quinta-feira, 5 de maio de 2011

SINDICALISTAS CRITICAM CONDUTA PERICIAL

Carta pede novo modelo de perícia
em 05/05/2011 02:30:00

Documento elaborado durante encontro será encaminhado ao Conselho Nacional da Previdência Social

Foto: Divulgação - Participantes do encontro definiram carta pedindo novo modelo de perícia médica

Foi elaborada uma carta ontem, durante o I Encontro de Saúde Mental e Trabalho de Piracicaba, realizado na Faculdade Anhanguera, que será enviada ao Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), pedindo mudanças nos critérios de perícia médica sobre saúde do trabalhador.

A carta também vai propor a capacitação dos peritos médicos no Modelo Social de Incapacidade, em Saúde Mental e Trabalho e Ergonomia, para melhor avaliação de nexo-causal dos transtornos mentais relacionados ao trabalho, acompanhamento do processo assistencial e encaminhamento à Reabilitação Profissional do ISS, assim como articulação com o Ministério da Saúde para capacitação dos serviços municipais de saúde mental.

Francisco Pinto Filho, presidente do Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba (Conespi), disse que é muito limitada a avaliação do perito para saber se o paciente está ou não em condições de retornar ao trabalho. “É preciso uma equipe multidisciplinar, que compreenda a profundidade da doença e vá ao local de trabalho, porque é o local de trabalho que pode estar doente”, disse ele.

Para Pinto Filho, a equipe multidisciplinar – composta por psicólogo, terapeuta, fonoaudiólogo e médico assistente – proporcionaria várias visões sobre cada caso, não permitindo que o paciente seja tratado apenas em função da recuperação ou não de suas condições para o trabalho.

Atualmente, problemas causados pelo estresse, como depressão, alcoolismo, hipertensão, dor de cabeça entre outros, levaram 1,3 milhão de brasileiros a se afastarem do trabalho e receberem auxílio-doença, segundo pesquisa recente da Universidade de Brasília (UnB), divulgada no começo de abril.

O presidente do Conselho da Previdência Social de Piracicaba, Antonio Carlos Lima, destacou que toda política pública tem que ser aprovada pelo Conselho Nacional da Previdência, daí o fato de tirar esta carta propondo mudanças.

O encontro, organizado pelo Conselho de Previdência Social de Piracicaba e pelo Conespi, contou com a participação de sindicalistas, membros do Cerest, da Previdência Social e do Ministério do Trabalho. E foi marcado por diversas palestras, mostrando que as doenças da mente representam cada vez mais um fator importante de afastamento no trabalho, o que gera um custo social elevado.

4 comentários:

Eduardo Henrique Almeida disse...

Os sindicatos precisam atuar nas empresas em que suas bases trabalham.
Afastamentos psiquiátricos são os segundos mais frequentes, perdendo apenas para trauma/ortopedia.
O afastamento psiquiátrico segue diretrizes democraticamente discutidas e aprovadas.
Será que o INSS seria o órgão adequado à missão de melhorar as condições de trabalho?
Onde ficaria o Ministério do Trabalho?
Compensar a renda de quem não pode trabalhar não é suficiente?

H disse...

O lance não é melhorar as condições de trabalho. O lance é "garantir o salário e a aprovação política dos sindicatos". E depois colher os frutos... Sindicalista que quer saúde de trabalhador vai para fábrica lutar por isso. e não fica de conversa fiada, sem embasamento técnico e social, de mudar perícia. Bela desculpa para justificar que fazem alguma coisa...quase nada...

H disse...

Hoje, 05/05/201, um perito e uma perita (GEX Campinas) foram ameaçados de morte por segurado (já reabilitado pelo NRP e com vários T1) . Normal? Ele procurou outro local de trabalho deles e deixou o recado. Procuraram a xxx e informam que a mesma disse que não era com ela e sim com a polícia civil. O fizeram. Vamos ver o resto da historia. Tomara que não termine em velório. E aí sindicatos. Apoiam isso tb? Apoiam matar os peritos para acabar com a insatisfação de ser avaliado?
A colega acaba de me ligar, atônica: o cara marcou consulta para agora a tarde com ela. E na ameaça ele disse que sabia de todos os passos dos peritos que o atenderam.

H disse...

Deputado realiza AUDIÊNCIA PÚBLICA
O deputado federal doutor Eleuses Paiva realiza, no próxi-
mo dia 10 de maio, audiência pública para debater a relação de trabalho entre médicos pres-
tadores de serviço e os planos de saúde. O debate tem início às 14h30, no plenário 7, da Câma-
ra dos Deputados.
José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB (Associação Médica Brasileira); Maurício Ceschin, presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar); Maria Inês Dol-
cci, coordenadora institucional da Proteste - Associação Brasi-
leira de Defesa do Consumidor; e Márcio Serôa de Araújo Corio-
lano, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar
farão parte da mesa, assim co- mo o deputado.
De acordo com doutor Eleuses, serão colocados em discussão os mesmos temas que levaram os médicos a uma paralisação no início de abril. "Fizemos um movimento pelo fim da interferência anti-ética dos planos de saúde na assistência aos pacientes; e por uma ação efetiva da ANS; entre outros fa-
tores", lembra.
Com a audiência, o deputado espera conseguir as respostas para essas questões e alerta que, caso não sejam convincen-
tes, medidas mais duras devem ser tomadas. "Já estamos estu-
dando a possibilidade de abrir uma CPI (Comissão Parlamen-
tar de Inquérito)", afirma.
Mais dois debates estão programados
O deputado federal Eleuses Paiva também solicitou a reali-
zação de mais duas audiências públicas. As datas serão confir-
madas.
Numa das audiências, o de-
putado quer debater o PL 7.200/2010, que altera o 1º pa-
rágrafo da Lei 8.213/91. Ela dis-
põe sobre a ampliação da par- ticipação dos profissionais de Saúde na perícia da Previdência Social. A outra audiência vai de-
bater a inclusão do procedimen-
to PET/CT (Tomografia por Emis-
são de Pósitrons/Tomografia Computadorizada) em oncologia na Tabela Unificada do SUS (Sistema Único de Saúde).