os CRMs são categóricos em afirmar que cada indivíduo difere dos demais e deve ser tratado de maneira individualizada, sendo impossível determinar de antemão o tempo que será dispendido no atendimento de seres humanos.
Aparentando desespero por estar com a cabeça a prêmio, o presidente do INSS e seus gestores adotam tática kamicaze ao ofender e agredir os POUCOS PERITOS QUE AINDA ACEITAM TRABALHAR PARA O INSS NO SUL. O que ele pretende com isso, não sabemos, mas o grave assédio institucional e dano moral já estão documentados nas páginas dos jornais.
O problema não é a perícia e nem produtividade de perito, caros leitores. O problema é a GESTÃO CAÓTICA e sem rumo, francamente desrespeitosa com a perícia, que é a categoria que carrega esta autarquia nas costas. O MAIOR EXEMPLO DE DESRESPEITO É QUERER CULPAR OS PERITOS PELOS MALES DA GESTÃO DO INSS.

O CIDADÃO MERECE RESPEITO SENHOR PRESIDENTE E SENHORES GESTORES DO INSS. O SEGURADO NÃO É GADO, O PERITO NÃO É PEÃO E A PERÍCIA NÃO É LINHA DE ABATE.



Ass: Francisco Cardoso e Luciana Coiro.

ENTREVISTA COM HAUSCHILD -JORNAL ZERO HORA

“Talvez não cumpram as jornadas”
26 de junho de 2012

Entrevista: Mauro Hauschild - presidente do INSS
Por Carolina Bahia

O presidente do INSS, Mauro Hauschild, promete solucionar a crise em 90 dias. Gaúcho de Bom Retiro do Sul, ele admite a escassez de pessoal, mas reclama da baixa produtividade dos peritos:

Zero Hora – Falta pessoal ou produtividade na perícia médica no Estado?
Mauro Hauschild – As duas coisas. Temos de ampliar o número de peritos. Acabamos de nomear 250, vamos nomear mais 125 até outubro. Precisamos realizar mais perícias com a força de trabalho disponível. Que pelo menos 70% dos peritos façam entre 15 e 20 perícias todos os dias. Isso significa uma perícia a cada 20 minutos.

ZH – Qual é a média hoje?
Hauschild – Em números nacionais, temos uma média de 11, 12 perícias por perito, contando os que não estão em atividade. Mas podemos chegar a 15 e até a 18.

ZH – A média do Rio Grande do Sul é mais baixa?
Hauschild – Há peritos que entregam sete, oito perícias por dia em Porto Alegre. Se fizermos um comparativo com consultório, nos parece desproporcional um médico não fazer 15 perícias em seis horas – ou 18 em oito horas.

ZH – Onde estão os médicos que não fazem perícia?
Hauschild – Em Porto Alegre, temos 10 peritos no Sistema Integrado de Assistência à Saúde do Servidor. Podemos ter dois ou três nessa área para atender. Os outros sete vamos devolver à perícia inicial.

ZH – Tem gente ociosa?
Hauschild – Eles não têm o volume de trabalho que outros médicos da perícia do INSS.

ZH – Tem gente que não aparece para trabalhar?
Hauschild – Talvez não cumpram a jornada ou, se cumprem, não realizam a atividade que a gente gostaria.

ZH – Quando o sistema estará operando dentro do razoável?
Hauschild – Em 90 dias.

Postado por Fábio Schaffner, às 13:50

DECÁLOGO DAS FILAS

1- Poucos peritos.
2- Excesso de Pedidos de Prorrogação.
   2a-SUS não trata no período razoável.
   2b-desempregados e autônomos não desejam largar o osso.
   2c-Reabilitação não funciona.
       2ca-falta servidores
       2cb-falta conceitos
       2cc-falta interesse das empresas
       2cd-segurado receia ser reabilitado e, depois, demitido
       2ce-sindicato e trabalhador preferem o Aux-doença eterno e, eventualmente, aposentadoria.
3- empregado em longo afastamento teme o retorno ao trabalho.
4- Permissividade. Qualquer pessoa, segurado ou não, pode pedir aux-doença quantas vezes quiser. Sempre será marcada uma perícia.
5- É preciso motivo para justificar diárias, que é o que faz a roda girar.
6- O 135 não dá vazão e atende com pessoas despreparadas.
7- Requerente marca e não comparece em até 20% das vezes.
8- Relação interpessoal tensa e autoritária entre chefes de agência e peritos médicos.
9- Pressão por produtividade contrariando a autonomia profissional.
10- Peritos estão adoecendo, aposentando ou pedindo demissão em grande número.

