Aproveitando a matéria fantástica do colega Heltron (abaixo), que aborda MUITO BEM o pano de fundo que vem gerando todo o problema relativo ao acesso a benefícios por incapacidade do governo federal, complemento o texto dizendo que o indivíduo contemporâneo, fruto da Era da Propaganda, tem se caracterizado basicamente por dois elementos: O infantilismo e a vitimização.
Esse padrão se traduz em um comportamento patético, onde as pessoas estão dispostas a receberem tudo somente por existirem, mais nada. A construção de uma vida parece uma dádiva por si só. Não contam que existir depende principalmente do ato de construir nossa existência e de que ela é herdeira de outras que a antecederam. Por conta disso, não estão preparadas para o imponderável. Não aceitam nada que não seja esse sucesso escrito nas estrelas.
A não aceitação de culpa e frustração, pois estas não existem já que não aparecem na propaganda (seja na TV, seja na propaganda familiar dos pais perfeitos, na propaganda dos vizinhos, dos colegas de escola) e a certeza implícita de que o sucesso e a felicidade são direitos adquiridos (e para tal êxito não é necessário se esforçar, pois é "dever" do mundo, nesse caso o mundo pode ser uma família, um Estado Nacional...) vem causando graves consequencias às relações humanas, pois o empreendimento e a cooperação vem sendo deixados de lado em prol do "eu", do "sucesso pessoal" (seja lá o que isso signifique, normalmente significa dinheiro no bolso).
Na Era da Propaganda, ao qual somos artífices e vítimas, não nos damos conta do quanto que os objetos "vivem" e nós somos passivos espectadores dele. O quanto a existência e o sentido estão nas coisas e não em nós. O elemento mais importante desta condição se apresenta na relação que estabelecemos com o mundo material.
O que vem causando isso? Bom, autores concordam que boa parte é a relação entre a sociedade de consumo e a infantilidade do homem contemporâneo, filhos da era da propaganda. A fragilidade que a lógica publicitária impregna no elemento humano contemporâneo vem causando um desejo imediato sem limites. Esta visão imediata é ao mesmo tempo herança da riqueza e condenação da Civilização Ocidental.
O Estado protecionista, não só aqui mas em todo o Ocidente, é um contribuinte eficiente na prática de estimular o desejo publicitário. Ele mesmo é fruto de uma publicidade permanente que o coloca acima de todos os defeitos e contradições. A popularidade de um presidente é medida por aparições alucinantes e anúncios bombásticos de práticas inexistentes, de rótulos coloridos feitos por propagandistas. O governante se mistura a propagandas de sabonetes, celulares, carros.
A alucinada era do consumo foi forjada pelo Estado de Bem Estar Social criado após as Grandes Guerras e para combater o Comunismo Soviético e é viciado em soluções paternalistas que insiste em chamar de inclusivas e protetoras. É o vício de que teremos acesso pela dádiva infantil de quem cria o cidadão como uma criança mimada, tudo quer, a tudo tem direito, nada pode lhe faltar, sem nada merecer, sem cumprir nenhum dever. Nesse Estado, "minorias" são supervalorizadas e o trabalhador explorado ao máximo para bancar esses custos. Isto já foi tema de abordagem deste blog.
Na Perícia Médica do INSS, somos vítimas o tempo todo de cidadãos jovens que se apresentam exatamente assim: vitimizadores e infantis. Como não suportam a frustração do trabalho, do ter que lutar para crescer pois não foi isso que lhes foi ensinado, preferem se esconder sob o manto da doença (infantil e vítima).
Ai sobra pra nós, peritos, embasbacados com essas pessoas de 20 e poucos anos que mal descobrem ter "alguma coisa" e já correm pro INSS pois são "inválidas".
