Esta imagem é impressionante. Uma senhora de 34 anos sangrou em casa por 10 horas esperando a ambulância do SAMU esta semana. Parentes tentam conversar com Médica de UPA que orienta aguardar o socorro por terceiro. A paciente é transferida e morre. É sem dúvidas uma grande tragédia. A foto acima traduz com perfeição a incapacidade do cidadão de diferenciar as responsabilidades legais e éticas do governo e dos profissionais. E pior, a cultura já inserida na mente de crianças.
Não conseguem ver que existe entre a prestação do serviço médico e o cidadão existe um estado negligente. Não conseguem perceber na sua dor que médicos precisam de condições de trabalho para salvarem as suas vidas. Não conseguem ver o largo caminho que separa o querer do fazer no serviço público. Havia ambulancias? Havia remédios? Não sabem, mas parece que já existem culpados.... Afinal, todo insucesso parece ser culpa do médico. Perto de um Corpo sem Vida até a razãopode perder a razão.
Não conseguem ver que existe entre a prestação do serviço médico e o cidadão existe um estado negligente. Não conseguem perceber na sua dor que médicos precisam de condições de trabalho para salvarem as suas vidas. Não conseguem ver o largo caminho que separa o querer do fazer no serviço público. Havia ambulancias? Havia remédios? Não sabem, mas parece que já existem culpados.... Afinal, todo insucesso parece ser culpa do médico. Perto de um Corpo sem Vida até a razãopode perder a razão.
Na Previdência Social é diferente?
Importam Leis, Normas, Pressão, Estresse, Metas, Condições estruturais?
Mas um culpado com certeza já encontraram...
2 comentários:
O caso em questão ocorreu em Campo Grande, em um posto de saúde no qual já trabalhei.
De acordo com os colegas que lá trabalham, o caso ocorreu assim:
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A paciente chegou no CRS Guanandi pela manhã com hemorragia transvaginal.
Foi atendida, medicada, recebendo hidratação EV e foi solicitado a transferência para o hospital pela manhã mesmo.
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Não sabemos se por falta de ambulância, ou se por problema de comunicação ou do sistema de computação do programa, o fato é que a ambulância só chegou cerca de 10 horas depois no CRS (fato bem frequente, aliás),
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Neste meio termo, a paciente piorou, sendo difícil repor as perdas volêmicas abundantes, sendo transferida, já a tarde em ruim estado geral.
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A família queria retirar a paciente para levar ao hospital por meios próprios, o que foi recusado pela médica plantonista (lógico, pois sem hidratação, a paciente morreria no meio do caminho).
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Ao entrar no hospital, a paciente confirmou ter tentado o aborto, em gravides até então mantida em segredo.
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Faleceu antes de conseguir ser submetida à cirurgia, por motivos ainda não confirmados (choque? anemia?).
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O caso foi enviado à secretaria de saúde para avaliar se houve erro médico no atendimento no posto de saúde.
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Por enquanto, a médica que prestou atendimento no posto de saúde é a única a ser investigada, e justamente por aqueles responsáveis por evitar que isto continue a acontecer, já que esta é a terceira morte por falhas no transporte de pacientes graves de postos de saúde aos hospitais, em 02 meses, em Campo Grande/MS.
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Em cada uma destas mortes, os únicos investigados foram os médicos que atenderam as vítimas nos pronto-socorros.
Veja esta notícia por exemplo:
INSS marca perícia e médico não aparece Grupo foi sábado (19) à consulta marcada pela segunda vez, mas agência estava trancada e sem aviso
http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2011/11/19/inss-marca-pericia-e-medico-nao-aparece.html
Observe o "prazer" qua a imprensa tem em colocar a culpa no médico. Induzindo que não o mesmo teria faltado ou teria sido irresponsável por não ajudar. Leia maldade "médico não aparece".
Uma das questões que servem de empecilho para que saúde e previdencia não possam melhorar é exatamente a cobrança errada dos cidadãos que encontram alívio em culpar o médico ao invés, dos gestores. É só por na conta do médico. Enquanto a sociedade não aprender que o médico é um funcionário que trabalha muito e não pode ser responsabilizado por falta de gestão nada mudará; Nunca vi Ministério Público pedir prisão de secretários de saúde e previdência, mas indiciar médicos... a lista é grande.
No final é tudo uma grande farsa onde os médicos são os bodes expiatórios perfeitos.
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