02/04/2012 | N° 12534
INSS- Reforço já chega defasado
Chegada de cinco médicos peritos e cinco técnicos do seguro social a Blumenau é insuficiente para conter fila de espera por perícias
BLUMENAU - Apesar da chegada de cinco médicos peritos e cinco técnicos do seguro social prevista para este mês, a agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Blumenau continuará com um déficit de cinco médicos e de 10 servidores administrativos número mínimo necessário para atender a demanda. Atualmente, quem procura a agência para marcar a perícia inicial ou reconsideração consegue o atendimento somente para maio. Hoje, a fila de espera conta com 7.739 perícias agendadas.
Atualmente, a agência de Blumenau possui 16 médicos peritos. A gerência executiva, que compreende 10 cidades (veja tabela) e atende 51 municípios, tem 48 médicos. A homologação dos novos médicos peritos e técnicos do seguro social, admitidos no concurso de fevereiro deste ano, deve ocorrer na próxima semana. Os profissionais têm prazo de 30 dias para se apresentar e 15 dias para assumir a função. Depois disso, passam por um treinamento.
– Nosso problema é a falta de servidores para atender a demanda de perícias. A vinda dos novos servidores vai ajudar, mas não vai resolver a situação – reconhece Marcos Roberto Flor, gerente executivo do INSS em Blumenau.
A falta de funcionários – tanto peritos quanto técnicos de atendimento – é problema antigo do INSS no Estado. Em uma vistoria feita em 2009, o Ministério Público Federal (MPF) constatou que as agências catarinenses do INSS possuíam 216 médicos peritos, quando seriam necessários 358. Somente na gerência executiva de Blumenau, o déficit era de 35 médicos. No Vale, como o reforço ficou para este ano, a demora nas perícias – do agendamento ao exame – chegou a 78 dias em janeiro deste ano.
Zeladora chegou a esperar quatro meses por exame
Devido à demora da perícia, Maria Clarinda André Trindade dos Santos, ficou quatro meses e três dias sem receber salário ou benefício. A zeladora precisou ser afastada do trabalho após uma complicação na cirurgia de varizes. Neste período, Maria teve de recorrer aos filhos, vizinhos e amigos para comprar remédios e pagar as contas.
– Me afastei por motivo de doença, não foi porque eu quis. Agora, estou negociando as dívidas, pagando juros, cortando alguns gastos em casa, como telefone fixo, e priorizando o pagamento de luz e água – conta a zeladora.
Em novembro do ano passado, quando Maria entrou com o requerimento de auxílio doença, o tempo de espera para fazer a perícia médica era de quatro meses.
morgana.michels@santa.com.br
MORGANA MICHELS
Resta saber se os 05 peritos irão assumir mesmo. E se assumir, quanto tempo aguentarão.
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