EM PASSADO RECENTE OS PERITOS, SIM ELES, CONSEGUIRAM REDUZIR AS FILAS, PRINCIPAL MEDIDA DE HUMANIZAÇÃO POSSÍVEL, MAS, HOJE, PARECEM PAGAR PELA OUSADIA. A FILA VOLTOU VIRTUAL E FORTE E AS MEDIDAS ANUNCIADAS JÁ FORAM USADAS NO PASSADO E SÓ SE PRESTAM A AUMENTAR AS FILAS E A INSATISFAÇÃO.
SEM PERÍCIA ESTRUTURADA E FORTE NÃO HÁ COMBATE A FILAS QUE FUNCIONE.

ZERO HORA- MATÉRIA 26.06.2012

Caos nas perícias do INSS afeta trabalhadores

Enquanto peritos denunciam gestores, superintendência do órgão em Brasília resolveu lançar suspeitas sobre médicos gaúchos

Guilherme Mazui e Letícia Costa

guilherme.mazui@gruporbs.com.br | leticia.costa@zerohora.com.br

Médicos e dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concordam com o diagnóstico: o serviço de perícias entrou em colapso no Rio Grande do Sul. E é praticamente só nisso que eles concordam.

Enquanto os peritos denunciam os gestores como responsáveis por um desmonte no instituto, que seria responsável por demoras de até quatro meses para agendar um exame, a superintendência do órgão em Brasília resolveu lançar suspeitas sobre a produtividade dos médicos gaúchos e deflagrou uma intervenção branca na gerência de Porto Alegre. Em meio ao bate-boca, o trabalhador sofre com o péssimo atendimento.

Em entrevista concedida ontem a ZH (veja nesta página), o presidente do órgão, Mauro Hauschild, disse que peritos gaúchos realizam menos exames que seus colegas de outros Estados e afirmou suspeitar de que parte deles burla o sistema de ponto eletrônico para não trabalhar. Hauschild sofre pressão da Casa Civil para elevar a quantidade de perícias no Estado, onde o desempenho está entre os piores do país.

Na próxima quinta-feira, Hauschild estará em Porto Alegre para discutir mudanças. Cobrará reforço nos atendimentos e mudará a distribuição dos médicos. A corregedoria do INSS ainda vai apurar se os peritos de fato cumprem a jornada de trabalho, já que todos os profissionais são obrigados a bater o ponto eletrônico.

Os representantes dos médicos contam outra história. Segundo eles, a demora nos atendimento é por falta de servidores. Clarissa Bassin, vice-presidente da associação dos peritos gaúchos, afirma que o problema é a debandada de profissionais, por aposentadoria ou pedido de demissão. Segundo dados da Associação, 1.332 médicos demitiram-se nos últimos 40 meses no país. De dezembro de 2008 a abril de 2012, o total de profissionais no sistema teria caído de 5.362 para 4.590 — queda de 14,39%.

— A acusação de que os médicos não trabalham não confere. Estão dizendo isso para criar uma cortina de fumaça e esconder que fazem uma gestão horrorosa. Os salários estão congelados desde 2008 e as condições de trabalho são horríveis. Os médicos pedem demissão e o INSS não consegue repor — afirma Clarissa.

Luís Carlos Rogério Freire, delegado da Associação Nacional dos Médicos Peritos na gerência de Novo Hamburgo, diz que é impossível não cumprir os horários, porque a marcação de ponto é eletrônica e ligada diretamente a um controle central.

— Muitos estão saindo, com exonerações e aposentadorias diárias. Os peritos precisam se deslocar de agência para cobrir a falta de médicos em outras cidades.

O quadro é considerado extremo em gerências do INSS do Rio Grande do Sul, onde a remuneração oferecida pelo instituto está abaixo da média do mercado, o que motiva as demissões. Composta por quatro unidades, a gerência da Capital tinha, em 2010, 80 peritos. Atualmente, são 57, sendo que somente a metade faz consultas agendadas. O restante realiza atividades distintas.

— Há dois anos, a espera para uma perícia era de um dia em Porto Alegre. Hoje, a média supera os 90 dias— aponta Verusa Guedes, diretora de Saúde do Trabalhador do INSS.

Para reverter o atual panorama, Hauschild promete redistribuição de servidores, mas também quer aumento de produtividade. Na semana passada, repassou aos gerentes das unidades do INSS a ordem de alavancar os atendimentos. No caso de Porto Alegre, cada médico terá de realizar 18 perícias diárias, segundo ele o dobro do desempenho atual. Para o sindicato nacional da categoria, o ideal seria fazer 12 atendimentos ao dia. — O correto é trabalhar seis horas diárias com atendimentos, numa média de meia hora por paciente. O INSS só pensa em quantidade, não em qualidade de serviço — critica Eduardo Henrique Almeida, diretor de Relações Interinstitucionais do sindicato.