quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Neurocirurgião defende atestado somente com consulta

19/01/2012 - 15:18
"Nem me peçam atestados"
Dr. Rilton Morais também destaca a simulação de doenças

Assim como acontece em várias partes do país, a simulação de doenças e a grande quantidade de atestados médicos falsos, continuam sendo registrados com freqüência no Estado de Sergipe. Médicos que não concordam com essas práticas acreditam que a solução para o problema está na exigência dos atestados seguidos de consultas, de prontuários.

Referindo-se à simulação de doenças por pacientes, o neurocirurgião Rilton Morais informou que tem casos em que já dá para perceber que os pacientes não retornarão mais ao trabalho, apesar de em alguns casos existir o aspecto psicológico.

“Muitas vezes, os pacientes exacerbam a dor. Tem pacientes que passam por cirurgia de hérnia de disco, que começam a reclamar, dizendo estar com o braço enfraquecido. E quando pergunto se sentem dores nas pernas, dizem que não. São as chamadas dores subjetivas. Os pacientes não querem ficar bem”, ressalta.

Esses pacientes acabam abarrotando os departamentos de Recursos Humanos onde trabalham de atestados médicos. De acordo com Dr. Rilton Morais, existem os atestados falsos e os atestados graciosos. “Tem aquelas pessoas que dizem, ah! Eu não quero trabalhar hoje, entram em contato com um médico amigo e solicitam um atestado. Não me peçam porque eu não dou. Isso é ilegal, mas é uma questão de cada um. Entre médicos e funcionários da saúde, aí é que é mais fácil”, acredita.

Dr. Rilton Morais enfatizou que tem maneira sim de acabar com a questão dos atestados falsos: cobrar junto a comprovação da consulta. “O médico não pode dar um atestado sem que tenha uma consulta. Todo atestado só pode ser originado de uma consulta, de uma avaliação médica. Se a pessoa que estiver recebendo o documento, colocar em dúvida que aquele atestado é falso ou não, deve solicitar a comprovação da consulta, o prontuário do hospital, como prevê o regimento e se não obtiver, deve solicitar verificação junto ao Conselho Regional de Medicina”, alerta.

Por Aldaci de Souza

Um comentário:

Snowden disse...

Outro dia peguei um atestado gracioso, enviei Oficio solicitando a resposta a questão de se existia prontuario! A resposta veio, a Comissão de etica Medica do local deu uma de "João sem braço" e nada falou a respeito! Corporativismo do c...
- a verdade é, se tem atestado, tem que ter prontuário ( art 69 e 39 do CEM)
- o prontuario tem que ta bonitinho: Processo Consulta 1401 do CFM e
- se for do SUS, também: Portaria 1286 do MS!
"Pra cada veneno, tem o antídoto"
:-))