Indico um livro MUITO BOM que aborda de maneira perfeita o tema acima e que me impactou muito quando li, se trata do "A TENTAÇÃO DA INOCÊNCIA", de Pascal Bruckner. é difícil de achar hoje em dia, na época comprei em Inglês pois não havia tradução, mas já temos uma boa tradução em português. Boa leitura.
Esse padrão se traduz em um comportamento patético, onde as pessoas estão dispostas a receberem tudo somente por existirem, mais nada. A construção de uma vida parece uma dádiva por si só. Não contam que existir depende principalmente do ato de construir nossa existência e de que ela é herdeira de outras que a antecederam. Por conta disso, não estão preparadas para o imponderável. Não aceitam nada que não seja esse sucesso escrito nas estrelas.
A não aceitação de culpa e frustração, pois estas não existem já que não aparecem na propaganda (seja na TV, seja na propaganda familiar dos pais perfeitos, na propaganda dos vizinhos, dos colegas de escola) e a certeza implícita de que o sucesso e a felicidade são direitos adquiridos (e para tal êxito não é necessário se esforçar, pois é "dever" do mundo, nesse caso o mundo pode ser uma família, um Estado Nacional...) vem causando graves consequencias às relações humanas, pois o empreendimento e a cooperação vem sendo deixados de lado em prol do "eu", do "sucesso pessoal" (seja lá o que isso signifique, normalmente significa dinheiro no bolso).
Na Era da Propaganda, ao qual somos artífices e vítimas, não nos damos conta do quanto que os objetos "vivem" e nós somos passivos espectadores dele. O quanto a existência e o sentido estão nas coisas e não em nós. O elemento mais importante desta condição se apresenta na relação que estabelecemos com o mundo material.
O que vem causando isso? Bom, autores concordam que boa parte é a relação entre a sociedade de consumo e a infantilidade do homem contemporâneo, filhos da era da propaganda. A fragilidade que a lógica publicitária impregna no elemento humano contemporâneo vem causando um desejo imediato sem limites. Esta visão imediata é ao mesmo tempo herança da riqueza e condenação da Civilização Ocidental.
O Estado protecionista, não só aqui mas em todo o Ocidente, é um contribuinte eficiente na prática de estimular o desejo publicitário. Ele mesmo é fruto de uma publicidade permanente que o coloca acima de todos os defeitos e contradições. A popularidade de um presidente é medida por aparições alucinantes e anúncios bombásticos de práticas inexistentes, de rótulos coloridos feitos por propagandistas. O governante se mistura a propagandas de sabonetes, celulares, carros.
A alucinada era do consumo foi forjada pelo Estado de Bem Estar Social criado após as Grandes Guerras e para combater o Comunismo Soviético e é viciado em soluções paternalistas que insiste em chamar de inclusivas e protetoras. É o vício de que teremos acesso pela dádiva infantil de quem cria o cidadão como uma criança mimada, tudo quer, a tudo tem direito, nada pode lhe faltar, sem nada merecer, sem cumprir nenhum dever. Nesse Estado, "minorias" são supervalorizadas e o trabalhador explorado ao máximo para bancar esses custos. Isto já foi tema de abordagem deste blog.
Na Perícia Médica do INSS, somos vítimas o tempo todo de cidadãos jovens que se apresentam exatamente assim: vitimizadores e infantis. Como não suportam a frustração do trabalho, do ter que lutar para crescer pois não foi isso que lhes foi ensinado, preferem se esconder sob o manto da doença (infantil e vítima).
Ai sobra pra nós, peritos, embasbacados com essas pessoas de 20 e poucos anos que mal descobrem ter "alguma coisa" e já correm pro INSS pois são "inválidas".
Indico um livro MUITO BOM que aborda de maneira perfeita o tema acima e que me impactou muito quando li, se trata do "A TENTAÇÃO DA INOCÊNCIA", de Pascal Bruckner. é difícil de achar hoje em dia, na época comprei em Inglês pois não havia tradução, mas já temos uma boa tradução em português. Boa leitura.
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