Um dos cargos mais importantes para o bom funcionamento do INSS sem dúvidas deveria ser o da Chefia de Seção de Saúde do Trabalhador, conhecida pela síntese "SST". Considerando que o trabalho pericial é vital e estratégico na autarquia sendo responsável por 70% da demanda espontânea e agendada; Considerando a quantidade impressionante de queixas no setor de Perícias Médicas; Considernado aspectos morais, éticos e legais da supervisão e controle da atividade médica (sim ao SST cabe a responsabilidade de encaminhar as denúncias mais graves); Considerando a complexidade do cargo responsável pela distribuição e coordenação dos médicos (tanto o é que possui um Manual Específico); Considerando que o cargo é a ponte entre o INSS e os setores de fiscalização dos servidores como auditoria, corregedoria e, claro, comissão de ética médica. Considernado que o SST incentiva, protege e faz a ponte do INSS com os Peritos Médicos e que, para isso, precisa de muita liderança, respeito e inteligência. Considerando que o SST é a pronta resposta da perícia do INSS à sociedade, imprensa,polícia, MPF e o mais. Este cargo deveria ser muito valorizado internamente, porém a cada dia que passa fica mais difícil encontrar peritos dispostos a encará-lo, seja por limitação técnica, seja por falta interesse político ou seja por falta de compensação financeira.
Primeiramente, claro, a questão salarial, sim, não compensa financeiramente. Por aqui, se fala em pouco mais de 300 reais líquidos - algo entre 500 e 600 reais para ser o responsável por todo gerencialmento dos médicos. Passa depois pelo desgaste político considerando, ao que parece, um sempiterno conflito entre os médicos a instituição que cobra muito e dá pouca condição de trabalho. Passa pela resistência à pressão interna dos colegas por "privilégios" e, raramente, para fazer "vista grossa" para outros, o que fatalmente implica em desavenças e atritos pessoais. Passa pelo recebimento de queixas graves contra conduta de médicos e suas providências e, como se não bastasse o SST ainda não ficou de fora do novo regime de trabalho de 6 horas corridas. Sim, o cargos em comissão estão fora da recém "conquista" das 30 horas.
Esta semana foi publicada uma portaria na qual se destituiu um médico para se nomear uma "datilógrafa" - nível médio - para chefia de Seção de Saúde do Trabalhador numa constatação inequívoca do desprestígio do cargo. Sim, o INSS tem uma enorme carência de servidores analistas de nível superior (não médicos) possuindo pouco mais de 20% dos servidores (somados os médicos) nesta condição. Ora, imaginar a complexa chefia técnica da atividade médica por servidores não médicos é algo assustador - se bem que para uma instituição em que, parte da gestão, quer se sobrepor às orientações dos conselhos profissionais, alguns beirando ao absurdo de não compreenderem o porquê dos Peritos Médicos possuirem inscrição no CRM. Infelizmente quem perde com o SST fraco, não é somente o INSS, é toda a sociedade. Acontece que é o SST que tem a missão de qualificar e treinar melhor os médicos. Também é dele a fiscalização e monitorização contínua da qualidade dos laudos médicos - imagine um SST, não médico, que não pode ter acesso aos diagnosticos dos segurados por sigilo médico? Também é dele a resposta sobre a conduta inadequada dos servidores médicos subordinados e o encaminhamento desta. Também é dele a coordenação da Reabilitação Profissional. Também é dele a função espinhosa de representar uma instituição que, por vezes, luta contra ele dificultando sua aposentadoria e lhe tomando direitos.
Eu SST? Me inclua Fora desta!!
Como é que alguém que não é medico, vai avaliar relatório medico?
ResponderExcluirEntão haverá atribuições do SST que não poderão ser exectadas com primor...