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MP vai investigar atestados médicos falsos
Vanda Munhoz
O Ministério Público vai ouvir as duas empresas que denunciaram um suposto esquema de emissão de atestados médicos falsos em Nova Esperança (47 km de Maringá). A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público abriu um Procedimento de Investigação Criminal (PIC) para apurar o caso.
O promotor de Defesa do Patrimônio Público de Nova Esperança, Nivaldo Bazoti, diz que convocou representantes do Abatedouro Coroaves Ltda. e de uma indústria de fumo (o nome ainda está sendo apurado). "Solicitamos dessas empresas um levantamento dos atestados médicos apresentados por funcionários desde janeiro de 2011 até hoje, bem como a qualificação desses funcionários", explicou Bazoti.
DENUNCIE
"A empresa que suspeitar de irregularidade em atestados médicos deve procurar o Ministério Público"
Nivaldo Bazoti - Promotor de Defesa do Patrimônio Público
O promotor requisitou também uma relação dos atestados emitidos pela Secretaria Municipal de Saúde e os respectivos atendimentos médicos. "Com os documentos em mãos, vamos ouvir os médicos", completou. Bazoti diz que há informações de que um funcionário teria conseguido o bloco timbrado para emitir atestados falsos e teria também falsificado os carimbos.
O município terá 10 dias, a partir do recebimento do pedido do Ministério Público, para atender à solicitação. "A empresa que suspeitar de irregularidade em atestados médicos deve procurar o Ministério Público", avisou.
Os atestados teriam sido emitidos em nome de pelo menos quatro médicos da rede municipal de saúde. A comissão de sindicância instalada pela Secretaria de Saúde do Município considera também a possibilidade de furto de blocos de atestado médico e falsificação de carimbos.
A secretária de Saúde de Nova Esperança, Isabel Cristina Vasconcelos, disse que a sindicância ainda não foi concluída, pois faltam as declarações de um médico que está nos Estados Unidos e volta no dia 28. Ela diz que já foram ouvidos funcionários do município, mas não poderia adiantar o conteúdo das declarações."Se tiver funcionário envolvido, será exonerado", observou.
Sobre a cobrança de cerca de R$ 100 por atestado, Isabel disse que, por enquanto, nada foi confirmado. "Existem comentários sobre isso, mas não conseguimos confirmar." Nas previsões da Secretária de Saúde, o resultado da sindicância deve ser entregue na próxima semana, quarta ou quinta-feira. O atraso se deve ao feriado de Carnaval.
Além do Ministério Público, o caso também está nas mãos da Polícia Civil de Nova Esperança, pois os médicos que tiveram as assinaturas falsificadas registraram Boletim de Ocorrência. A Secretaria de Saúde do Município ficou sabendo do caso em janeiro passado, quando foi procurada pela Coroaves, que reclamava da grande quantidade de atestados médicos que liberavam funcionários do serviço.
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