sábado, 12 de maio de 2012

Dificuldade para Benefício por Incapacidade II

Jornal O Hoje - Cozinheira supera dor para tentar sobreviver
Três hérnias e três parafusos na coluna impedem mulher de conseguir emprego. Mesmo tendo contribuído 28 anos com União

VINICIUS MAMEDE
Em 12/05/2012, 02:11

A cozinheira Maria Inês Gomes, de 58 anos, está há três sem poder trabalhar por causa de três hérnias na coluna. Uma delas, em uma área próxima ao pescoço e que, segundo os médicos, não pode ser retirada. “Os médicos dizem que é deitar na mesa de operação e seguir para o IML”, declara ela. Mesmo sentindo imensas dores, ela precisa continuar cozinhando para fora para não morrer de fome com o filho.

Maria não se considera uma mulher preguiçosa. Até por isso, mesmo sentindo dores insuportáveis na coluna, continua preparando os caldos, que são vendidos todas as noites na porta de casa. Apesar da quantia simbólica que cobra pelo alimento, apenas R$ 1 por copo, diz que a freguesia não é lá essas coisas. “As pessoas aqui também são muito pobres e qualquer real faz toda a diferença”, aponta a mulher, que mora no Madre Germana II, em Goiânia.
Como não consegue muito com os caldos, precisa enfrentar todos os tipos de dificuldade na casa simples em que divide com um filho. “Conto as moedas para pagar água e energia. Mesmo assim, tem meses em que preciso deixar de pagar uma para dar conta de pagar a outra. O mesmo preciso fazer para comprar os alimentos. Se compro café, não tenho para o leite”, destaca a cozinheira.

Trabalho
O grande sonho da cozinheira é poder voltar a trabalhar em restaurantes. Entretanto, por causa da doença, diz que já não consegue mais emprego. “Sempre dizem que não estou apta ao trabalho nos exames admissionais, por causa das três hérnias na coluna e três parafusos.” Apesar de ter trabalhado e contribuído por 28 anos ininterruptos com a Previdência, também não consegue se aposentar. “Aí fico sem saber quem está falando a verdade, se os peritos do INSS ou os médicos.”

Em meio à divergência de opiniões quem mais sofre é a cozinheira. “Como podem dizer no INSS que estou apta a trabalhar se não consigo emprego em restaurante algum dentro de Goiânia por causa da minha doença?” Por não ter o benefício e nem trabalho, a mulher aponta também não ter como continuar o tratamento e poder, ao menos, minimizar as dores. “Já fazem dois anos que não me sobra o dinheiro para os remédios da coluna que, somados, ficam em R$ 170. Ou seja, além de muitas vezes não ter o que comer, ainda tenho que me aborrecer com as dores nas costas”, analisa.

2 comentários:

  1. Este caso é muito rico do ponto de vista jurídico médico legal. Há todos os elementos conflitantes. O ângulo do segurado está bem exposto: uma contribuinte de longa data, uma trabalhadora braçal, um estado de desamparo social e uma sequela definitiva de cirurgia em coluna vertebral. Do ponto de vista do Perito Médico uma obrigação de seguir leis e normas internas, uma obrigação de decidir, uma sequela definitiva de cirurgia de coluna lombar, uma trabalhadora que relata ainda exercer a sua atividade(!) com limitações e, inclusive, não conseguiria supostamente novo emprego pelas tais. Trabalharia porque enfim precisaria pagar as contas mesmo doente.
    A situação de empregabilidade está relacionada a sua condição física ou sua idade de 58 anos

    Existe incapacidade?

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  2. Só examinando e vendo uma ressonância atual para saber.

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