Uma menina de 10 anos, que há três meses sofreu um grave acidente de carro, precisou da intervenção da Polícia Militar para ser atendida ontem à tarde no prédio do INSS, na avenida Rio Madeira, em Porto Velho. Segundo o pai da garota, Marcos Fontinelli, de 42 anos, uma médica teria se recusado a prestar o atendimento, que estava agendado para às 10h30. A médica Samira Nazibe deveria ir até a residência da menina, Rebeca Fontineli, mas teria dito a Marcos, por telefone, que não havia carro disponível para a visita.
“Eu falei que não seria por isso, e levei minha filha até lá”, contou o pai. Mas ao chegar ao INSS, mais uma surpresa. Segundo ele, a médica continuou se negando a prestar o atendimento. Desesperado, Marcos pediu ajuda à Policia Militar. “Quando os PMs chegaram, eles remarcaram o atendimento para amanhã {hoje}”, contou.
Após o acidente, Rebeca já foi submetida a três cirurgias na perna. Marcos revelou que a perícia vai servir para a liberação de um amparo social, uma ajuda de um salário mínimo, fornecido pelo Governo Federal quando os pais não possuem renda.
CONFUSÃO
Segundo o chefe do Setor de Perícias do INSS, Wimerson Silva, houve apenas uma confusão. O que estava agendado para ontem era o atendimento presencial (no próprio INSS). “Nossas assistentes sociais devem ter tentado ajudar, levando a perícia para a casa da menina, mas isso seria numa nova data”, explicou.
Wimerson Silva disse que o atendimento a Rebeca estava agendado para o médico Fernando Máximo. A médica-perita Samira, segundo o chefe do Setor de Perícias do INSS, cumpriu ontem uma agenda com 18 atendimentos durante o dia. “Quando ele {Marcos} chegou com a filha, no meio da tarde, a médica ainda tinha 10 perícias para fazer, com todos os pacientes esperando. Era impossível encaixar assim, de última hora”, afirmou.
Ele lembrou também que reclamações como a do pai de Rebeca podem ser protocoladas na Ouvidoria do INSS, com atendimento no próprio prédio, ou pelo telefone 135. Contrariando a lei da imprensa livre em espaços públicos, a equipe do Diário da Amazônia foi impedida de entrar no prédio do INSS com equipamento fotográfico. Por telefone, a Assessoria de Comunicação do Instituto em Porto Velho explicou que a captura de imagens é sempre autorizada quando solicitada com antecedência. O Diário não pode solicitar porque o caso não estava na pauta do dia. Foi o pai da garota que convocou quando a polícia já estava no local como forma de registrar e endossar sua luta pelo atendimento à filha.
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