sábado, 3 de março de 2012

CRÍTICA AO DISCURSO BANALIZADO SOBRE O "ESTRESSE NO TRABALHO"

O discurso fácil da vitimização do trabalhador está chegando as raias do absurdo. Vejam abaixo declaração de representante do Ministério da Saúde dizendo que até prostituta sofre com o estresse no trabalho.

Pois é, grande descoberta. A vida é justamente isso: Um eterno combate estressante. Precisamos ter o equilíbrio, pois senão o estresse excessivo, ai sim, pode causar doença.

Estresse por estresse, então respirar pode ser considerada também pelo Ministério da Saúde como atividade altamente estressante, principalmente quando se produz peróxido em demasia e não se forma NADH o suficiente no corpo.

Ora bolas, esse discurso pseudo-sociólogico do Ministério da Saúde é a banalização do estresse no trabalho.

Essa banalização do estresse, ao contrário do que pensam alguns, só vem a favorecer o empregador e prejudicar o empregado, não o contrário.

Agora quando um bancário da linha de frente, explorado e sem ergonomia em seu trabalho, for reclamar de estresse vai ouvir o seguinte do patrão: "Ora, reclamas do que? Até as putas se estressam, segundo o Ministério da Saúde."

Francamente, a flexibilização do significado das palavras serve a muitos interesses. Quando se deseja puxar o sentido de uma palavra como Saúde, Doença ou Estresse para favorecer alguma idéia, propósito ou intenção pessoal, estica-se tanto esse elástico que ele pode romper. Boa parte do discurso da saúde multiprofissional está baseada nesse tipo de discurso.

2 comentários:

H disse...

Imagine o estresse do trabalho do perito do INSS e dos médicos em geral? Ah, isso não pode entrar na pauta... não dá votos e nem ibope.

Sobre trabalho: essa turma dos direitos em excesso, prova que trabalho mata, adoece ...ou seja: é uma desgraça. Por isso que o país está voltando a ser apenas produtor de commodities para o mundo industrializado que trabalha para crescer, para viver e sobreviver. Lá o trabalho é sinal de dignidade. Aqui, sinal de doença, estresse, injustiça social. E quem paga a conta no final? O mundo não perdoa. A vida não perdoa. Não existe almoço grátis.

Wilson disse...

Realmente esta questão de estresse no trabalho deve ser melhor avaliada pois existe um espectro de sintomas entre as pessoas, dependendo do seu grau de "sensibilidade" à determinada atividade e, principalmente, ao chefe imediato. Identificar a causa e buscar soluções para a questão seria o caminho. Mas existem sempre os espertinhos que querem se aproveitar da situação e tirar um extra.
Na semana passada, vi uma cena que me
chamou atenção: uma mulher dos seus 40
anos com seqüelas de AVC, de uniforme
cinza, funcionária doa aeroporto em
Washington D.C. trabalhando na limpeza. Isso
mesmo!!! Andando de um lado para o outro, plenamente ativa na sua vida. Deve ser por que não existe outra opção senão viver, né?