Estudo especulativo, sem autoria expressa, mas nem por isso irrelevante, analisa a evolução do benefício auxílio-doença nos últimos 10 anos.
São muitas as variáveis que interferem na oscilação da demanda por benefícios por incapacidade, entre eles, certamente, a percepção de estar doente e incapaz muda se se está empregado ou não, muda com o acesso ao INSS, com o nível de atividade econômica, com o nível de impunidade por fraudes, com o monitoramento da administração dos benefícios, com o rigor da perícia, enfim, muitas e muitas variáveis intervenientes. Faço essa advertência para ressalvar que a atribuição à fracassada greve de 2010 de certas conclusões do estudo não tem respaldo científico algum, visto que outras medidas, como retorno da terceirização, prorrogações administrativas (sem respaldo pericial) também impactaram na variação.
Na mesma linha especulativa, creio que o controle obtido em 2006-2008, reflete o fim da terceirização e novos paradigmas de profissionalismo introduzidos por iniciativa dos próprios peritos organizados em uma associação recém-criada. Já a partir de 2009 esta categoria entrou em crise interna e na relação com seus empregadores, mas não foi só isso, saneada a sangria concessória, passou a ter destaque a política de cessar benefícios, não os deixando cronificar desmotivadamente, o que significa observar corretamente a premissa de que auxílios-doença sejam conceitualmente benefícios temporários. Aliás, um dos fortes motivos de desgaste entre a categoria e parte da sociedade, da imprensa e do governo foi o descontentamento daqueles que insistiam que auxílio-doença seja mantido por anos, se torne meio de vida. Bom, especular é livre, mas o trabalho tem cuidados admiráveis, organiza dados interessantes e merece ser lido. Acesse aqui.
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