Ao anunciar a nova lei de acesso aos dados públicos, o Jornal Nacional de ontem citou apenas uma categoria, a médica. E o fez duas vezes. Os médicos estão com as vísceras expostas aos abutres; os peritos aos fraudadores e simuladores de doenças mentais, quadrilheiros, assaltantes do patrimônio do trabalhador.
Por que a medicina e os médicos despertam tanto ódio? Por que os médicos são os vilões da sociedade? Alguém se preocupa com os procuradores estaduais e federais que seriam sócios ocultos de cursinhos e dão aulas durante o que deveria ser seu expediente? Isso existe ou é boato? Alguém se preocupa com a jornada de auditores fiscais? Não, só o médico, profissional que ganha até 812,92 reais por mês, como se pode conferir na MP desta semana (número 568/12). Onde estão as entidades de defesa do médico?
Como disse o colega Héltron neste blog, quem ataca o médico ataca o pobre. É o médico que conhece a miséria social de perto e é o médico o profissional com mais horas de trabalho semanal. E não é por ganância, já que ganha menos que qualquer outra carreira, na federação ou nos estados. O mesmo governo que não investe e não dá estrutura enfraquece a medicina, estimulando faculdades precárias, revalidação de diplomas de médicos malformados no exterior. O ataque sistemático na mídia, que alardeia como erro médico todas as mazelas da assistência médica no Brasil, não condiz com o que pensa o pobre trabalhador. Pergunte ao pobre quem ele considera mais importante, abaixo de Deus.
Um comentário:
Muda apenas o advérbio. Para o pobre é "logo" abaixo. Pro governo é "bem" abaixo....
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